Benguela -  O general Armando da Cruz Neto (ACN) ameaçou, terça-feira (7),  os trabalhadores em greve do edifício do governo provincial em despedimentos caso não regressem ao trabalho.


Fonte: Club-k.net


O episódio que foi dado a conhecer ao Club-K, aconteceu na manha de terça-feira quando ACN se dirigiu aos trabalhadores que observavam a greve conforme a sua declaração do dia 11 de Abril de forma considerada baixa e arrogante.  A nossa fonte adiantou que o general regressado recentemente de um período de convalescença, ao questionar do porque da paralisação dos trabalhos, não deu oportunidade aos trabalhadores de se pronunciarem, tendo utilizado o gesto de “calem a boca”, “Eu já comandei mais de 500  homens armados” e outras asneiras que a fonte não precisou.

Apercebendo-se os trabalhadores que o general “envermelhava-se” de “raiva” chamaram o primeiro secretário sindical do governo provincial que o explicou os passos que foram dados até ao decreto da greve, mas que este mais uma vez optou por um comportamento pouco digna para um governador e oficial superior do exército. “Agora você é que vai resolver os problemas dos trabalhadores, quero ver se tens capacidades” respondeu ACN para o sindicalista que mais não fez do que se calar.


Num acto invulgar na história do sindicalismo angolano desde 1992 os trabalhadores conseguiram fechar as actividades das administrações municipais e de zona e prometem encerrar os serviços funerários se depois dos cinco dias de greve o “patrão” não dar qualquer solução as suas reivindicações.


Os trabalhadores das administrações municipais da província de Benguela  filiados ao Sindicato da administração publica, saúde e serviços da Unta–CS decretaram uma greve interpolada dia 11 de Abril e começou a ser vigorada dia sete deste mês, depois de uma ano de negociações.

Segundo o Club-K apurou durante um ano, as partes foram trocando correspondências, incluindo com o ministério da administração do território e das finanças sem que contudo se desse solução aos problemas dos trabalhadores que se resumem na revisão e actualização das categorias com base nos respectivos diplomas legais, uniformização dos salários para todos os trabalhadores da função pública, subsídios por serviços prestados em condições de risco entre outros.

Comunicação social impedida de noticiar greve dos trabalhadores das administrações municipais


Na sequência do movimento de greve, o general ACN orientou o silencio total da greve que vigora já a três dias por parte dos órgãos de comunicação social sedeados em Benguela e no Lobito, num acto em que os seus profissionais lamentam mas que em nome do “pai das crianças” nenhum responsável ousou desafiar mais este pontapé a uma das liberdades fundamentais do homem, também consagrado na nossa constituição “o direito a informação”.


Entretanto longe das preocupações dos trabalhadores das administrações municipais, ACN e pares entregam-se de corpo e alma em actividades de elite das festas da cidade de Benguela como as provas de motas e carros na praia morena e a feira de Benguela cuja organização está entregue a uma empresa de interesses próximos.