Lisboa -   O Fundo Monetário Internacional já libertou a última parcela, no montante de 132,9 milhões de dólares (cerca de 100 milhões de euros), do empréstimo negociado por Angola em novembro de 2009.


Fonte: Lusa


Assim, o pedido de empréstimo, no valor global de 1.330 milhões de dólares (cerca de 1.000 milhões de euros) fica integralmente satisfeito.


O pedido de ajuda de Angola ao FMI deveu-se à necessidade de Luanda reconstituir as suas reservas de divisas, na sequência da crise mundial de 2007 e 2008, ditada pela quebra do preço do petróleo.


Nesse sentido, naquela altura as autoridades angolanas estabeleceram um Acordo Stand-By, contemplando uma ajuda, pelo prazo de 27 meses, em seis tranches, com a última a ser entregue em função da avaliação.

Num comunicado enviado à Lusa, o subdirector-geral e presidente em exercício do Conselho de Administração do FMI, Min Zhu, louvou as autoridades angolanas pela conclusão com êxito do Acordo Stand-By e pela realização do seu objetivo de restaurar a estabilidade macroeconómica.


As autoridades angolanas «empreenderam um ajuste fiscal considerável, regularizaram volumosos pagamentos internos em atraso, voltaram a acumular reservas internacionais, estabilizaram a taxa de câmbio e reduziram a inflação».


O FMI assinalou ainda que foram adotadas «medidas decisivas para reforçar a responsabilização pelos gastos públicos e aumentar a previsibilidade das transferências das receitas petrolíferas».


A «eliminação gradual das operações quase-fiscais»da Sonangol, com a integração destas no orçamento-geral do Estado, e a criação de grupos de trabalho interinstitucionais para monitorar e reconciliar os fluxos de receita do petróleo para o Tesouro, foram outras medidas reconhecidas pelo FMI.


A instituição financeira mundial vincou, todavia, a necessidade de Luanda dar prioridade ao reforço da capacidade de supervisão do Banco Nacional de Angola «para administrar cuidadosamente a implementação da nova lei cambial para o sector petrolífero».



«O sucesso dos esforços de desdolarização da economia dependerá da implementação sustentada de políticas macroeconómicas sólidas e da criação de instrumentos de poupança denominados em kwanza».



Para o futuro, Luanda deverá ainda «reconhecer a necessidade de sustentar o ímpeto das reformas, continuar a melhorar a governança a transparência e fortalecer o ambiente de negócios, a fim de assentar as bases para a diversificação da economia e o crescimento inclusivo».