Luanda - Já é oficial, será a 31 de Agosto, faltando pouco mais do que 2 meses para voltarmos a escrever um novo capítulo na história de Angola (que enferma de obscurantismo) e colocar definitivamente nosso futuro a mercê das nossas escolhas no teatro político angolano.


Fonte: Club-k.net


Em regra as campanhas eleitorais são propagandas de ilusões onde se comercializam miragens ao preço de um voto, não passam de reactores nucleares de ridículas promessas vestidas de falso patriotismo e adornadas com as cores enigmáticas do idealismo. Cá entre nós, não é diferente, muito pelo contrário, já tivemos a oportunidade de sentir na pele, a promessa de construção de milhares de casas em todas as províncias que até hoje só vislumbra a exótica centralidade do Kilamba, onde residem 10 “solitárias e desconhecidas” famílias, visto que, financiar a compra de tantos apartamentos ao preço mínimo de 120.000 U$D (cento e vinte mil dólares) é um “negócio de risco” até para a banca (vide a crise financeira nos Estados Unidos, desencadeada pelo excesso de créditos concedido pelos Bancos sem o devido retorno, que não tardou a se tornar em uma crise mundial), sem esquecer a promessa de 1.3 milhões de novos empregos que gerou um aumento da importação da mão-de-obra chinesa e de engenharia de (5ª) quinta categoria para o então chamado “canteiro de Obras”, essas são algumas das muitas promessas feitas sob o lema “O caminho seguro para uma Angola melhor”, (lema do MPLA na campanha de 2008) mas, de facto o único caminho que Angola (dirigentes no poder) está trilhando é o de Reprimir todas as formas de exercício de Direitos civis consagrados constitucionalmente, lógico que estas práticas não colocam Angola no caminho seguro da democracia e consequente desenvolvimento.


O panorama político angolano em véspera de eleições torna-se em um excêntrico Anfiteatro onde a utopia se veste de promessa, dando lugar a peça teatral mais comercializada (por mais descabidas e surreais que sejam). No palco das campanhas eleitorais irão actuar os mais diversificados actores, todos eles, estarão armados com palavras estupidamente bonitas, que proporcionam regozijo aos nossos ouvidos e, apresentarão projectos inusitados que extrapolam os limites da razoabilidade no que toca a possibilidade de materialização no tempo e espaço. Para alguns actores (partidos políticos) será a oportunidade para realizar o “negócio da China”, para outros, a derradeira chance de efectivar-se legalmente no trono (onde já lá estão a mais de 30 anos), para muitos, certamente muitos, será mais uma tentativa para realizar as suas paranóias (Poder a qualquer custo) e, para poucos, provavelmente poucos, será o caminho seguro para rotatividade política e democratização de Angola na rota de encontro com o desenvolvimento e tendo em órbita as soluções para os problemas e anseios do povo.


A oposição, ou melhor, o elo mais forte da oposição deve deixar de se comportar como galos chorões e maninhos mimados e, trabalhar mais próximo do povo, em campanhas, em apoio e solidarizar-se mais com os problemas imediatos de Angola, Parando de mostrar para toda Nação, que sofre da síndrome do Coitadismo, (a prática do coitadismo engessa a inteligência, mutila a capacidade de pensar, é um câncer mental que destrói a auto-estima e capacidade de evoluir), também precisam se livrar da ditadura do tribalismo que só gera discriminação. “A discriminação é o terreno Fértil para se cultivar injustiças e plantar lágrimas no espaço público de uma sociedade”. Chegou a hora de mostrarem a força política que tece a bandeira da vossa existência, é “em vocês que reside a esperança de milhões de angolanos”.


Os camaradas devem pôr de lado a estúpida arrogância política que têm demonstrado (a arrogância é uma fonte imediata de prazer e soberba, mas também, é nela onde melhor se desenvolve a burrice e se colhem as derrotas), tratem de melhorar o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, do País, que é péssimo e está muito distante de 1, está claro que podem fazer mais, muito mais, começando pelo vírus da corrupção que destruiu o sistema imunológico da máquina do Estado e fez de refém a Administração Publica.


Nós, cidadãos, cabe-nos a tarefa de não endossar o cheque do nosso voto aos comerciantes de miragens nem aos promotores de ilusões, acreditar em ilusões é navegar em um barco furado e mastro quebrado, com destino a naufragar no mar da desilusão e afogar no desespero, o melhor talvez seja, comprar os projectos com maior razoabilidade e possibilidade de se efectivarem e no qual nos espelhamos, que se enquadrem com a angolanidade no que toca aos paradigmas Sociocultural mas, que não atropelem por completo o fenómeno Globalização, Para que fique bem assente: O Preço do nosso voto vale mais do que Ouro, ele vale Diamante e Petróleo.