Angolanas, Angolanos,

Minhas  Irmãs  e  Meus  Irmãos

Cidadãos desta nobre Pátria  da qual nos  orgulhamos,


Apresento-me, perante todos Vós, neste momento,  que considero  de maior relevância, quer para mim, quer para o  nosso País, consciente dos desafios a encetar, para providenciarmos   à nossa Pátria, o renascer de um  sonho nunca afirmado. Façamos com que a história e a posteridade venham  marcar o projecto que hoje vamos desencadear,   como   o começo de uma nova etapa, uma firme união de fé e de vontades, que certamente irá marcar, de forma indelével um novo  capítulo, um  novo marco, na História contemporânea  de Angola.


Este nosso País, na sua curta História como nação soberana, regista três  marcos. O primeiro marco histórico trata-se do dia 11 de Novembro de 1975, data que consagra a conquista da independência nacional, fruto da luta de libertação  contra o jugo colonial, luta essa, que foi liderada por saudosos patriotas perante os quais  me curvo respeitosamente.


» Trata-se de Álvaro Holden Roberto – Pioneiro da luta de libertação nacional  e que nos legou o principio segundo o qual é fundamental garantir ao cidadão angolano a liberdade  e a terra ancestral.


» Trata-se  de António Agostinho Neto,  que proclamou  solenemente a independência nacional o que lhe outorga com o devido mérito o título de fundador do Estado Angolano e nos legou  a divisa segundo a qual – o mais importante é resolver os problemas do Povo.


» Trata-se  de Jonas Malheiro Savimbi, que,  imbuído de um espírito audacioso e inovador, funda a UNITA no interior de  Angola colonizada e assume a Democracia como a via apropriada para a realização do Angolano, tendo - nos legado o paradigma, hoje tão popular, segundo o qual,  a realização  do País não é outra coisa senão a realização do cidadão,  e assim,   primeiro o Angolano, segundo o Angolano, terceiro o Angolano,  o Angolano sempre!


Para Eles, os três artífices da nossa Querida Pátria,   presto homenagem póstuma,  de  profundo e sentido reconhecimento.


Minhas Senhoras, Meus Senhores,


O segundo marco da nossa história, trata-se do dia 31 de Maio de 1991, que consagrou  a aceitação e a instauração do pluralismo político e da democracia, terminando assim um longo período de trevas, das verdades incontestáveis, do ateísmo imposto e de ideologias alheias a nossa  realidade cultural africana.

 

A conquista deste segundo marco da historia do nosso País, foi fruto do sacrifício conscientemente consentido  por jovens angolanos, de todas as militâncias, de todas as origens e de todos os  extractos sociais do nosso País.


De 1993 a 2002,  a Democracia  não  sossobrou  do ponto de vista legal, no entanto  ela não se consolidou do ponto de vista prático e real. Neste período,  Angola  viveu mais anos de lutas fratricidas indecifráveis, fruto de desconfianças endémicas,  fruto de exclusões contínuas, e outras quezílias, logo sucedidas de  abraços  sem sincera irmandade, de palavras sem significado,  de promessas quebradas, e firmados  acordos nunca honrados.


Meus concidadãos,


O terceiro marco da historia de Angola ocorreu a  4 de Abril de 2002, com o advento da Paz,  o que permitiu o renascer da esperança. Este terceiro marco, fruto do esforço e sacrifício de todos os angolanos,  representou uma oportunidade  que exigia  a  definição de novas opções e  novas  escolhas para o futuro comum.


» Deviamos  dar primazia  a Nação ou   as militâncias Partidárias?


» Deviamos construir com justiça a coesão social  ou  iriamos aceitar a continuidade da dominação oligárquica – nepótica  e corrupta?


» Deviamos apostar  verdadeiramente nos valores democráticos ou iriamos  permitir a continuidade do  actual  autoritarismo que nos últimos tempos vai assumindo características  violentas?


» Deviamos  implementar seriamente o Estado de Direito  ou  iriamos continuar a tolerar o abuso do poder e a Lei do mais forte, que hoje impera?


» Neste imbróglio todo, como fica a pessoa humana angolana tão sofrida?

