Cassongue – Na província do Kwanza Sul, o secretário municipal do MPLA no Cassongue, Luciano Ngury, esta forçosamente a obrigar a população local a militar  na sua formação partidária, após a UNITA ter exibido em Fevereiro último – numa pequena passeata de massa – os seus eleitores naquela localidade.


Fonte: Jornal Dikas

O Jornal Dikas soube que Luciano Ngury convocou os seus membros e simpatizantes para uma reunião de emergência, onde orientou a desencadeação de uma mega campanha para desencorajar àqueles munícipes a militar-se na UNITA, com argumentos de que a passeata realizada visava o regresso da guerra no país.


Curiosamente, como a mentira tem pernas curtas, a população de Cassongue desvalorizou os argumentos evocados pelo secretário municipal dos “camaradas”. “Este senhor está maluco e não faz a ideia do que é uma guerra”, disse um velho militante acérrimo do MPLA no local, acrescentando que “a população de Cassongue já está consciente que a guerra é coisa do passado, pois essa mentira já não cola”.


Em medida de retaliação as declarações proferidas pelos munícipes, Luciano Ngury orientara os seus seguidores a retirarem, na calada da noite, as bandeiras da UNITA no bairro Correia. “Para os que não cumprirem a ordem ele promete tomar medidas severas, caso o seu partido ganhe as próximas eleições marcadas para este ano”, contou um jovem apartidário.


Além de levar a cabo a sua fraca campanha de porta a porta, para coagir a população a participar nas actividades do MPLA. O secretário municipal do MPLA no Cassongue, Luciano Ngury, província do Kwanza Sul, proibiu a população de ir às igrejas.


Este jornal soube que no passado dia 12 do corrente mês, o ex-administrador daquela circunscrição, Luciano Ngury, convocou a população para uma reunião partidária que teve o inicio às seis horas de manhã, no bairro Correia, obrigando a população a participar.


Os participantes que ausentarem-se nas missas por causa do “meeting” repudiaram energeticamente a atitude ‘colonialista’ de Luciano Ngury. “Domingo é dia de ir igreja e ele nos obriga ir assistir a reunião deles. Isso é brincadeira. Até Deus já não se respeita?”, questionou irritadamente uma militante da OMA.
 

O Jornal Dikas procurou, via telefone, ouvir a versão do acusado, mas não foi possível. No entanto, contactou o secretário para mobilização da UNITA no Cassongue, Alexandre Black, que confirmou a veracidade dos factos. “A situação aqui é preocupante porque cada dia que passa está a tomar insuportável. Agora é importante a intervenção do secretário provincial do MPLA, Serafim do Prado, para por fim a esta desordem”, disse.