Luanda - O ensaio intitulado a Liberdade de Expressão e de Imprensa... será apresentado no dia 6 de Abril as 14 horas no restaurante Jacaré, diante da Clínica do Prenda.


Fonte: Club-k.net

A obra é da autoria de Domingos da Cruz. Este livro foi inviabilizado o seu lançamento no ano passado, mas o autor manteve-se em silêncio dada a reincidência do procedimento.


A obra foi prefaciada pelo reitor da Universidade técnica de Moçambique, António Daniel.


De acordo com trecho da obra, “apesar (do) optimismo exagerado, existem leituras críticas em relação a atuação da mídia. Embora se reconheça o impacto da mídia, da importância do seu uso livre para o “desenvolvimento humano autêntico”(João Paulo II, s.d.), uma leitura equilibrada e realista leva a identificar as zonas cinzentas: ela teve um papel negativo nas duas guerras mundiais; fortaleceu o genocídio do Ruanda de 94; com o 11 de Setembro ela “diabolizou” o mundo Árabe e Médio Oriental; fortalece ditaduras ferozes; deu margem de manobras ao crime transnacional organizado na rede mundial de computadores de difícil combate; contribui para a homogeneização do mundo; cria uma falsa imagem doutras realidades periféricas ao mundo Ocidental opulento e imperialista; abre chagas morais na “infância mundial”, exclui o discurso pós-colonial etc. O bom senso conduz ao reconhecimento da liberdade de imprensa como uma “faca de dois gumes”: a bondade e a malícia dela depende do uso de que se faz. As críticas são conduzidas essencialmente em duas linhas: i) Mídia como manifestação do poder e do grupo dominante. Para estes críticos a mídia está condicionada ao poder político, econômico, tanto no plano nacional quanto internacional. Não é por acaso que hoje se fala largamente da geopolítica e economia da comunicação e ii) Miséria ética. Vê-se a mídia como espaço de destruição moral. A clareza desta questão é lógica. Ora, se a mídia pertence aos detentores do poder econômico  e político, seguramente que a  cosmovisão destes não corresponde com a comunidade geral e por conseguinte a sua ética não tem nada a ver com este grupo maioritário que não têm poder econômico e político. Com o poder persuasor da comunicação, instrumentaliza a sociedade ao seu favor, usando da violência simbólica hegemônica para a construção de uma sociedade imaginária na qual todos  ficam atolados como no cárcere!”


Domingos da Cruz é Filósofo, Pedagogo e Jurista. Graduado em Filosofia e Pedagogia pelo IDBES e Mestre em Ciências Jurídicas- especialização em Direitos Humanos pela Universidade Federal da Paraíba-UFPB- Brasil. Jornalista, Escritor, Pesquisador, Docente e vencedor do Prêmio Nacional de Direitos Humanos, Categoria Ricardo de Melo.


Membro do (NCDH) Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da UFPB, actuando no GT de Investigação em Segurança Pública e Direitos Humanos. Membro convidado do grupo de pesquisa sobre Retórica e Direitos Humanos do CCJ (Centro de Ciências Jurídicas).


Lecionou a cadeira de Direitos Humanos no Instituto Superior de Ciências Sociais e Relações Internacionais (CIS).