Lisboa –  Abel Chivukuvuku  prepara-se para  na próxima semana, (14 de Março, caso não seja alterada a data)  fazer apresentação formal,  da  nova força política que ira apresentá-lo nas eleições de Setembro do corrente ano como  candidato a Presidência da República de Angola.   A força, ainda   mantida no secretismo  deverá  se  firmar como uma  coligação, e registrada com  a sigla   CSN -  Convergência  de Salvação Nacional.


Fonte: Club-k.net

Abel concorre as eleições de 2012

A  CSN tenciona ser uma força política  ao qual irá reunir   grupos ou tendências isoladas  e  outras  franjas que se assumem  oposicionistas   ao  rumo  a que o país esta a ser levado a cabo pelo Presidente José Eduardo dos Santos.  Dois filhos do nacionalista Mendes de Carvalho do MPLA,  abraçaram a iniciativa.  O líder do PDP-ANA, Sediangani Mbimbi ira fazer parte devendo ter um lugar de destaque nas listas  de deputados da CSN. Outra figura influente dentro do projecto  é  William Tonet,  que dirige o AMC- Amplo Movimento de Cidadãos.


O Partido de Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola – Aliança Patriótica (PADDA-AP) de Alexandre Sebastião André que inicialmente se manifestava disponível para integrar o projecto de Abel Chivukuvuku  terá recuado para  indicar, como cabeça de lista para as eleições gerais deste ano, um general reformado que estima ser “ harmonizador dos diferentes segmentos da sociedade angolana”. Estão também de fora, o Bloco Democrático de Justino Pinto de Andrade e o Partido Popular de David Mendes. 


Há  algumas semanas atrás, um  grupo que trabalha no “draft”  da CSN deslocou-se ao interior do país, numa missão que visou testar a aceitação  de Abel Chivukuvuku  em praças tradicionais  da UNITA. Leonel Gomes, ex- membro da comissão política do “Galo Negro” trabalhou em Benguela e Bie, tendo na primeira província  ficado  convencido com o nível de aderência que teve por parte dos benguelenses.  Na zona leste do paíse ou Lundas  esteve a trabalhar , o ex- Ministro do Comercio, Joaquim Icuma Muafumba, que é nascido nesta região.  Na província do Huambo esteve  José Gomes e dois ex- militares das FALA, o coronel Chipalavela e o Major “Três tiros”. O trio realizou duas reuniões num dos restaurantes da cidade.


Carlos Xavier, Secretário da JURA em Malanje esteve prestes a aderir o grupo tendo recuado na seqüência de um convite da direção central do seu  partido para integrar a comissão provincial eleitoral naquela província. 

Em paralelo, aos trabalhos deste “grupo de avanço”, Abel Chivukuvuku fez trabalho idêntico fora do país junto de entidades estrangeiras ao qual explicou as   razões que o levaram  a projectar algo fora da UNITA.  Esteve em Portugal, Paris, Inglaterra tendo regressado ao país, no passado domingo (3).  Em terras Lusas, abordou o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas e através deste foi referenciado ao Primeiro Ministro, Passos Coelho. Foi também convidado para um jantar em casa da família soares, por iniciativa do ex- Presidente Português,  Mario Soares.  Deve deslocar-se em menos de 60 dias para  os  Estados Unidos para uma audiência no departamento de Estado   e  com correntes daquele país que manifestam vê-lo.


Antes da apresentação do projecto em Luanda deverá submeter uma carta a direcção  da UNITA,  para congelar  temporariamente  a sua militância em obediência a outros desafios de “dimensão nacional”.  Desde a realização do congresso da UNITA em Dezembro, que  este político deixou  de atender convites para reuniões partidárias. A última vez que foi visto em círculos do “Galo Negro”, foi a 23 de Fevereiro, no velório de Azevedo Kangaje, nos bombeiros em Luanda.


O quadro da UNITA  mais comprometido com  Chivukuvuku   é o medico Xavier Jaime e Carlos Morgado que actua como responsável do seu gabinete. O outro  é Rafael Aguiar.  Não esta claro se estes deverão congelar a militância ou se sairão definitivamente. 


Notabilizados  Quadros da Comissão política da linha de  Maurilio Luiele e Horacio Junjevile que outra hora o apoiavam, passaram a renegá-lo na proposta de abandonar a UNITA.  Outro que teria se desmarcado de eventuais contactos é Mfuka Muzemba, o  Secretário-Geral  da JURA. Embora circulam rumores de que esteja a ser hostilizado pela direção do partido (Chegou a dizer  a Isaias Samakuva numa reunião que este não confiava nele), Muzemba diz em privado que  a sua causa “está  dentro da UNITA e não fora”.


Carlos Candanda que fora o primeiro do Grupo de Reflexão,   a congelar a militância, recuou na decisão   tendo sido readmitido  para a comissão política. Invoca que como histórico  a sua vida esta comprometida com a UNITA. Entretanto,  manifesta respeito  as  ambições presidências do antigo líder da bancada parlamentar do seu partido. 

 

Em contactos internos que vai tendo, Abel  Chivukuvuku não incentiva os seus correligionários a abandonarem  a UNITA em massa para o seguirem. Sente que tal rotura pode fazer com que o CSN seja visto como uma congregação de “desertores”  ou uma “segunda UNITA”. Em razão do qual  o lugar destinado a  segunda figura das listas de deputados da sua coligação  esta destinado a uma personalidade  “não proveniente”  da UNITA.


O assunto da saída tem sido objecto de  reações divergentes dentro da  UNITA. Uns alegam que os estatutos são claros em determinar a expulsão das suas fileiras, ao militante que se filie num partido diferente.  A 4 de Março, no final de um acto de massas na comuna do Hengue, Bailundo (Terra natal dos pais de Chivukuvuku), o Secretario provincial da UNITA, Liberty Chiaka foi duro ao tentar  transparecer que Abel “já não é um factor de vantagem competitiva, mas sim , um factor de instabilidade , portanto, um factor de descrédito para UNITA”  e que “nessas condições , o melhor é mesmo ele partir”.

 

Numa reunião recente da comissão política, o Secretario dos assuntos eleitorais, José Pedro Katchiungo referiu sobre o assunto tendo criticado que ao invés de se conversar com o “grupo de desertores”, alguns “maninhos” mostravam-se numa posição de aplauso. É de opinião que se deve escutar  a corrente desertora, no sentido de evitar a eventual saída.


A saída temporária de Abel Chivukuvuku está a ser aproveitada por correntes do MPLA que promovem a tese segundo a qual “a UNITA vai perder pela saída de Abel”.   Em reação, membros da direcção do maior partido da oposição invocam que até mesmo nas comunas da chamada “Angola profunda”, os seus militantes (com realce aos que não sabem ler) sabem que no dia das eleições, votam   “na bandeira onde há o Galo”.