Luanda – “Execução de Comissários (governadores) provinciais”: Na noite de 27 de Maio de 1977, depois de ter sido atendido no posto de socorros devido a ferimentos graves, fui transferido para a cela 1 do corredor da morte, onde estive acompanhado de um homem de poucas falas, o tenente Meco. Levaram-nos arroz e peixe frito para jantarmos, mas nem ele nem eu lhe tocamos.


Fonte: Club-k.net

Fiquei bastante assustado quando me apercebi de que estavam a soldar todas as aberturas das portas, privando-nos assim de qualquer tipo de comunicação e de receber comida a não ser quando abrissem as portas de ferro. Vivíamos, precisamente, o momento em que os partidários de Nito Alves haviam desencadeado um ataque ah Cadeia e em que só com a intervenção dos cubanos se restabeleceu a ordem anterior. Foi no rescaldo desta situação que se passou algo que a minha memoria insistentemente torna presente.


Encontrava-me eu (Américo Cardoso Botelho), nesse exacto momento, na cela colectiva C, quando uma inquietação contagiante nos foi engolindo no esforço de perceber o que se passava naquele 28 de Maio de 1977. Um dos companheiros de cárcere levanta a ponta do véu: “Estão a entrar vários comissários (governadores)”.


Não foi difícil identificar estes recentes hóspedes da cadeia pois eram pessoas bem conhecidas de muitos de nós: pudemos identificar os Comissários (Governadores) provinciais João Manuel da Silva (Kitumba) de Malange, Estêvão Gungo Aarão de Benguela, Kongo do Kwanza Norte, Fortunato de Luanda, Kwanza Sul, (Manuel Emílio Braz) da Huíla e (Ho Chi Min) do Zaire. Com eles uma procissão de militares e um coro de insultos: “Fantoche… bandido… inimigo do povo!”. As horas e os dias seguintes foram preenchidos por gritos e prantos vindos dos locais de torturas.


Pouco tempo após a entrada destes Comissários em São Paulo – talvez um ou dois dias depois – apercebemo-nos da presença de Ludi Kissassunda, o director nacional da Segurança (DISA). Como sempre, acompanhado de oficiais cubanos, vinha na qualidade de arauto de ameaças de toda a espécie, o que incluía o fuzilamento.


Só voltamos a ver três dos Comissários no dia 3 de Junho de 1977. Eram 16 horas quando, sob escolta de Akas, observamos que deslocavam os Comissários de Malange, Benguela e Kwanza Norte. Foram conduzidos para as salas de interrogatórios, um para cada sala, e entregues a torturadores diferentes. Sei que o Comissário político do Kwanza Norte ficou sob a alçada do capitão Carvalho, distinto torturador.


O massacre durou até à meia-noite e meia. De regresso às celas, eram já cabeças disformes, rostos desfigurados, sangue, corpos flagelados carregando o peso de agressões desmedidas. O ódio era tão grande que, dir-se-ia, era necessário matar duas vezes. A primeira traduzia-se nesta violência sem medida que deixava muitos ah beira da morte; a outra, a definitiva, concretizava-se fora da cadeia, quanto possível longe de qualquer testemunha.


Tinham corrido aí uns vinte minutos quando nos apercebemos da chegada da ambulância e de vários jipes; e a procissão dos comissários de Malange, Benguela e Kwanza Norte recomeçou acolhitada pelo escárnio e a violência do costume. A ambulância esperava-os, encostada àquela parede do parque dos automóveis continua ao refeitório dos praças. Ali estava também, bem ah vista, uma bateria de instrumentos – pás, picaretas, enxadas – exibidos sem pudor como profecia de um destino tão próximo quão definitivo (pelas noticias que íamos conhecendo sabíamos que por vezes os condenados eram obrigados a cavar a sua própria sepultura).


Os comissários não tinham mais duvidas. Entre olhares e palavras a troca de uma certeza: “Vamos morrer!”. Depois de amontoados na ambulância com alguns soldados, as portas fecharam-se e a viatura arrancou sob escolta dos jipes. O destino, todos nós o adivinhávamos por entre sentimento de medo, compaixão e revolta.


