Luanda – Integra do discurso proferido nesta segunda-feira, 31, em Viana, pelo presidente da UNITA, Isaías Samakuva, na abertura da campanha eleitoral do seu partido, durante a qual foram apresentados o seu "Estado Maior" e lideranças dos partidos políticos apoiantes da sua campanha eleitoral.

Fonte: Club-k.net

Caras Angolanas e Caros Angolanos,

Iniciamos hoje a campanha eleitoral mais importante da história do nosso País. Venho aqui hoje a Viana para vos dizer que a Democracia está finalmente chegar a Angola. Venho aqui hoje para vos trazer uma mensagem de esperança. Venho aqui para vos pedir que acreditem que o sonho que temos há mais de 30 anos se vai cumprir. Agora não é a hora de desistir.

Agora é a altura de acreditarmos. Porque todas as utopias são possíveis se houver quem as concretize. Se houver quem as cumpra contra quem as rouba descaradamente – aos olhos do Povo e do Mundo - há demasiado tempo. Nós acreditamos no florescimento do nosso País pela via Democrática. Nós acreditamos no nosso Povo – em vocês, em nós todos – acima de tudo.

Nestes quilómetros que fizemos até aqui, tivemos a oportunidade de ver as crianças a brincar pelas ruas, os velhos e os jovens. Vimos a matéria de que é feita Angola e as gentes com quem podemos construir um País Democrático de todos e para todos os Angolanos. Os Angolanos não têm de ser pobres. Não têm de nascer condenados à miséria, num país tão rico como o nosso. Há outro caminho. Há outra alternativa para melhorar as nossas vidas e fazer progredir o nosso País. Vocês são chamados a tomar esse caminho.

Quase metade da população angolana vive abaixo do Limiar da Pobreza. O nosso País é muito rico, mas os angolanos são muito pobres. Boa parte vive ainda na miséria. Não podemos continuar a aceitar essa realidade. Temos de estar Unidos na Mudança.

O Governo da UNITA vai lutar contra a pobreza. Criaremos um programa autónomo, integrado e descentralizado que irá atacar as causas da pobreza em todas as suas dimensões. Tanto nas aldeias como nas cidades. A luta contra a pobreza será uma prioridade absoluta e necessariamente cumprida para formar as bases para uma democracia consciente e saudável. Um Povo com Fome não é verdadeiramente livre. Um Povo com fome está condicionado pelos interesses dos poderosos.

Não aceitamos que num País com tantas riquezas e que tantos milhões de barris de petróleo produz por mês, boa parte dos seus cidadãos morram de fome. Não aceitamos isso porque boa parte das razões de tanta fome e má nutrição são mais políticas do que económicas. Não aceitamos, não aceitaremos mais isso! Os angolanos continuam a sofrer várias décadas após a independência do País. E só Povo pode mudar isso. A mudança implica união e vontade. E o Povo está unido e quer mudar.

Faremos com que o dia 31 de Agosto seja um dia que fique para sempre nos compêndios de história de Angola e do Mundo. No dia 31, o Povo angolano vai dar uma lição de perseverança e democracia às restantes Nações do Mundo Moderno. No dia 31, o Povo vão mostrar ao mundo que a democracia chegou finalmente a Angola. Nesse dia, começará o nosso caminho para a terra que nos prometeram há 30 anos.

Os índices de pobreza extrema aumentam da mesma forma que aumenta a corrupção num País que não é verdadeiramente democrático. Apesar do poder ter sido tomado por um conjunto de dirigentes ligados ao partido no Governo que repartem entre si os recursos do país, Angola não é dos ricos e dos privilegiados. Angola é de todos. Angola é nossa!

A vida em Angola pode ser diferente. Um País como o nosso e um Povo com tantas qualidades tem o potencial de construir uma das economias mais fortes do Mundo. Um Povo como o Angolano conseguirá conquistar melhores índices de qualidade de vida. Angola espera por isso há demasiado tempo.

Por isso, vamos colocar em marcha a criação do Programa Nacional de Combate à Pobreza. Será um programa autónomo, integrado e descentralizado que terá pelo menos a mesma proporção de verbas financeiras que o Orçamento Geral do Estado Angolano afecta actualmente para as actividades militares de Defesa e Segurança Nacionais.

