Luanda - Eu fico completamente esparramado com  as teorias desenvolvidas nas crónicas do filósofo rio beiro. É de ir às lágrimas de gargalhadas observar os curtos circuitos que ocorrem naquela mente, com uma atitude paternalista, característica dos que pretendem impor velhos paradigmas de pensamento, pretendendo ensinar as pessoas qual deve ser a maneira de pensar para não contrariarem o culto da personalidade suprema do Reigime.


Fonte: Club-k.net


ImageAs crónicas do rio beiro são anedotas que se repetem, revelando um criatividade medíocre, ecoando os sofismas do discurso oficial para que a repetição da mentira ganhe o estatuto de verdade nas mentes dos leitores mais ingénuos, desprevenidos ou menos habituados a filtrarem as águas lodosas, incapazes de perceberem as entrelinhas dos falsos profetas.  Da sua última crónica eu retirei três citações que não acredito terem sido escritas por um director de jornal mas oriundas de um eunuco mental, destinadas a alimentar o bom comportamento dos seguidistas e conformistas e a disciplinar e doutrinar os potenciais rebeldes, para que não tenham de sofrer espancamentos por parte da polícia antimotim do Reigime.  Eu ri, ri muito, ri com muito desprezo e elevado sarcasmo quando li estas expressões de tapetismo que ofendem a verticalidade que as pessoas devem adoptar numa sociedade verdadeiramente democrática.


“Em democracia, força catalisadora do diálogo no tecido social, temos, antes de tudo, que fazer um esforço para compreender e respeitar os outros, para aceitá-los e para reconhecermos neles uma extensão de nós próprios, em vez de os vermos apenas como alvos preferidos da nossa crítica.” Destas palavras depreende-se que o rio beiro não está a referir-se à Sembacracia, à  Generalcracia e à Presidentecracia de Luanda.

 

Esta definição pacóvia de democracia é de bradar aos céus. A democracia consiste na definição, afirmação e no respeito pela individualidade como parte de um tecido social onde a justiça e a dignidade são valores superiores.  Eu não quero, nunca, ser uma extensão do rio beiro, e recuso terminantemente que o rio beiro seja minha extensão, por ter muito respeito por mim e pelo meu ideal de busca da verdade e da simplicidade, respeitando todos os pensadores honestos e inteligentes. Só os eunucos mentais e os fanáticos receiam  a crítica, o debate de ideias, a demonstração de que só com honestidade, valorização das capacidades de cada indivíduo e as sinergias, sem paternalismos, sem nunca serem extensões, se pode construir sociedades mais justas.


Essa definição de democracia é publicada num jornal oficial de “um país democrático com poderes legitimados pelo voto popular que garante para o terceiro trimestre deste ano as mais justas e transparentes eleições de sempre”. Acontece que esse país não é democrático porque, de acordo com as palavras do rio beiro, as eleições anteriores não foram as mais transparentes e justas.  As próximas vão ser  “mais justas e transparentes”? Tenho muitas dúvidas porque o Reigime mostra-se demasiado renitente em aceitar uma inspecção ao planeamento das mesmas, teve necessidade de nomear uma Presidente da Comissão Eleitoral que “ é da OMA do MPLA e dizem não ser do MPLA”, a comunicação social é esmagadoramente controlada pelo Reigime e a censura é uma triste realidade em muitos canais de expressão, castrando a diversidade de pensamento e de opinião.


O amontoado de de ideias ambíguas do rio é publicado num órgão oficial de um Reigime que entrou em paranóia quando um grupo de jovens decidiu manifestar-se contra o cidadão que gere a verdade à sua maneira e os interesses de uma oligarquia de novos ricos, multimilionários que Sembam  bem, Generalmente muito bem sucedidos por serem kundis pais da lama.


Os que discordam da Sembocracia, da Generalcracia e da Presidentecracia da República Monárquica são vistos pelo rio beiro como “quem , no nosso planeta, teimosamente se afaste do diálogo e do entendimento e aposte abertamente na violência e desenterre o machado doloroso do conflito e da guerra. “ Estas alucinações e paranóias já foram exageradamente repetidas anteriormente e em nada são originais.  A psiquiatria e a psicoterapia actuais tratam facilmente estas enfermidades, se os pacientes forem capazes de reconhecer os seus desvios  e aceitarem ajuda para a melhoria das suas faculdades mentais.


A esses inconformados, os críticos do Reigime, a “democracia angolana”, que é filha do prepotente e da contradição e está cada vez mais forte, só tem para lhes oferecer as suas pombas brancas manchadas de sangue e com enormes nódoas de nepotismo e de tapetismo intelectual.