Luanda - Segundo parece todos os caminhos vão dar a Roma, é o que se diz, mas isso deve ser na Europa, porque aqui em Angola todos os caminhos vão dar ao “Futungo”, não o local geográfico, mas o luxuoso reduto presidencial que tinha sido designado pelo nome do local em que estava instalado, Futungo.


Fonte: Folha8



No caso vertente consideramos pois que toda a actividade política nacional tem de passar pela Presidência da República e é cada vez mais evidente que em Angola não há democracia nenhuma e que, ao fio do tempo, a noção que tal designação carrega, se esvai cada vez mais.


Nesta fase assaz conturbada da vida política nacional, com o aproximar da campanha eleitoral, temos verificado um endurecimento dos métodos de controlo normalmente praticados pelo Executivo. Todos os sectores de governação estão a ser mobilizados para o combate final, quer dizer, para a vitória final do MPLA na sessão eleitoral de 31 de Agosto próximo.

De notar que os homens mais radicais e agressivos do regime estão a ser mobilizados em detrimento dos que pregam o diálogo e a reconciliação nacional. Querem os nossos leitores um bom exemplo: ao que parece na comunicaçãop social muita coisa estava mal e vai daí, Dos Santos teve de recorrer, mais uma vez, aos serviços de Manuel Rabelais, que depois de ter saído pela porta do cavalo, regressou em grande, muito pela incompetência dos seus detratores e adversários, que não conseguiram sustentar as acusações de uma série de alegadas falcatruas, durante a sua gestão a frente do ministério da Comunicação Social.

Só assim se percebe a sua recente chamada para se ocupar dum organismo importante do ponto de vista da estratégia de JES, a GRECIA.

De realçar é o facto de este lance fazer parte dos que não se podem esconder, muitos outros, em preparação, estão tão bem camuflados que nada se pode dizer por enquanto, embora tudo, mas absolutamente tudo indique que, não que vai haver fraude, mas sim, que já há fraude e estamos em pleno, dentro do tempo da sua execução.

Um desses lances tem a ver com a criação de novos jornais sob tutela do regime JES/MPLA, segundo um projecto que tinha sido gizado sob a batuta de Aldemiro da Conceição, adjuvado pelo nervoso Artur Queirós.

O projecto inicviado em 2010, era criar mais jornais de apoio ao PR, mas as coisas não correram lá muito bem, aconteceu haver uma zanga entre este dueto e o primeiro editor, ou coisa assim, e finalmente o plano de edição teve de ser posto em banho-maria até encontrar uma solução alternativa, que apareceu sob forma de colaboração integrada pela Editora Visão e seus satélites, que são as publicações Chocolate, Carga e People, todas elas controlada a fundo pelo MPLA&Cia.

Como resultado deste esforços para agradar a Sua Excia., e no quadro de enfraquecimento, diabolização e augurado aniquilamento do bissemanário Folha 8, lá se conseguiu criar, numa primeira fase, um jornal gratuito a que se deu o nome de “Jornal Popular”, destinado a sair a público às segundas, quartas e sextas-feiras, controlado pelo director-geral, Alves Fernandes, numa obediência a uma linha editorial já revelada.

Basta ler a capa do primeiro número desta sebenta eleitoralista:«José Eduardo dos Santos é candidato à Presidência da República. Angola agradece».

Ah! Íamos esquecer de abordar dois outros aspectos importantes desta manobra que, seja dito de passagem vai ser paga por você, sim, sim, você, caro leitor, por mim e pela minha família e por todos os angolanos: o “Jornal Popular” é gratuito e já tem um irmãozinho, “Nova Gazeta” .

Angola é uma democracia jovem, dinâmica e em plena consolidação (JES)». Portanto, este MPLA, fica mais uma vez demonstrado é um gigante de pés de barro, pois, pese o poder o controlo de toda a máquina do Estado, não sabe ganhar sem batota e fraude e, neste aspecto, não tem limites quando se trata de atingir os seus fins: pisoteia tudo e todos.