 

Minhas irmãs, meus irmãos. Meus compatriotas.

 

Volvidos dez anos desde  o advento da paz,  deparamo-nos hoje perante esta encruzilhada que exige opções e escolhas.


Dizia “ Mahatma Gandhi “ Acreditar em algo e  não o viver é desonesto.  Também dizia o grande Martin Luther King, “  Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio e passivos sobre as coisas que importam”. 
Meus compatriotas,


Eu, Abel Chivukuvuku, militei na UNITA durante 38 anos. Quase uma vida,  de sacrifício total para o bem da pessoa angolana; dedicada a  busca incansável da justiça social e da igualdade de oportunidades para todos sem nenhuma distinção; dedicada a  uma vivencia e postura  de  total incorruptibilidade; dedicada de forma  determinada a luta  pela  valorização e dignificação do angolano.

 

Na essência, continuo fiel a esses ideais, afinal,  hoje ideais universais.  Com mágoa mas sobretudo com determinação, vejo-me forçado conscientemente a ter de trilhar um novo caminho. Cesso assim, a partir de hoje, a minha militância na UNITA. Para quantos acompanharam os últimos desenvolvimentos a volta da minha pessoa, sabem que não me restaram outras alternativas.  Transmito um agradecimento  pessoal a todos os meus ex companheiros que caminharam ao meu lado nestes 38 anos.


Para todos, o meu obrigado por  tudo o que partilhamos e tudo o que me ensinaram. Para aqueles que durante ou em parte destes 38 anos foram meus adversários, fica a minha palavra de compreensão. É hoje um facto universal o entendimento de que a humanidade deve o progresso aqueles que em etapas e contextos  específicos, questionaram, discordaram e divergiram.

 

Minhas Senhoras, Meus Senhores,


Saio da UNITA, porque não posso negar a Pátria e ao povo angolano, os meus humildes préstimos para o potenciamento de uma oportunidade, a criação de uma via melhor, uma nova esperança, uma nova luz, para a realização do nosso sonho angolano.  Significa,  o surgimento da terceira  via. Vamos lutar para realizar  uma Angola para todos, verdadeiramente  independente e soberana , forte, próspera, moderna,  justa,  solidária, e para além de  todos estes factores, verdadeiramente democrática. O nosso projecto é  por Angola e pelos angolanos.


É um fenómeno  angolano e sobretudo destinado a juventude, futuro do nosso País. Solenemente, anúncio a todos vós, angolanas e angolanos, que vou liderar nas eleições previstas para Setembro de 2012, um amplo movimento  de cidadania,  constituído e aberto para a participação de  distintas e diversas forças politicas, entidades independentes de renome nacional e internacional e movimentos cívicos, estruturados numa  CONVERGÊNCIA AMPLA DE SALVAÇÃO DE ANGOLA,  abreviadamente denominada  – CASA -,  a nossa casa comum , cujos componentes, buscam a realização de uma  vida nova para Angola e para os angolanos.

 

É minha convicção, que uma vida melhor para os angolanos, só será possível com uma nova direcção do País, uma nova Presidência. Que os cidadãos angolanos compreendam o que é óbvio. Não  haverá uma vida melhor com a presidência que temos. Depois de 32 anos  de exercício do poder presidencial nunca eleito, chegou a hora de demonstrar nas próximas eleições que chega.


32 é muito, então mais 5 o que daria 37 anos seria demais para não dizer insuportável.  Chega.


Não será com certeza no próximo mandato de mais cinco anos que o actual Presidente vai realizar o que não conseguiu fazer em 32 anos de poder. Certamente que não. Chega.


A maioria dos angolanos  e sobretudo os jovens,  acham com razão, que chega desta presidência,  mesmo se poucos ousam dize-lo. Digo isto,  com muito respeito, admiração e consideração, para com os  novos movimentos patrióticos e revolucionários juvenis, constantemente violentados e  injustamente apodados de confusionistas,  bem a moda dos colonialistas que qualificavam de terroristas os libertadores da pátria, hoje,   governantes autoritários.  Eu, Abel Chivukuvuku, sou defensor de transformações e mudanças ordeiras e pacificas, e assim será aqui no nosso País,  já tão sofrido.  No entanto, nunca prescindirei dos direitos fundamentais e constitucionais que consagram as liberdades democráticas. Os cidadãos  têm  o direito de exprimir a  sua indignação perante o roubo desenfreado e imparável e os abusos de poder.  A democracia tem de ser defendida.
Minhas irmãs, meus irmãos. Povo angolano.


