Luanda - O povo de Luanda aderiu em massa à convocação da UNITA para uma manifestação pacífica realizada ontem dia 19, que exigiu das autoridades  a  realização de “eleições livres, justas e transparentes, nos termos da lei”.


Fonte: Club-K.net


As multidões vieram de todos os distritos de Luanda e de todas as classes sociais.  A esmagadora maioria eram jovens dos 17 aos 35 anos, para quem a mensagem de mudança e esperança da UNITA significa muito.


O tráfego no troço Viana/Luanda ficou entupido por mais de três horas devido à avalanche de manifestantes provenientes de Viana e Cazenga, municípios que somam cerca de um milhão de eleitores. Muitos deles não chegaram a tempo de ouvir o discurso de Samakuva na íntegra.


A concentração começou por volta das 9H00, ali na antiga Feira Popular, junto à Unidade Operativa da Polícia, no perímetro dos Congolenses. Apesar de o MPLA ter colocado músicos de renome a cantar de borla mesmo ao lado só para atrapalhar, o povo desta vez rejeitou a cerveja do MPLA para ir ouvir a mensagem da UNITA, mesmo sem água.


Quando o líder da UNITA, Isaias Samakuva, chegou ao local de partida da marcha, em sentido contrário, o povo saíu a correr para saudar e abraçar Samakuva, rompendo o cordão de segurança montado pela polícia. 


Depois de percorrer alguns metros, Samakuva teve de subir a um palco improvisado para dirigir, ele próprio, a multidão que o obedeceu de imediato. A marcha prosseguiu então ao som de cânticos e slogans que destavam a UNITA e o seu líder.


O local indicado pelo Governo Provincial para o acto central da manifestação apenas albergou cerca de 60,000 pessoas. As demais encheram por completo a Avenida Deolinda Rodrigues, desde o Largo da Família até à unidade operativa da Polícia. 


Estima-se que mais de 500,000 participaram na manifestação mas apenas um quinto terá ouvido o comício devido a falhas verificadas no sistema de som. Este número não inclui outros milhares que ficaram nas paragens do interior do Cacuaco e Viana por exiguidade de transportação.


Mfuka Muzemba, líder da JURA, Fernando Heitor, Primeiro-Ministro doGoverno Sombra e os deputados Kamalata Numa, Silvestre Samy e Makuta Kondo animaram a multidão com as suas mensagens.

Na sua mensagem, aguardada com muita expectativa, Samakuva redefiniu a luta actual como sendo “a luta entre Angola e o MPLA”.


Onde fica aquele ponto, aquele rio, aquele marco que Angola tem de atravessar para tornar-se uma Nação realmente democrática? Qual é a fronteira da democracia angolana? – indagou o líder da oposição.


“A fronteira da nossa democracia”, elucidou, é a conversão efectiva do MPLA à cultura democrática. É a luta por eleições livres, justas e transparentes em Angola. Quando Angola vencer a luta por eleições livres, justas e transparentes, nos termos da lei, teremos atravessado a fronteira da democracia angolana. E isto tem de acontecer agora, em 2012. É ou não é verdade?”