Os verdadeiros inimigos de Angola e de seu Povo são a falta de água potável, a doença, a falta de emprego, a falta de esgotos, a educação de baixa qualidade, a fome, o paludismo, a miséria, o crime e a violência. É contra esses inimigos do Povo Angola que vamos mobilizar todas as forças. E não tenham dúvidas. Vamos derrota-los com as mesmas forças inabaláveis com que vamos vencer no dia 31. A vitória é nossa Unidos na Mudança.

O Povo é pobre e mal alimentado porque é roubado todos os dias pela corrupção de alguns poucos senhores que tomaram de assalto o que é de todos. Tomaram de assalto o que é do Povo. A corrupção é inimiga da Democracia. É uma ameaça a toda a sociedade angolana, ao seu desenvolvimento e ao seu futuro sustentável.

Sonho com um País onde a Democracia é um direito de todos e onde a corrupção é travada todos os dias pela Liberdade, pela Justiça, pela igualdade e pela transparência. Sonho com um País livre, com um País de todos os angolanos. Sonho com uma Angola Democrática. E a única coisa entre o meu sonho, o nosso sonho, e nós são as eleições de dia 31. Eleições livres e democráticas que vamos vencer. Não há más artes que calem a voz do Povo e a Voz da Liberdade e Democracia.

O Governo da UNITA vai apresentar medidas e soluções para dissuadir a corrupção. O combate à corrupção é determinante para o futuro do nosso País e a UNITA vai liderar essa luta. Vamos prestigiar a vida pública, a vida política e a vida empresarial.

Como é que é possível que o actual Governo, no poder há mais de 30 anos, não diga ao seu Povo o que faz com o dinheiro que vem do petróleo? Nem sequer quanto ganha com isso e quanto gasta. Para quem vai isso se as ruas de Angola são habitadas por tantos pobres? Para quem vai esse dinheiro se as nossas crianças têm uma péssima educação, são mal alimentadas e têm maus cuidados de Saúde? Para quem?

Aqui, hoje, espero o dia que sei que chegará em que o Povo irá ver a resposta a estas questões. O dia em que vergonha se abaterá sobre alguns senhores em Angola e em que o País irá finalmente perceber a dura realidade do que alguns poucos Senhores têm feito a esta Nação e às suas gentes. Só a UNITA pode combater a corrupção.

O Governo da UNITA vai pautar-se pela boa governação e pela distribuição justa da riqueza nacional. As receitas do petróleo serão tornadas públicas e não haverá mais nenhum segredo nos negócios do Estado. O Povo saberá quanto dinheiro se recebe do petróleo, dos diamantes e de outras riquezas do País.

É tempo de dizer BASTA à corrupção.
Vota no 1.º. Angola em 1.º Lugar!


Chegamos a um tempo em que todos os Angolanos merecerem usufruir dos dividendos da Paz. Chegamos a um tempo em que os nossos jovens têm direito a criticar e a manifestar o seu desagrado sem ser presos, agredidos e raptados sem qualquer justificação. Queremos um País livre e democrático para os nossos Jovens independentemente do partido a que pertencem. Os nossos jovens são o nosso futuro. É ao lado deles que também queremos caminhar.

Em pleno Século XXI, será demasiado pedir um País Democrático? Será pecado sonhar com esse país livre em que nos podemos expressar sem receio. Em que podemos pensar e criticar? Sonhar com a Democracia em Angola não pode ser crime ou pecado. É isso que temos de mostrar ao actual poder. É isso que temos de mostrar a todos os angolanos e ao Mundo.

A Mudança, a liberdade e a Democracia está nas nossas mãos. É com as mãos que se faz a Paz. E é também com as mãos que se faz a Democracia. Temos de ter essa ousadia, essa coragem porque chegou o nosso momento. Chegou finalmente o momento de todos nós.

Se não votarem. Se tiverem medo ou se não votarem em quem realmente querem votar, em quem desejam, é verdade que continuarão a viver – pobres, tombados pela fome e sem futuro, - mas continuarão a viver as vossas vidas de sempre. E daqui a vários anos, não sonharão e desejarão, nessa altura, terem dado um minuto, apenas um minuto das vossas vidas pela Democracia em 2012, pela Democracia agora em Angola? Apenas um minuto das vossas vidas para escolherem a verdadeira Democracia. Um País melhor para os vossos filhos. Um país melhor para os vossos netos?
O que farão sem liberdade? O que farão sem Democracia?