Estávamos já em Outubro, no vigésimo primeiro dia do mês, quando, depois de um longo jejum de sol, circulando pelos pátios, fomos surpreendidos pelo reconhecimento de um daqueles que todos pensavam fuzilado naquela noite de 3 de Junho de 1977. Tratava-se de Kongo, comissário do Kwanza Norte. Ele próprio, de viva voz, nos contou que, naquela noite, a ambulância tinha parado junto da sede da DISA ah voz de um oficial que perguntou: “São os Comissários?”. Quase de imediato abriram a porta da ambulância pondo a descoberto o horror estampado nos rostos dos condenados.


Aproximou-se um capitão: “Este fica para ser ouvido pela DISA” – e fazem sair o Comissário Kongo. De facto, no grande relatório publicado pelo Bureau Político do MPLA, entre as dezassete fotografias dos fuzilados lá estava a de Kongo. Fizeram-no regressar a São Paulo, instalaram-no no Comboio, mas nós continuamos durante vários meses na ignorância do sucedido.


Kongo tornou-se para nós uma testemunha preciosa e fidedigna de tudo aquilo que tinha acontecido com os Comissários de Malange e Benguela. Os encontros ao sol que se seguiram revelaram-se surpreendemente ricos de informações. Por ele pudemos conhecer a natureza das agressões de que foram vitimas – Kongo contou que foi espaçando com um chicote preparado com um nó na ponta, que os braços lhe foram atados atrás das costas de tal forma que todo o seu corpo se transfigurou em dor. Tudo isto servido com canos de armas aprontados ah cabeça por entre ameaças de raiva e desprezo: “Mato-te aqui meu bandido!”. Através dele pudemos saber que aquela sessão de tortura, em salas separadas, antes de serem despejados na ambulância, tinha o objectivo de os fazer assinar um auto. Eh claro que a pressão das circunstancias não deixava margem para escolhas – os autos acabaram por serem assinados. No entanto, como eh fácil concluir, o tempo que mediou tais assinaturas e a chegada da ambulância não permitiu qualquer processo judicial de condenação, testemunho indesmentível de uma flagrante violação dos direitos mais elementares de qualquer cidadão. Quanto a razoes para esta prisão, Kongo apenas lhes ouviu uma: o facto de ser amigo de Nito Alves, que havia sido Ministro da Administração Interna.


Kongo não tinha palavras para exprimir o terror que sentiu quando viu a pá, a picareta e a enxada que os esperavam junto da ambulância. O Comissário de Malange estava tão desesperado que, já dentro da ambulância, quis continuar a acreditar que estavam a ser deslocados para o hospital com o intuito de lhe serem prestados cuidados médicos.
Estávamos pois, mais uma vez, no curso da operação de limpeza dinamizada por Neto depois do 27 de Maio de 1977 (da 1ª Região Militar parece ter escapado, apenas, Ho Chi Min, porque era de Catete, terra do camarada Presidente).


Kongo refere que após a sua prisão fecharam o comissariado e prenderam os funcionários. Mas fizeram coisas piores. O Comissário recorda aquele comandante do Batalhão de Bolongongo que, dirigindo-se em serviço ah sede da capital do Kuanza Norte, nos primeiros dias do mês de Junho de 1977, foi morto em plena rua. O responsável máximo da DISA nesta província preferiu adiantar o termo da sua vida com um tiro suicida, antes que os cubanos o fizessem.


O Comissário lembra, ainda, o caso do comandante Terramoto a quem as consequências das torturas conduziram in exstremis ao Hospital Militar, depois de ter estado abandonado ah sorte das infecções e doenças em São Nicolau. Ainda antes da necessária recuperação pós-operatória foi transferido para a Casa de Reclusão (CR) onde quase conheceria a morte pois muitos dos tecidos danificados acabaram por se encontrar num estado de necrose fatal.


Mas também de Luanda ele tinha notícias dramáticas. Conhecia, também, o sucedido logo depois do 27 de Maio, sob as ordens de Ludi (Kissassunda) e Onambwe, quando fizeram avançar tanques e bulldozers sobre o Bairro de Sambizanga – bairro sobre o qual recaiam muitas suspeitas de não alinhamento com o MPLA -, abrindo caminho sobre as casas e atingindo as pessoas que ai se encontravam, em grande parte mulheres e crianças.