Neste ano de 2012 é preciso mudar. Lanço este apelo aos angolanos.   É  preciso mudar. Na pior das hipóteses, e como realista que sou,  acho que seria no mínimo e  a todo o custo desejável  acabar com a actual  maioria  asfixiante, cuja  dimensão parlamentar, cometeu o escândalo  de aprovar uma Constituição que permite eleger um Presidente da República, com poderes quase absolutos sem ter que enfrentar o eleitorado, directa e individualmente, angolano para angolano, com coragem, e olhos nos olhos. Por outras palavras, uma eleição presidencial.


O conceito  da figura de cabeça de lista, é somente um artifício  para permitir que alguém  atinja  o poder presidencial,  na boleia de forças  partidárias.   É verdade. Submeteram-nos a esta vergonha.


Para aqueles angolanos, que apesar de descontentes com a realidade actual do nosso País, vivem a angustia de terem que se submeter as lealdades partidárias mesmo quando não concordam, nós propomos a terceira via.


Quem não encontra espaço de realização    nos extremos, que se junte a nós no espaço patriótico que representa o centro.


Meus  Concidadãos,

 

Apelo e desafio todos os patriotas angolanos , muitos dos quais, cidadãos que corajosamente sobrevivem  com enormes dificuldades no seu dia a dia; apelo  particularmente à juventude que legitimamente ambiciona  um futuro melhor; apelo às nossas mamãs que nunca desanimaram; apelo aos meus compatriotas funcionários públicos,  militares, policias e demais agentes da ordem pública sempre prontos para servir a nação e que apenas almejam  uma vivência   digna; apelo aos empresários angolanos que vivem a asfixia de um sistema injusto e sem incentivos; apelo aos intelectuais  que sentem  na pele a  descriminação   por pensarem diferente e serem forçados a pertencer aos  comités de especialidade; apelo aos jornalistas e activistas cívicos que arduamente  se batem pela democracia e pela liberdade de informação, e deixo aqui uma menção de solidariedade para com Filomeno Lopes e William Tonet ;  apelo finalmente  aos “nossos mais velhos”, aos anciãos que foram a nossa fonte de  inspiração e que vivem  a angústia da defraudação  do sonho traído.  Não desistam, ainda vamos a tempo, e é por isso que  estou aqui.


Concidadãos,   é chegada a hora de nos posicionarmos e de mãos dadas darmos o nosso melhor contributo para tornar esta Angola a Terra dos nossos sonhos..

Minhas irmãs, Meus irmãos,  chegou a hora :


» chegou a hora de lutarmos por uma democracia real e efectiva.


» chegou a hora de lutarmos por uma governação patriótica.


» chegou a hora de lutarmos contra a corrupção, o nepotismo, o clientelismo e os desvios  dos bens públicos.


» chegou a hora de termos um Governo do Povo, para o Povo e pelo Povo como disse Abraaham  Lincoln.


» chegou a hora de terminarmos com a hipocrisia  a mentira e a insensibilidade.


» chegou a hora do fim dos Comités de especialidade  que aterrorizam os intelectuais e profissionais, obrigando-os a servir causas que só professam por temor perante  à perda de postos de trabalho  ou mordomias suplementares.


» chegou a hora do fim da utilização do cartão de um partido, nas  empresas públicas ou privadas, como forma de  descriminação, para o emprego ou promoção na carreira profissional.


» chegou a hora da busca da plena realização  dos jovens por via da educação condigna,  da saúde de qualidade, do emprego com remuneração justa, da habitação bonificada.


» chegou a hora de acabar com a falta de água nas casas  do nosso povo.


» chegou a hora de acabar com as demolições selvagens que apenas abrangem as barracas dos pobres sem compensação condigna enquanto as novas centralidades mantêm-se vazias.


