Luanda - A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola considerou "irresponsáveis e reveladoras de falta de sentido de Estado" posições de partidos políticos e coligações que "visam perturbar todo o  processo eleitoral" de 31 de agosto.


Fonte: Lusa

Apela partidos a não perturbarem os escrutínios

O comunicado da CNE surge 48 horas depois de a União Nacional para a  Independência Total de Angola (UNITA) ter ameaçado, em conferência de imprensa,  que "utilizará todos os meios legais e pacíficos" para "mobilizar o povo  angolano" e "impedir que se realize no dia 31 de agosto uma eleição que  não respeita a lei".


No documento, a CNE pede aos partidos e coligações que observem rigorosamente  os princípios contidos no Código de Conduta Eleitoral, que os agentes eleitorais  devem respeitar.


"A CNE denuncia e repudia todas e quaisquer práticas reiteradas pouco  democráticas e espera que os agentes eleitorais contribuam patrioticamente  para o processo, com opiniões construtivas que ajudem a exercer as nossas  responsabilidades e competências, para alcançar com êxito um processo eleitoral  a bem do país e dos angolanos", lê-se no documento.


Segundo o comunicado, o processo eleitoral está a ser preparado "com  lisura, transparência, com vista à consolidação da ainda jovem democracia",  por isso manifesta a sua "preocupação face às notícias veiculadas", que  "põem em causa a legalidade das deliberações tomadas pelo plenário".


"Estas declarações são irresponsáveis e reveladoras de falta de sentido  de Estado e um desconhecimento total do país real, e do modo como o processo  eleitoral deve ser organizado", acusa o comunicado da CNE.


Na terça-feira, o líder da UNITA, Isaías Samakuva, deu o prazo de duas  semanas para a CNE respeitar a legislação eleitoral aprovada pelo parlamento.


Em causa está a falta de equipamentos que permitam aos presidentes das  assembleias de voto transmitir, no final da votação, os resultados para  o Centro de Escrutínio, a distribuição, no local, de cópias das atas de  voto aos delegados das formações políticas concorrentes e a realização de  uma auditoria "séria e independente" ao sistema e equipamentos centrais  de escrutínio.