Este é o momento crucial das nossas vidas. Este é o momento de mudança em Angola. Esta não é apenas uma luta política que a UNITA lidera. Esta é uma luta entre a Democracia e o actual poder. Esta é uma luta que vamos ganhar. Todos juntos vamos mudar Angola.

Acreditamos num Estado Democrático de Direito. Acreditamos num Estado que defende tanto os direitos de propriedade como o princípio da dignidade humana. Acreditamos num Estado moderno e solidário que cuida dos seus cidadãos e cujo Governo é escolhido pelo Povo. E estamos dispostos a defende-lo em toda a linha e sempre. Este é o nosso compromisso com os Angolanos.

Queremos um Estado Democrático de Direito em que o próprio Governo fica obrigado ao cumprimento das leis. Um Estado em que o poder do Governo é limitado pela lei e não se torna absoluto. Queremos um Governo que dirige o País em nome do Povo e que nunca se esquece das suas gentes.

Somos a alternativa. Temos um projecto político para este País. Um projecto democrático e livre. Um projecto que devolve a Democracia a esta bela terra e repõe a justiça e a liberdade verdadeira esperada há tantos anos pelos angolanos. Iremos cumprir esse projecto em nome dos nossos filhos e também em nome dos nossos antepassados. Queremos honra-los. A eles devemos muito. Devemos pelo menos a criação de um País Solidário e Livre. 

Nós temos ideias. E queremos cumpri-las com vocês. Acreditamos no debate de ideias. Na expressão de sentimentos e vontades contrárias. Um País faz-se de pessoas imensamente diferentes, mas igualmente livres de expressarem as suas opiniões. Acreditamos no duelo de ideias. É dele que nasce a democracia, a luz e a liberdade.

Nós não queremos um País mais justo e mais democrático como o partido ligado ao actual Governo promete. Nós queremos um País justo e democrático e não a farsa de nos darem mais daquilo que nunca tivemos! Com o Governo da UNITA os Angolanos estarão primeiro.

Votem no Primeiro. Votem na UNITA.
Unidos na Mudança, venceremos!


Aceitamos o debate de ideias e o conflito partidário, tanto quanto aceitamos a contribuição política de todos para uma Angola melhor.

E por isso, aqui em Viana. Aqui junto de vós, junto do Povo angolano de que me orgulho de fazer parte. Aqui imbuído dos mais altos valores da democracia. Com o olhar na experiência das mais antigas democracias do Mundo, convido o candidato, o Sr. Engenheiro José Eduardo dos Santos, para um debate político em plena campanha eleitoral. Um debate no qual, perante todo Povo Angolano, diga as ideias que o seu Governo e o seu partido têm para o País.

Um debate onde oiça finalmente a vontade do Povo. Um debate onde escute o líder da oposição com a postura e os valores democráticos com os quais não presenteia o seu Povo há mais de 30 anos. Queremos dizer-lhe o que vamos fazer para Mudar Angola. E nós vamos Mudar Angola.

Quem está no poder pela vontade da Democracia aceita sempre de bom grado debater com os seus adversários políticos o plano que tem para a Nação. Convido-o o si, Sr. Engenheiro José Eduardo dos Santos para um debate a dois, quando e onde quiser. Espero que aceite este desafio, mostrando ao Mundo o que há tanto tempo anuncia, mas há tanto tempo não se cumpre. Que Angola é um País democrático. O País e o Mundo, aguardam a sua resposta a este convite. Um convite normal na maior parte das Nações do Mundo. Normal em todos os Países verdadeiramente democráticos.

Nas eleições, a UNITA não é apenas um partido. A UNITA é a expressão e a representação da vontade do Povo. E nós vamos encabeçar essa expressão e, em nome do Povo, vencer as eleições e formar o novo Governo Democrático da República de Angola. Um Governo ético, solidário e que respeitará os princípios da Democracia e o Republicanismo. Um Governo que respeitará o seu Povo. Todos e cada um dos Angolanos.

Queremos um Estado em que exista uma verdadeira separação dos poderes e dos direitos fundamentais. Um Estado em que as três grandes funções: legislativa, judicial e executiva sejam verdadeiramente independentes.

