Sousa Jamba, que mora nos Estados Unidos, mas que se deslocou a Angola para votar, acrescentou, em entrevista ao Novo Jornal:-“Pode ter havido má fé ou batota de alguns sectores do governo, mas o facto é que não foi detectada”.
Para ele, a principal razão para o desaire eleitoral da Unita foi o facto desta organização ter sido forçada a transformar-se num partido “normal”, após a sua derrota militar em 2002. Isso fê-la perder a sua possibilidade de “coercção”, assim como a capacidade de criar “redes de patrocínio”.

O desaparecimento do antigo líder da Unita, Jonas Savimbi, bem como o abandono das bases, foram outras causas apontadas por Sousa Jamba para o fraco desempenho da Unita no pleito do passado dia 5 de Setembro.
 
Ele citou também o facto da Unita ser encarada pela população como o “vilão de 1992, por não aceitar os resultados”, preferindo retomar a guerra, que acabaria por perder dez anos depois.

“Isto viu-se agora quando a Unita impugnou os resultados (em Luanda), ninguém a apoiou”, disse.

Jamba reconheceu que o MPLA “foi muito hábil em aproveitar-se desta fraqueza (o abandono das bases por parte da Unita). Criou comités partidários e enraízou-se nas antigas zonas de influência da Unita”.

O referido escritor acrescentou que “as pessoas não devem ficar desmoralizadas com esta derrota, nem sentir-se humilhadas, porque na democracia é assim. Hoje estão uns em baixo, amanhã estarão outros”.

Fonte: Africa21