Luanda - O governo angolano está a ser acusado pelas organizações da sociedade civil de não disponibilizar informações que assegurem aos angolanos que está a fazer uma gestão transparente e responsável dos recursos naturais do país.


Fonte: VOA


Esta semana a sociedade civil produziu um abaixo-assinado que será submetido à comissão de segurança cambial dos Estados Unidos pedindo a essa entidade que pressione as multinacionais petrolíferas a operar em Angola a revelar quanto pagam em bónus ao governo angolano.


Segundo a organização “Open Society”, “ os cidadãos e as organizações da sociedade civil angolana agradecem a oportunidade que lhes é dada de submeterem a petição sobre a proposta de regulamento na divulgação dos pagamentos efectuados pelas empresas da indústria extractiva.Remetemos estes comentários em total apoio  ao rigoroso  regulamento que providenciará aos cidadãos angolanos acesso adequado e propício às informações que asseguram uma gestão transparente e responsável das receitas dos recursos naturais do país”.


Em Angola, a indústria petrolífera é o pilar principal da economia, produzindo mais de 80% das receitas do estado e contribui cerca de 60% do PIB. Contudo, estas receitas não beneficiam a maioria dos angolanos e cerca de dois terços da população sobrevive com menos de 2 dólares por dia.


A “Open Society” salienta que: “Angola é considerada um dos países mais corruptos do mundo  e existe uma preocupação generalizada  e evidências que apontam que o fluxo das receitas que deveriam apoiar o desenvolvimento sustentável, justo e  equitativo do país, não está a chegar ao tesouro nacional e está sendo mal gerido”.


Aquela organização refere ainda que: “Embora nos últimos anos, o governo Angolano tenha introduzido algumas reformas importantes de transparência no sector petrolífero, as mesmas continuam muito opacas e obscuras para a maioria dos Angolanos entenderem como o dinheiro é utilizado e responsabilizar o governo pelas suas acções”.


Este o tema de debate sobre questões angolanos conduzido pelo repórter Arão Ndipa tendo como convidados  o activista cívico, Raul Tati e o professor universitário de lei constitucional Fernando Macedo que também subscreveram o documento.

 

Para assinar a Petição clica aqui: Transparência nas receitas petrolíferas em Angola