Luanda - Depois de ter lido e ouvido comentários de alguns pouco, que por alguma má-fé na interpretação da minha entrevista na província do Huambo, quiseram induzir em erro o cidadão. Também por ter sido alertado por amigos afectos ao serviço de informação (SINSE), de que o poder prende uma acção contra minha pessoa.

 

Fonte: Club-k.net

 

Tal como disse anteriormente, volto a afirmar com a plena consciência de que: Se o MPLA querer manter-se no poder por via da fraude, a democracia tem de ser defendida de outra forma. Assumo e estou disposto para o debate público e esclarecedor, quando o que está em causa é Angola e os Angolanos.

 

 

Quando falamos em eleições, falamos sempre de legitimidade e sobre isso a democracia. As condições de legitimidades provem da vontade popular, da conformidade com a Lei Constitucional, com as leis eleitorais, com as regras do Estado Democrático e de Direito. Será que eleições fraudulentas conferem legitimidade ao poder conforme as condições ora citada? Claro que não. Não será que eleições fraudulentas, não são o mesmo que usurpação do poder? Claro que sim. Cuidado, é preciso não haver batota, porque conhece-se a árvore pelos frutos.

 

Com o despertar da consciência cidadã, a imagem do regime deteriorou-se abertamente, porque sempre associada a Ditadura, Corrupção, incompetência, Repressão e insensibilidade para com o sofrimento do povo.

 

Quem me pode explicar sobre o desaparecimento dos concidadãos Alves Camulingue e Isaias Cassule, sobre o espancamento violento contra os jovens manifestantes e a prisão dos ex-militares das FAPLA. Isto para não falarmos do sofrimento dos angolanos, resultante da má governação, desde a falta de água, luz, pão, saneamento básico, falta de emprego, escola e saúde. Não olhemos Angola só como Alvalade ou Talatona, mas olhemos também como Bembe, lundimbalo, kunda dia Base, mbikoyo, sapú 2 etc. e então, o poder é um instrumento de repressão ou de libertação? Procura o bem do maior número ou o enriquecimento de uns pouco?

 

 

O MPLA preparou a fraude, através do voto no exterior, sem a fiscalização dos partidos políticos; assim como o voto antecipado dos policias, FAA, camionistas, atletas de alta competição, agentes dos serviços de informação, doentes, pilotos. Embora ter já rubricado acordos com a empresa INDRA, para o fornecimento da logística eleitora, sem qualquer concurso transparente. Para recordar que, esta é a empresa que permitiu a fraude nas eleições de 2008, como estão provados em documentos denunciados a público. E em relação a fraude temos muito ainda por falar.

 

Se para uns a fraude é parte do jogo e por isso tolerável, para a democracia a legitimidade resulta da vontade expressa nas urnas. Daqui mais uma vez, Se o MPLA querer manter-se no poder por via da fraude, a democracia tem de ser defendida de outra forma.

 

A verdade é que o MPLA, quer substituir o povo. E ao pretender assim, não tem a mínima noção de que a soberania reside no povo e, que por sua vez o poder não pode ser exercido contra a vontade do povo. E quando o exercício do poder se efectue contra a vontade da nação e do povo, o não respeito pela vontade expressa pelas fontes do poder, então se justifica o poder da revolução por via constitucional, porque só o povo é titular soberano do poder.

E este é o primeiro ensinamento: o povo é o ponto de partida e de chegada de todo o poder político. É ele que legitima o poder.

 

Mfuca Fuacaca Muzemba,Secretário Geral da JURA