Luanda - Muitos economistas especializados em desenvolvimento, constataram a já algum tempo atrás, que os rápidos índices de crescimento económico, verificado por alguns países em via de desenvolvimento, não estava a produzir um impacto positivo na qualidade de vida dos mais pobres. Na verdade o actual estado social que Angola apresenta, e um bom exemplo desta constatação, Segundo o FMI, Angola e um dos países que mais rápido cresceu nos últimos 6 anos, no entanto estes estrondosos índices de crescimento, tenham tido um efeito minúsculo no combate a pobreza.


Fonte: Club-k.net


O governo de Angola deve urgentemente começar a fazer o uso de métodos mais eficazes para reduzir os elevados índices de pobreza que o pais ainda apresenta. Em minha humilde opinião, o governo deve particularmente fazer o uso metódico de: Necessidades Humanas Básicas (NHB) sendo este o método de desenvolvimento mais adequado para Angola. Tais necessidades humanas, comprazem-se na alimentação, vestuário, abrigo, saúde, incluindo o acesso a agua potável assim como facilidades sanitárias adequadas, e ainda a educação necessária para permitir o cidadão a obter um rendimento adequado para satisfazer as suas necessidades.


Concretizadas estas metas, os índices de pobreza serão reduzidos sem no entanto impingir algum sacrifício ao processo de crescimento económico. A lógica por detrás disto, e´ que pessoas muito pobres, que carecem de necessidades básicas tais como saúde e educação, não são trabalhadores produtivos, portando um investimento nas necessidades humanas básicas vai elevar a produtividade e assim poder contribuir mais ainda para o crescimento económico do pais.


Devem ser traçadas programas de desenvolvimento direccionados concretamente a educação de nível básico, cesta básica, água potável, serviços sanitários e habitação, ao invés de apenas se promover o crescimento económico e esperar que por si só os benefícios que dai advenham preencha as lacunas existentes das necessidades básicas.


Um estudo independente recentemente levado a cabo pela consultora (OTEN, 2012) apresenta um quadro de índice de pobreza e distribuição demográfica alarmante para Angola. Segundo a consultora, mais de 53.2% da população Angolana vive com menos de $2 por dia, 40% da população vive na capital do pais e mais alarmante ainda e´o facto de 72.6% da população viver na zona litoral ou com proximidades ao litoral. Pelo menos 9% da população Angolana vive em extrema pobreza. Se não houver um programa urgente de combate a pobreza, através do suplemento das necessidades humanas básicas, estes indicadores tendem a agravar-se, visto que 81% da população Angolana e´ constituída pela camada jovem, dos quais 56% esta na fase reprodutora, o que nos leva em crer que haverá um aumento demográfico nos próximos 10 anos, de pelo menos 4.2% e com eles o índice de pobreza aumentara.


A tarefa de combate a pobreza não e´ apenas responsabilidade do executivo por si só, cabe ao sector privado o papel de criar mais postos de trabalho para que a distribuição de rendimento possa atingir uma camada considerável da população em idade produtiva. Com o sector privado mais interveniente na economia, o Mercado de trabalho passara a ostentar mais saúde e assim poderá se inverter o actual quadro, que este Mercado apresenta.


Angola corre o risco de num futuro, apresentar altos níveis de rendimento per capita mas ao mesmo tempo, um nível de vida da sua população muito baixo, porque Segundo o Indicador de Desenvolvimento Humano (IDH) “altos níveis de rendimento per capita nem sempre tem uma correlação positiva na melhoria do nível de vida, tendo em consideração a saúde e educação”.