O resultado foi uma estrada de sangue e lágrimas no mapa do sofrimento do povo angolano, mapa obscuro, pois nunca foi estimado o número de vítimas que esta operação terá provocado. Um professor de Luanda, o Juca, confirmou estas notícias de Kongo sobre Luanda, precisando que este era um daqueles crimes que o povo luandense nunca perdoaria ao MPLA. Referiu, ainda, as inúmeras prisões que se fizeram de seguida em vários bairros, prisões que conduziram, pura e simplesmente, ah perda de rato de tantos e tantos habitantes de Luanda.


Nas palavras do Comissário Kongo e do seu colega Comissário do Kwanza Sul vislumbramos as tragédias que se passavam, também, na fortaleza de S. Miguel (Museu das Forcas Armadas), cujos cárceres haviam experimentado antes de serem instalados em São Paulo. O Comissário do Kwanza Sul tinha conhecido as coronhadas e o chicote dos agentes José Vales e Baião. E no dia 11 de Outubro de 1977 foi um autêntico “bombo da festa” dos agentes Ambrósio, Limão, Bonifácio, Diamantino e António Gaspar Conceição, que exultaram com as humilhantes agressões que infligiram no corpo deste alto dignitário político. Era o prenúncio de algo de mais trágico.


No dia seguinte, este comissário foi visto numa daquelas ambulâncias que perpetravam o desaparecimento. Nunca mais obtivemos qualquer notícia sobre o seu paradeiro.
Kongo exprimiu, por várias vezes e diante de mim, a convicção de que Neto era o orquestrador-mor de todo este programa de execuções. Mas a sua indignação foi adquirindo um carácter publico, sobretudo depois de ter tido conhecimento, no dia 23 de Agosto de 1979 e por meio do próprio juiz do TPR (Tribunal Popular Revolucionário), que tinha matado o Major Tonton. Nesse dia gritou, do primeiro andar, onde estava, a indignação que lhe agoniava a alma – as torturas, a ambulância da morte, a execução do Major Tonton, a pá e a picareta, nomes de torturadores, como o do tenente Pereira, tudo isto gritou numa raiva que já não podia conter no silencio. A situação tornou-se devera comprometedora para o tenente Pereira que por ali passava e, sob os oráculos de Kongo, teve  de suportar o sarcasmo dos presos que ali se encontravam. Se Kongo tivesse avançado com tais ousadias uns meses atrás teria conhecido represálias imediatas, mas depois que o problema das violações dos direitos humanos em Angola foi levantado na reunião da OUA (Organização da Unidade Africana), em Monróvia (capital da Libéria), diante do próprio Agostinho Neto, os comportamentos repressivos sofreram alguma contenção.


Os gritos de indignação de Kongo alimentavam-se, no entanto, de uma outra novidade: no Comando, deram-lhe a noticia de que o seu processo se tinha extraviado e, agora, era necessário elaborar outro. Kongo, que nem sequer sabia o conteúdo do auto que dois anos antes havia sido obrigado a assinar, aproveitou para reafirmar a sua inocência, lembrar o seu passado de luta no MPLA e denunciar, mais uma vez, aquela noite de morte os seus colegas Silva e Aarão.


Recordo ainda o 15 de Dezembro de 1979, quando o Ministro do Interior, e mais tarde Ministro da Defesa, Kundi Payama, visitou São Paulo, dia em que quiseram trazer todos os presos para a parada – “p’ra ministro ver”. Kongo recusou-se a sair da cela, gritando palavras de ordem denunciadoras dos crimes do MPLA, e ninguém o conseguiu demover desta sua pretensão.


Alguns dias depois, na noite de 23 de Dezembro, fomos surpreendidos por gritos de aflição no meio do barulho das portas transformadas em instrumentos de percussão. Ouvimos os soldados correrem e subirem para a cela G, uma cela comum. Kongo tinha tentado pôr termo ah vida, tal como havia ameaçado quando lhe disseram que teria de assinar um novo auto. Ah própria família tinha comunicado que queria pôr termo ah sua vida, recusando os alimentos e roupa que lhe faziam chegar. Valeu-lhe a estima que lhe dedicavam os outros presos que, numa vigilância apertada, permaneciam atentos a tudo aquilo que ele fazia. Era cerca da meia-noite quando o levaram para o Comando, onde veio a permanecer o resto da noite. Entretanto, a família, cada vez mais dilacerada, movo o céu e a terra para tentar fazer algumas coisas por ele – apesar das circunstâncias, viam agora mais viva a esperança de que o libertariam em breve.