O Estado Democrático de Direito não existe sem Constituição da República e fica ferido de morte se esta, apesar de existente, for desrespeitada ou alterada consoante as vontades injustas do poder instituído.

Nós queremos um País cujo futuro não foi roubado por fraudes eleitorais e vergonhosas alterações da Constituição da República. Alterações perversas que inventaram a atípica figura do cabeça de lista subvertendo e acabando assim com as eleições presidenciais directas em Angola. Nós queremos uma Terra que não fica à mercê de um grupo de dirigentes políticos que enriquece, enquanto o povo morre na miséria.

O Governo da UNITA não vai aceitar mais isso. A UNITA vai bater-se por uma revisão constitucional que devolva aos Angolanos a decisão de dizer quem querem a governar não só o País, mas todas as outras estruturas democráticas organizativas da nossa vida em sociedade.

Queremos eleições directas e separadas para a Presidência da República, para o Governo e para as Municipalidades. Esse é o nosso solene compromisso. Um País governado pelo seu Povo. Sabemos bem o que queremos e sabemos bem o caminho para lá chegar. Serei um Presidente de Todos e para Todos. Um presidente de todos os angolanos.

Um presidente que não tem medo de estar no meio do Povo, de sorrir e chorar no meio dos angolanos, sejam eles pobres ou ricos. Mas um presidente que privilegiará os mais necessitados, os mais pobres, os angolanos com fome, sem trabalho e sem esperança. Um presidente que estará do lado dos que mais precisam. São esses que precisam de ajuda. São esses que precisam de ser escutados.

E, infelizmente, em Angola a maioria da população está nessa situação. Serei um Presidente próximo da população. Um presidente do Povo. Eu sou do Povo. O Povo é o meu conselheiro. É ao Povo Angolano que devo a minha absoluta lealdade. É com ele que vamos ganhar as Eleições. Nós vamos ganhar e Unidos na Mudança transformaremos Angola num país mais Justo, mais livre e mais Solidário.

Serei o Presidente de todos os Angolanos. Assumo aqui um importante compromisso: o do exemplo. Governaremos com valores éticos, com transparência e com responsabilidade. Colocaremos o interesse nacional acima de todos os restantes interesses. Candidato-me para vos servir. Candidato-me para servir Angola.

E, por isso, logo após a minha eleição como Presidente da República de Angola, suspenderei as minhas funções como presidente da UNITA e o meu vínculo ao partido. Assim responderei a todos por todos. O meu partido é Angola.

Respeitarei e farei respeitar a Constituição da República de Angola. Nunca esquecerei o juramento feito à Constituição da República. Farei respeitar os direitos e garantias de cada um.

Queremos um País evoluído e Moderno. Por isso, chamaremos para o Governo da UNITA todos os angolanos competentes independentemente da sua militância partidária. Existem angolanos de boa-fé e competentes em todos os partidos. O Governo da UNITA será um Governo para todos os angolanos.

Angola não pode continuar a esquecer os que tanto lutaram pela independência e que hoje vivem magoados com a sua Pátria. Eu sei bem o que sentem. Conheço muitos de Vós pessoalmente. Conheço a vossa mágoa e a vossa tristeza. Estive sempre e sempre estarei ao vosso lado. Ao lado daqueles com quem jurei solenemente defender o nosso País. Ao lado daqueles que derramaram o sangue e perderam a vida pela Nação. Ao lado dos que ficaram estropiados, deficientes, sem casa, sem dinheiro, sem futuro e sem vida porque tudo que fizeram foi lutar com bravura pelos ideais de uma Nação.

Eu estarei sempre ao lado dos ex-combatentes e dos ex-militares. As nossas armas são hoje, camaradas, a verdade e a esperança na Democracia e na Liberdade. Não desistam. Não desistam de querer uma País melhor, mais livre e mais reconhecedor dos vossos feitos. Um País que vos respeite. Que nos respeite. Nos últimos 30 anos, este Governo não fez mais do que vos deixar à vossa sorte, entregues a um destino amargo e difícil.

