Dundo - O ex-membro da Comissão Política Nacional e do Comité Permanente da Unita, Joaquim Icuma, anunciou quarta-feira, no Dundo, Lunda Norte, o seu afastamento voluntário e definitivo das fileiras do partido.
 

Fonte: Angop


Antigo ministro do Comércio no Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN), Joaquim Icuma disse ter tomado tal posição porque já não se revê na estratégia política traçada pelos actuais responsáveis do partido, "orientada para satisfazer os interesses de um grupo".
 

Referiu que os propósitos que o levaram a aderir a organização já não são os mesmos, tendo acusado os dirigentes daquele partido de servir os seus interesses e de suas famílias. 
 

Explicou que, decorridas mais de três décadas de militância, chegou a conclusão de que a "Unita é um partido que fala em democracia mas que não a pratica, realçando que os interesses da maioria nacional estão a ser ignorados pelos seus dirigentes".

 
"Aderi a Unita pensando ser um partido que realmente representasse os interesses da maioria do povo angolano e hoje cheguei a conclusão de que o propósito que defendia, na Unita, já não existe e achei por bem deixar o partido", afirmou.
 

Apontou o episódio ocorrido no ano passado, em que foi agredido pelos seus colegas, em plena reunião do Comité Permanente, como outra das razões para abandonar o partido.
 

Consigo abandonaram outros quatro militantes, com destaque para o antigo secretário provincial da organização na Lunda Norte e membro da Comissão Política Nacional e Permanente, Pedro Naweji.
 

Disse não poder continuar a pertencer a um partido que não tem uma linha de conduta que possa atrair os seus membros para a lógica.

 
O representante da organização na região do Cuango, Manuel Simão, o ex-secretário provincial para administração, Nené do Nonato, e o membro António Muamununga fazem igualmente parte da lista de dissidentes.

 
Militante a mais de três décadas, Joaquim Icuma representou o partido na Alemanha, onde coordenou os comités da Unita.
 
 
Note-se que quarta-feira, em Luanda, Abel Epalanga Chivukuvuku, outro destacado dirigente da organização, anunciou a sua demarcação das fileiras do mesmo partido, evocando motivos bastante próximos.
 
 
"Eu, Abel Chivukuvuku, militei na Unita durante 38 anos. Com mágoa, mas sobretudo com muita determinação, vejo-me forçado, conscientemente, a ter de trilhar um novo caminho. Cesso, assim, a partir de hoje, 14 de Março de 2012, a minha militância na UNITA”, disse em conferência de imprensa.
 
 
Para os tempos mais próximos, disse que vai liderar um novo projecto, constituído e aberto a participação de distintas forças políticas, entidades de renome, a nível nacional e internacional, bem assim do movimento cívico, estruturado numa Convergência Ampla de Salvação em Angola  (CASA).