Luanda - Comentando o décimo aniversário da morte do líder histórico da UNITA, Abílio Camalata Numa, um dos últimos oficiais do braço armado do Galo Negro que acompanhou Savimibi até ao fim, afirmou que a sua morte foi desnecessária, porque estava prestes a conclusão de um acordo.
Fonte: VOA
Para Numa, se o desfecho não tivesse sido este, Angola teria alcançado na mesma a paz, porque, segundo afirma, "psicologicamente o país não tinha mais força para poder continuar com guerras durante muito mais tempo".
De acordo com o general da Unita , Jonas Savimbi perspectivava, após a assinatura de um acordo de paz, a união do partido para "prosseguir a luta política".
Apesar da perspectiva de um acordo Camalata Numa realçou contudo que nunca acreditou em negociações entre o Governo e a UNITA, já que, afirmou, "a história tinha ensinado" que os seus adversários não eram "muito sérios em termos de negociação" e "nunca honraram nenhum acordo".
Samakuva: "UNITA já ultrapassou trauma da morte de Savimbi"
o actual presidente do maior partido da oposição angolana, Isaías Samakuva, afirmou que a UNITA ultrapassou já o "trauma" da morte de Jonas Savimbi, fundador e primeiro líder daquela organização.
"Podemos dizer, sem receio de errar, que dez anos depois, a UNITA conseguiu ultrapassar o trauma resultante do desaparecimento físico do seu líder e conseguiu manter-se viva em torno dos seus ideais", disse Isaías Samakuva, que sucedeu a Jonas Savimbi no congresso de 2003.
A morte do fundador permitiu ao partido abraçar um "processo de democratização interna", disse ainda Isaías Samakuva, que sublinhou o facto de o partido ter sido pioneiro em Angola na organização de processos eleitorais internos, com a realização de três congressos.
Quanto ao processo de reconciliação nacional, Samakuva considera que a UNITA "cumpriu" com todas as suas tarefas do processo de paz, "apesar da perseguição e da intimidação de que são alvos os seus membros".