Brasil - A suposta repulsão  ou  consternação  da “família” MPLA  contra  deserção dos  filhos  e    “sobrinhos”  do escritor e  Diplomata  Agostinho  Mendes de Carvalho ( Uanhenga  Xitu)  provou que  fazer   política em Angola, como  já se sabia, é mais  do que fazer religião. Fazer política em Angola  é definir-se  entre estar  ao lado do  bem e do mal.


Fonte: http:// www.blogodonelodecarvalho.blogspot.com
 

Os fracassos desse partido são:

Certas coisas (comportamentos e estilos), no MPLA,   representam  uma vitória sobre tudo aquilo que  fizeram seus militantes, o Povo angolano, e  quem sabe, muitos de nós cidadãos comuns, pelo próprio país. Assim, como muitas das coisas, no MPLA,  representam  um fracasso retundo do que pretendem fazer hoje e amanhã: administrarem o país como gente civilizadas.

 

As vitórias do MPLA podem ser vistas: como a conquista da independência de Angola;  a guerra contra o regime racista sul-africano. Derrotado esse regime dentro e fora dos seus territórios, o MPLA pode ser tido como um dos seus carrascos;  que, vitoriosamente, no final da guerra, ergueu a bandeira e declarou a vitória contra o seu maior e pior inimigo. Finalmente, a vitória sobre ambição savimbista e kuacha, esses, sem vergonhas, e humilhados em cada momento  dos últimos quarenta anos, tempo que se confunde com a existência  dessa quadrilha de bandidos.

 

Os fracassos desse partido são: reconhecer que seu presidente e a turma que rodeia o mesmo são elementos de uma quadrilha de corruptos gerindo um país. E que ninguém precisa ter medo nem vergonha dessa gente. Talvez, esses são os sentimentos  que se apoderaram das mentes dos  “ Mendes de Carvalhos”  filhos.

 

O MPLA teve uma missão que se pode considerar exitosa e triunfante ao “saber fazer a guerra” com ajuda de um povo que nunca soube  o que é melhoria de vida mesmo em   plena época moderna e contemporânea. Mas  Estado nenhum vive só da Guerra, já que o partido dos camaradas sempre fez questão de se confundir com essa instituição.

 

Os sobrinhos e  filhos do nosso  escritor talvez tenham percebido isso sem querer. Que a função de um Estado é essencialmente de administrar,  melhorar a vida das pessoas e, finalmente, prestar contas à sociedade. Que o Estado está para servir à sociedade e não para ser servido por essa. E quando esse tipo de coisa falha ou não são cumpridas, não existe negociação possível, a punição deve ser certa. E aqui o bem é o direto da sociedade ou do povo fazer valer o que tem  de direito e obrigação: a exigência de que o Estado existe para prestar serviços de qualidade.

 

Convenhamos que numa sociedade moderna, contemporânea e democrática, o soberano é o povo  e é a vontade desse que deve ser respeitada, indiscutivelmente  sem  nenhum  tipo de reclamação. A posição dos rebentos do Tio Mendes ou o avô  Mendes de Carvalho, talvez,  e com certeza – eu digo- reflita o desejo de milhões de angolanos de querem uma mudança drástica e radical na direção do pais ou de como esse é governado.

 

Eu digo mais, a comoção e o suposto constrangimento dentro do MPLA, provocado por  aquelas  deserções, refletem,  nada mais e nada menos,  uma falsidade ideológica, de quem assim, fingidamente,  demonstra  ou indica emoções  forte diante de tal fato.  Porque as deserções nesse partido só não acontecem mais, precisamente, por falta de grandes opções. Ou, ainda, vivemos num pais em crise de legitimidade. A crise de legitimidade gerada por quem está  há mais de  trinta anos no poder e que nunca se mostrou ou se revelou um bom gestor da coisa público. E o maior de seu êxito, do sujeito que está no poder,  e da herança que o mesmo recebeu, foi de posicionar o cidadão angolano entre cidadãos do bem e do mal, quando se trata de se definirem politicamente. O MPLA, “exitosamente”, transformou seus adversários políticos  em  verdadeiros inimigos da pátria, odiados  pelos vizinhos, pelos irmãos, o cunhando –talvez até-  pelo  próprio  pai ou pelo filho.

 

Se aceitarmos os fatos de que os tempos mudaram e com ele as coisas e os procedimentos vão mudando. Ou seja, já não há porque acreditar que não existem partidos em cima de  vários  bens  materiais  e objetivos; como  por exemplo, o  bem estar da população, livre arbítrio de se definir em que lado da política devemos optar. Mesmo porque hoje ficou muito difícil distinguir em que lado da política estão os bandidos. Então, o MPLA está no fim! O que ficou entre nós é só um símbolo  a ser preservado, que a qualquer momento pode ser esquecido debaixo do colchão onde um outro, no nosso peito,  poderá ser substituído.

 

À proposito eu vi a lista dos candidatos a Deputado para Assembleia Legislativa publicada em diferentes sítios eletrônicos e não acreditei  em nenhum deles, muito menos confiar. Existe algum problema por isso?  Eu acho que não. Será que alguém estará consternado por isso?