» chegou a hora de aprofundar  o dialogo  no que concerne as questões da província   de Cabinda.

Meus camaradas,


Chega de passividade. Chega de fatalismo. Chega de hesitações. Esta é a hora.
Chegou a hora de Angola e dos Angolanos


# Este é o momento de nos afirmarmos  perante a Pátria e o Mundo

» Este é o momento de lutarmos pelo Estado de Direito

» Este é o momento de realizarmos a democracia real.

»   Este é o momento de conquistarmos a   isenção  da Justiça.

»  Este é o momento de efectivarmos a observância da  Ordem Constitucional e não

partirmos os braços de um cidadão apenas por apoiar jovens manifestantes.

»  Este é o momento de lutamos por uma sociedade verdadeiramente  solidária.

»  Este é o momento  de implementarmos  o principio do  mérito  profissional.

»  Este é o momento de adoptarmos  um salário mínimo digno e justo.

» Este é o momento de promovermos a  nossa identidade e diversidade cultural.


» Este é o momento de consolidarmos o usufruto das  liberdades fundamentais.


»  Este é o momento de trabalharmos pela Família, pela  Protecção dos órfãos, pelos idosos, pelos deficientes, pelas crianças     desamparadas, pelas viúvas, pelas mães solteiras, pelas zungeiras.

» este é o momento de lutarmos pela igualdade de oportunidades  para todos os angolanos.

» Este é o momento de construirmos a harmonia e a irmandade entre os angolanos.

» Este é o momento para exigirmos  uma Saúde digna para todos.

» Este é o momento de exigirmos  uma  Educação Pública condigna , desde  a escola primária à universidade.

» Este é o momento de acabarmos com o analfabetismo o que o regime em 32 anos não realizou.


» Este é o momento de lutarmos pelo direito à  habitação condigna.
Enfim, este é o momento de lançarmos a luta contra a pobreza o que verdadeiramente o actual regime não faz.

 

Minhas irmãs, meus irmãos, meus companheiros, meus camaradas.


Este é o momento  de Angola !
2012 é o momento !


Quem está pronto para nos seguir  neste  sério desafio,  nesta caminhada difícil, rumo a um  País moderno e verdadeiramente democrático, assuma isso nestas eleições de 2012.

 

Este é o apelo de um Angolano a outros Angolanos .

 

Estou aqui por Angola, nossa Pátria  terra herdada dos nossos seculares antepassados.


Eu,  Abel  Chivukuvuku , estou disponível, estou pronto !

Caros Compatriotas


Esta é a minha escolha,  e acredito que seja a de muitos de Vós e a de muitos  outros angolanos anónimos espalhados pelo nosso imenso e belo país.
Por Angola e pelos angolanos, só o futuro conta.

 

É nosso dever inscrever este ano de 2012, na História do nosso País , como aquele em que os angolanos  decidiram maioritariamente abrir uma nova página  para a vida de todos nós.

Minhas Irmãs e Meus Irmãos,


Este é o combate do presente, o combate do nosso tempo, da nossa era.  Terá com certeza muitos espinhos, obstáculos inesperados, mas que nos trará grandeza e o sentido  do dever cumprido  quando  realizado.


Tenho muita fé que anunciada a nova escolha,  para esta nova etapa, teremos todos a determinação e a capacidade de persistir   até alcançar o  bem maior da Nação.


Uma Angola que  sirva os Angolanos, que orgulhe os angolanos  e seja a mãe de todos os Angolanos !


Para este nobre propósito, como já referi, Eu, Abel  Chivukuvuku, por Angola  estou disponível, por Angola estou pronto!


Em memória e honra dos nossos antepassados,  eu,  estou pronto!


Eu, Abel  Chivukuvuku, crente em Deus Pai, ergo-me aqui , diante de Vós , meus irmãos e repito : ESTOU PRONTO A SERVIR ANGOLA E OS ANGOLANOS!

É a  hora de Angola !

TUDO POR ANGOLA   E  UMA ANGOLA PARA TODOS.

 

Áudio na íntegra:

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