Conheço, como disse, muitos de vocês. Não há um dia que passe em que não me lembre das vossas caras, das vossas esperanças, frases e dificuldades.  Como é que um País pode votar ao desespero, à miséria e à pobreza aqueles que juraram defender com a sua vida a independência nacional?  Como é que um País esquece os seus ex-combatentes?

Esta, camaradas, é uma tristeza profunda que carrego comigo há décadas. Não mais aceitarei esta dura realidade. Estarei sempre nas fileiras da vossa defesa. Na linha da frente que irá mudar as vossas vidas para que tenham melhores condições de trabalho. Melhores vidas!

E, por isso, vamos criar apoios aos antigos combatentes e ex-militares. A reinserção profissional dos combatentes e ex-militares será um problema de Segurança Nacional e um factor de estabilidade do País. O Governo da UNITA vai incentivar a criação de microempresas em áreas orientadas para os antigos combatentes de forma a poder aumentar os seus rendimentos e defender os subsídios de reforma a que têm direito.

Vamos também eliminar o limite de 35 anos para a participação nos concursos públicos e ao mesmo tempo proporcionaremos uma formação técnico-profissional que facilite a sua reinserção social e profissional. 

Esta não é a Angola com que ainda hoje sonhamos. Queremos vê-la. Queremos sentir e viver nessa Angola. Queremos que deixe de ser apenas um sonho. E sabemos bem quais são os problemas nacionais. Vamos resolver determinantemente os cinco problemas nacionais que identificámos e estão a impossibilitar uma Angola melhor. Temos muito para fazer, criando políticas de emprego, de habitação, de saúde, de educação e de Segurança Social. Para essas áreas serão preparados cinco programas de emergência nacional.

Para o emprego, a acção política do Governo da UNITA é e será definida por três palavras: Responsabilidade, Solidariedade e Modernidade. Vamos criar condições para o aumento sustentável do nível de vida e dos salários dos Angolanos.

Queremos uma Angola diferente da que temos. Uma Angola na qual o homem do campo e os empresários nacionais têm incentivos do Governo. E todos juntos contribuem para o desenvolvimento da Economia Angolana. Uma economia que vamos diversificar. Nós queremos um País em que os funcionários públicos recebem salários que estão à altura de sua função.

E por isso, caras angolanas e caros angolanos, vamos actualizar o salário mínimo nacional mensal para as 50.000,00 Kwanzas. A definição de um salário mínimo nacional mensal a pagar aumenta o nível de vida dos trabalhadores, reduz a pobreza, aumenta a produção e desenvolve a economia. Assim combateremos também a fome e a pobreza.

Vamos, por outro lado, proteger os ramos estratégicos da economia nacional, recorrendo à fixação de preços máximos e mínimos. É o que vai acontecer com os produtos agrícolas de primeira necessidade (milho, bata, arroz e mandioca), com o pescado, com os produtos pecuários (carne, leite e ovos) e ainda com alguns produtos de origem industrial (açúcar e medicamentos básicos).

Queremos garantir que o Povo tem dinheiro suficiente para a sua alimentação e para a sua Saúde. E vamos conseguir. De outra forma, o que hoje acontece a esse nível, e a outros níveis, é incrivelmente desumano e indigno.

Angola é ainda um País com maus cuidados de saúde. Não aceitamos que, no contexto de um Mundo Moderno, a esperança média de vida em Angola continue a ser de pouco mais de 40 anos de vida. Isto significa que a maioria dos Angolanos não vive para além dos 40 e poucos anos de vida porque a Política de Saúde levada a cabo pelo Governo actual não os protege na doença e na Morte.

Nos outros pontos do Globo, essa meta mais do que duplica. Nos outros países modernos espalhados pelo Mundo, os cidadãos chegam aos 80 e mais anos de vida.

Os angolanos não valem menos do que os restantes povos da Terra. Temos de investir numa política de Saúde que aumente e melhore os cuidados e as estruturas existentes.

Precisamos de mais e melhores hospitais para termos uma Saúde para todos e apenas para alguns. Com o Governo da Mudança, os hospitais públicos serão melhores do que as clinicas. Os cuidados de saúde não serão dependentes da riqueza do cidadão. Todos serão tratados de forma igual nos hospitais. E serão bem tratados. Ricos e Pobres. Queremos também que os angolanos consigam comprar os medicamentos de que tanto precisam. Vamos lutar para que sejam acessíveis aos seus bolsos.