Quando o tornamos a encontrar ouvimos as repetidas razoes do seu desespero: depois do que havia acontecido aos seus colegas Comissários, depois de exterminado todo o seu comissariado do Kuanza Norte e depois de tantos anos de sofrimento ali em São Paulo, não tem já forca para olhar os rostos dos algozes, e a vida tinha-se tornado um peso insuportável.


As denúncias que Kongo tornava cada vez mais publicas começavam a incomodar demasiado. Era necessária uma solução. Assim, para o Comissário Kongo, a liberdade chegou no dia 5 de Janeiro de 1980, pelas 12.50 horas, depois de trinta e um meses de cárcere. Todos quiseram ver à sua saída, não sem algumas lágrimas a toldar o horizonte, onde estavam bem gravadas as barbaridades que fizeram dele uma memoria viva das vitimas da violência organizada pelo MPLA. Posso dizer que esta terá sido uma das mais comovedoras saídas da prisão”.


Ref.: BOTELHO, Américo Cardoso, HOLOCAUSTO em Angola, pp. 124-129, Nova Veja, 2007



“Comissão de Lágrimas"


A chamada Comissão de Lágrimas foi criada pelo Bureau Político do MPLA, com o objective de seleccionar os depoimentos dos presos do 27 de Maio (1977). No entanto, como veremos, alguns dos seus membros interrogaram e provocaram os detidos. A Comissão era constituída maioritariamente por quadros e intelectuais, alguns argelinos, designação atribuída durante a luta de libertação a mestiços e brancos que tinham estado exilados na Argélia. Dela fizeram parte: Iko Careira, Henrique Santos (Onambwe), Ambrósio Lukoki, Costa Andrade (Ndunduma),  Paulo Teixeira Jorge,  Manuel Rui Monteiro,  Diógenes Boavida,  Artur Carlos Pestana (Pepetela),  José Mateus da Graça (Luandino Vieira),  Agostinho Mendes de Carvalho, Henrique Abranches,  Eugénio Pereira (filho), Rui Mingas, Beto Van Dunem, Rui Guilherme Cardoso de Matos (o major do charuto),  Paula Pena,  e outros não identificados.


Um dos que passou por esta Comissão foi o historiador Carlos Pacheco. Recorda-se de que, ah volta da mesa, no Ministério da Defesa, se sentava Costa Andrade (Ndunduma), Manuel Rui Monteiro, Diógenes Boavida, Ambrósio Lukoki, Artur Carlos Pestana (Pepetela), Paulo Teixeira Jorge e Paula Pena.


Ndunduma acusou-o de ter sido recrutado pela CIA, no Brasil. Mas, tendo Pacheco exigido que dissesse o nome da pessoa que o recrutara, respondeu que fora o professor universitário Albuquerque Mourão, um amigo dos independentistas angolanos desde os tempos da “Casa dos Estudantes do Império”, em Lisboa.


Depois, quiseram saber o que andara a fazer, nos anos de 1975 e 1976, junto do Presidente da República de Angola. Pacheco respondeu-lhe que não revelaria o que fazia sem autorização de Neto. Se lhe mostrassem a autorização, então diria. Mas insistiram na pergunta, argumentando que estavam ali mandatados pelo Presidente, motivo que o obrigava a responder.


Manuel Rui Monteiro acusou-o, então, de ser um agente do KGB. Seria pois, um agente duplo, da CIA e do KGB. Diógenes Boavida, por seu lado, acusou-o de ser ideólogo do golpe de Estado, acrescentando que eles, os comunistas, queriam tomar conta da situação em Angola. Pacheco declara não ser, nem nunca ter sido, comunista. Também Ambrósio Lukoki formulou acusações. E o major do charuto ameaçou aplicar-lhe a tortura das cordas.


