Luanda - Hoje os trabalhadores de todo o mundo celebram o 1º de Maio. Em Angola, infelizmente a data é comemorada sob o espectro do desemprego, da crise económica, dos baixos salários e da falta de oportunidade dos trabalhadores angolanos, ante a“chinezomania”.


Fonte: CASA-CE

A CASA-CE, agora legitimada pelo Tribunal Constitucional, solidariza-se com todos aqueles que buscam na adversidade a abertura de uma oportunidade para se vencer a falta de emprego, em Setembro de 2012, através do seu voto.


A CASA-CE reconhece que a partidarização do movimento sindical constitui um handicap na luta dos trabalhadores, pois Angola parece ser o único lugar onde a população laboral activa se cala ante a desastrosa política económica e social.


A CASA – CE denuncia com veemência a política actual que atira para a lama os seguintes segmentos:
 

a) mais de 80 mil trabalhadores da indústria têxtil estão votados ao abandono, porque o governo transformou as unidades fabris em armazéns para a venda de produtos importados do exterior;

b) cerca de 5 mil trabalhadores da indústria salineira, foram relegados ao desemprego forçado em Benguela, no Namibe, no Soyo, em Cabinda e, principalmente, em Luanda, cujas unidades de produção, em Cacuaco, foram alienadas para interesses imobiliários, enquanto no Leste, Sudeste e Sul do país existe uma gritante carência de sal alimentar;

c) mais de 1500 médicos angolanos que foram de bolsa para Portugal, não conseguem regressar por falta de políticas de colocação e dignificação profissional, enquanto milhares de outros profissionais, como enfermeiros e especialistas, são impedidos de ter acesso a postos de trabalho pela barreira da idade, não obstante terem formação adequada, pois só são admitidos, na Função Pública, trabalhadores até aos 35 anos, mas muitos só acabam a formação depois desta idade e já não são integrados, só lhes restando o desemprego como solução;

d) os trabalhadores do comércio não têm futuro, pois o governo vem adoptando políticas de fomento ao desemprego, em detrimento dos trabalhadores estrangeiros, basta ver o que se passa com os Nossos Super, onde o Estado investiu mais de 100 milhões de dólares e sem qualquer justificação encerrou os mesmos, para os privatizar a favor de membros do comité central do MPLA;

e) a Educação pese embora o facto de precisar de trabalhadores, tem neste momento mais de 5 mil professores no desemprego e outros 7 mil na condição de contratados, por não haver autorização para a sua admissão na Função Pública, cada vez mais partidarizada a favor do partido do governo;

f) a chamada angolanização no sector petrolífero está à mercê de empresas angariadoras de mão-de-obra, pertencentes aos membros do regime, que não curam de defender os direitos dos trabalhadores, mas sim das empresas estrangeiras, pois a maioria tem contratos precários e o mais das vezes, com a cumplicidade de determinados escritórios de advogados, não se coíbem de desempregar os técnicos angolanos, sem qualquer remuneração;

g) mais de 10 mil trabalhadores da indústria mineira estão votados ao desemprego nas Lundas, face à privatização das minas a favor de generais e membros da nomenclatura, que na ausência de políticas sérias de controlo dos seus parceiros estrangeiros, pouco se importam com o trabalho dos mineiros angolanos;

i) no sector da construção existem mais de 15 mil desempregados, pois a opção governamental é a de estimular a mão-de-obra chinesa, portuguesa e brasileira em detrimento dos angolanos, que quando trabalham nas empresas internacionais têm salários de miséria; Isto sem falar nas outras centenas de milhares de desempregados angolanos;


Por tudo isso vai o alerta da CASA – CE, para que o actual governo possa assumir as suas responsabilidades com sentido de angolanidade.


Nesse sentido denunciamos o incumprimento de promessas reiteradamente anunciadas sem que na realidade se veja melhoria alguma na condição de vida dos trabalhadores que têm a sorte de ter um emprego e a pouca sorte de serem pagos com um salário miserável.


Denunciamos os atentados às lutas pela melhoria de condições de trabalho e remuneração, nomeadamente as ameaças pronunciadas pelo governador de Luanda, Bento Bento, proferidas contra os enfermeiros que tinham decidido entrar em greve.


Denunciamos a operação de “charme” do executivo, num alarde de considerações que frisam o ridículo, a propósito de empresas felizes, que, bem vistas as coisas, os dedos das duas mãos devem chegar para as enumerar.


A CASA-CE compromete-se a alterar o sentido profundo do Orçamento Geral do Estado (OGE) e fazer campanha para implementar uma nova política, em que a dignidade e as condições de vidas de todos osa trabalhadores de Angola sejam valorizadas;


Trabalhadores de Angola, levantai-vos, a luta pela dignidade laboral, assim como pela liberdade, nunca vos será oferecida de mão beijada, tendes de conquistá-la.


Todos por uma Angola
Uma Angola para Todos
Tendas NÃO! CASA, SIM 


CASA-CE
Convergência Ampla de Salvação
de Angola – Coligação Eleitoral
Rua Cabral Moncada, 179-A
Zona Sagrada Família
Luanda - Angola


A CASA-CE está convosco.