O principal objectivo da Política de Saúde é valorizar a pessoa humana e aumentar a sua longevidade. O Governo da MUDANÇA atacará a crise sanitária do País com uma nova política de massificação da oferta e de disseminação de postos e centros de saúde. Colaborará também a nível internacional para o combate às endemias.

Vamos constituir unidades móveis de saúde para servir as populações nas províncias e nas comunas onde vivem. Essa oferta de serviços públicos de saúde incluirá um médico e dois enfermeiros para servir cada agregado populacional de cinco mil pessoas.

Os angolanos não têm a Saúde que gostariam de ter. A luta contra a malária, a doença do sono, a SIDA e outras endemias precisa de ser reforçada. Essa é uma batalha que vamos travar com todas as nossas energias. Essa é uma derradeira batalha do Povo Angolano.

O Governo da MUDANÇA vai trabalhar para que todos os cidadãos angolanos tenham direito a uma Saúde de qualidade e assumirá a responsabilidade de pagar as consultas e os medicamentos das famílias mais carenciadas. Isso ocorrerá tanto nos centros urbanos como nas áreas rurais.

O Ensino é também uma grande aposta que iremos defender. Os jovens são a nossa aposta no futuro de Angola. As nossas crianças e os nossos jovens são o melhor que temos. Merecem melhor do que as ruas de Angola e um futuro sem esperança. Merecem um futuro promissor. Este País pode dar-lhes esse futuro se os seus pais tomarem agora a decisão de mudar Angola. São os nossos jovens que um dia vão fazer florescer finalmente esta terra, mas para isso temos agora de iniciar esse caminho com coragem e determinação.

Também daremos uma especial atenção à proteção dos valores da Instituição Familiar. As Famílias são o núcleo basilar da nossa Sociedade e esta será sem dúvida uma das nossas principais e maiores preocupações.

Vamos trabalhar para devolver aos Angolanos um ensino de qualidade. Queremos uma reforma do ensino que coloque os estudantes no centro das decisões. Os jovens estudantes não são numa mera estatística. São uma das maiores riquezas de Angola.

O Governo da MUDANÇA vai implementar um ensino obrigatório e gratuito para todos os jovens até ao ensino médio e vai promover um ensino profissionalizante adequado às necessidades do País.

Em Angola, quarenta por cento da população não sabe ler nem escrever. E apenas metade das mulheres estão alfabetizadas. A outra metade nunca foi nem irá à escola. Angola precisa urgentemente de mais e melhores escolas para acabar com esta profunda discriminação sem sentido. Angola precisa de si e de todos nós. Com a vossa ajuda vamos mudar Angola, apostando no ensino, nas crianças e nos nossos jovens.

O Governo da MUDANÇA vai lutar para reduzir o analfabetismo no país. De modo a conseguir cumprir todos estes objectivos, o Governo da UNITA vai atribuir verbas crescentes à Educação, no montante total de pelo menos 16 por cento do Orçamento Geral do Estado, tendo como objectivo aproximar-se da meta dos 19 por cento no prazo de tempo mais curto possível.

Apenas com melhor ensino primário, médio e superior, podemos melhor educar os jovens e adultos e criar neles uma maior consciência cívica e Democrática. Apenas através de um melhor sistema de ensino, conseguiremos assegurar a Democracia e a sua continuidade por muitos e longos anos como há muito tempo desejamos. Um Povo que não sabe ler nem escrever, um Povo analfabeto a quem se nega o conhecimento é um Povo fácil de controlar. Queremos um Governo fiscalizado pelo Povo e não um Povo submetido a um Governo autoritário.

Temos ainda muito para fazer. Está quase tudo por fazer. Quase 40 por cento da população angolana espera há mais de 30 anos por água potável e não tem saneamento básico adequado.

Queremos que todos os angolanos tenham uma habitação digna, com qualidade de construção. Um lar onde se sintam felizes e possam construir uma família. O Governo da MUDANÇA vai, por isso Construir de habitações sociais para as famílias que hoje vivem em habitações precárias, dando prioridade os que estão em situação mais crítica e os que nunca tiveram uma casa, arrendada ou própria.