Contudo, como não lhe dizia o que queriam, Ndunduma foi buscar dois militares ameaçando: - Como tu não falas, vamos entregar-te aos militares, que saberão tratar de ti. Outro dos que passou por esta Comissão foi o então estudante António Jorge Marques, hoje medico psiquiatra. Lembra-se de o major Carlos de Matos ter declarado logo de inicio: Isto é um pró-forma, porque o Presidente Agostinho Neto acha que temos de interrogar os intelectuais. Por mim, acabava já a conversa. O destino está traçado. E o meu amigo andou.


O inquiridor principal foi Artur Carlos Pestana (Pepetela). Num registo particularmente agressivo, queria saber quais eram as suas actividades, se e quando tivera reuniões, quem contactava, como funcionavam as ligações entre os sectores da educação, da saúde e da função publica. E, quais eram as ligações ao PCP e ah União Soviética.
Foi, também, interrogado por Manuel Rui Monteiro. Agostinho Mendes de Carvalho, como bom africano, adormecia nos momentos cruciais, para não ter de votar.

Humilharam-no profundamente, acusando-o de ser um má pessoa, um fraccionista envolvido num golpe. E que pretendia atentar contra a vida de Agostinho Neto. Não lhe deram qualquer papel para assinar, mas tudo foi gravado.

O coronel Costa Martins também compareceu perante a Comissão das Lágrimas. Recorda-se que Manuel Rui Monteiro lhe fez duas ou três perguntas sobre a sua ida a Estocolmo, a mando de Agostinho Neto. Maria da Luz, na altura com 47 anos, também se lembra de ter comparecido nesta Comissão, onde foi interrogada por Pepetela e Manuel Rui Monteiro.


Manuel Rui Monteiro queria saber se conhecia Nito Alves. Respondeu que sim, que lhe fora apresentado por Agostinho Neto, por altura da independência de Moçambique, como um herói da 1ª Região Militar. Como não fazia o que pretendiam, Rui Monteiro não hesita em dizer:
- A minha vontade era dar-lhe um par de bofetadas. Você não colabora. Vejo-me , pois, obrigado a entrega-la aos militares.
Os detidos passavam, pois, para os militares. E para as torturas.”

Ref.: MATEUS, Dalila Cabrita, & MATEUS, Álvaro, Purga em Angola, Nito Alves, Sita Valles, Zé Van Dunem, o 27 de Maio de 1977, pp. 116-118, ASA Editores S.A., Lisboa, 2007


“Mandantes, executantes e cúmplices"

Além de Agostinho Neto (ele próprio ou o seu chefe de gabinete, Hermínio Escórcio), terão sido mandantes Lúcio Lara, Iko Carreira, João Luís Neto (Xietu) e Henrique Santos (Onambwe).
Dos executores, poderão destacar-se António Carlos Silva, Carlos Jorge, Pitoco, Margoso, José Maria, Peliganga, José Vale, Geitoeira, Cristiano André, Eduardo Veloso, João e Henrique Beirão, Seca Franca, Baião, Miguel de Carvalho (Wadijimbi), Changulo, Evadi, entre outros”.


Ref.: MATEUS, Dalila Cabrita, et MATEUS, Álvaro, Purga em Angola, Nito Alves, Sita Valles, Zé Van Dunem, o 27 de Maio de 1977, p. 152, ASA Editores S.A., Lisboa, 2007


José Fragoso, sobrevivente do holocausto apresenta uma outra lista dos executores:
“Manuel Pedro Pacavira, Beto Caputo, Carlos Jorge, Tino Peliganga, Eduardo Veloso, Luís dos Passos da Silva Cardoso, António Marta, Miguel de Carvalho “Wadijimbi”, Félix António Pedro “Camaketo”, Cunha da Policia, Saturnino do Uíge, Pitok, Osvaldo Inácio, Adelino Marques de Almeida, Mainga – Moxico, Diogo – Moxico, Celestino Tchizainga, Luís João Neto “Evady”, Loureiro da Vila Alice, José Maria do Rangel, José Maria – Capitão, Cabral – motorista do Iko, Kandanda – oficial de campo do Iko, Domingos Cadete, João Job, Ngamba de Benguela, Fulgencio (de Benguela), Manino do Huamba, Gaspar do Uíge, Viking da Fapa, …”


Ref.: Fragoso, José, “O meu testemunho, a purga do 27 de Maio de 1977 e as suas consequências trágicas”. Sistema J, Queluz, Portugal. Maio de 2009.