Vamos acabar com as demolições selvagens. Onde for estritamente necessário demolir - por razões de interesse do Estado previamente discutidas com os cidadãos - o Governo vai primeiro assegurar o realojamento condigno dos cidadãos e só depois demolir.

Importante para nós será também a consagração do programa nacional de crédito à habitação para aqueles que têm fracos rendimentos possam ter o seu lar. Criaremos um sistema permanente e auto-sustentável de construção e manutenção de urbanizações, com garantias do Estado.

O retracto das condições de vida da nossa população, das nossas crianças e dos nossos velhos, é muitas vezes desolador e desumano. Angola é um País à espera de ser construído.

Essa tarefa, apesar de gigante aos nossos olhos, não nos assusta. Vamos cumprir essa tarefa. Esse é o nosso juramento ao Povo Angolano. O Governo da MANÇA vai dar prioridade absoluta à distribuição da água em todas as cidades, províncias, municipalidades e comunas. A melhoria da rede de distribuição e acesso à água potável será uma preocupação do nosso Governo. Todos os meios serão utilizados para que o sofrimento da população na busca de água seja reduzido e mesmo eliminado.

A par da distribuição generalizada da água, o Governo da MUDANÇA vai resolver também e, de forma definitiva, o problema da rede eléctrica. Os cidadãos angolanos não necessitarão mais de comprar geradores para as suas casas. O fornecimento de electricidade passará a ser da responsabilidade do Governo.

Aqui em Viana, mais de metade da população é jovem e as mulheres são a maioria. A igualdade entre todos os homens e mulheres angolanas constitui um dos critérios de consubstanciação de um Estado Angolano Moderno. É um dos desafios mais importantes na prossecução de uma sociedade mais justa e inclusiva. A participação equilibrada de homens e mulheres nos mecanismos de tomada de decisão é, para o Governo da MUDANÇA, fundamental para uma nova conceptualização da vida pública, para uma nova abordagem da construção democrática e acima de tudo para a geração de uma nova dinâmica social capaz de promover um crescimento mais inclusivo e uma sociedade mais eficiente.

O Governo da MUDANÇA garantirá o seu apoio às mulheres angolanas no que respeita à igualdade do género e na solução de todos os problemas sociais que enfrentam. Garantirá às mulheres o acesso à herança e à propriedade da terra. Todos os organismos do Estado e da sociedade serão estimulados a seleccionar uma mulher, sempre que para o provimento de uma vaga houver dois candidatos, sendo um deles homem e outro mulher.

Acreditamos ser possível ter melhor qualidade de vida, mais conciliação entre a vida pessoal, laboral e familiar. A forma mais eficaz de a promover é através de uma maior participação dos homens na vida privada e das mulheres na vida pública. O reforço da reflexão sobre a participação efectiva das mulheres na vida pública terá de reflectir obrigatoriamente o projecto de sociedade que preconizamos. Uma sociedade mais justa, solidária e defensora da igualdade.

A Juventude Angola é a nossa maior esperança. Os jovens enfrentam hoje dificuldades enormes à educação de qualidade, ao mercado de trabalho e ao emprego digno. Estes desafios ameaçam a sustentabilidade das nossas gerações mais jovens, a realizam das suas aspirações e o seu direito a uma vida diga enquanto membros da nossa sociedade. Estas dificuldades ameaçam o futuro de Angola.

Para nós, a juventude será um factor dinamizador da mudança que queremos para Angola. Reconhecemos na juventude angolana a sua determinação, a sua coração, ciência, arte e a sua capacidade empreendedora. Queremos formar uma pareceria com os jovens. Queremos uma ampla participação da Juventude em todos os órgãos de decisão do nosso País, de forma a garantir os seus direitos políticos, sociais, económicos, artísticos e culturais, assentes nos princípios de igualdade, solidariedade, justiça social e progresso.

Vamos ainda adoptar medidas que visem a melhoria das condições de vida da juventude e que lhes garanta acesso à educação e formação técnico-profissional. Defendemos uma sociedade coesa que dá lugar destacado à solidariedade e à cumplicidade entre as gerações. Isso é um dos nossos imperativos e numa das batalhas a vencer.

Nós queremos um País Democrático e uma Angola Livre e Moderna.
Votem no Primeiro
Votem na UNITA.
Unidos na Mudança teremos uma Angola de todos e para todos.