Luanda - Deram certas as primeiras informações avançadas pelo Club-K, segundo as quais a desvinculação do general João Baptista Chindandi “Black Power”, das fileiras da UNITA seria em troca de um proposta para regressar ao governo como assessor presidencial para as questões da província do Kuando Kubango, sua terra natal.
Fonte: Club-k.net
Em troca da renúncia a UNITA
Há 28 de Maio do corrente ano, o Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos através de um despacho presidencial No 76/12 nomeou este ex- dirigente da UNITA, o cargo de Consultor do Presidente da República.
A nomeação foi antecedida de uma “demorada” audiência que o Presidente da República o concedeu em Abril, na cidade alta em Luanda, tendo – lhe convencido a desvincular-se a UNITA. Após ao encontro, o general reformado foi se preparando e efectuou deslocações a província do Kuando Kubango para dar a conhecer a algumas personalidades de referencia de que iria fazer uma coisa que as pessoas “não iriam gostar” mas entretanto apelou que o compreendessem tendo em conta a sua idade (a caminho dos 70).
No seguimento das consultas e preparação que procedeu, João Baptista Chindandi “Black Power”, enviou uma carta ao Presidente da UNITA, Isaías Ngola Samakuva a 13 de Maio, que segundo ele, num texto enviado ao Club-K, “expressei determinantemente a cessação da minha militância no partido, porque não me revejo na forma como este está sendo conduzido e mais do que isso, pelos maus tratos de que os quadros são alvos sobretudo quando ganham protagonismo na sociedade pelo seu próprio mérito.”
Até finais de Maio, data que se registrou a sua nomeação por despacho presidencial (antecedida da renuncia a UNITA), a media angolana não havia falado no assunto. O seu caso foi guardado durante dois meses até chegar a véspera das eleições, altura em que a impressa governamental deu destaque ao assunto apresentou-lhe como tendo abandonado a UNITA, para causar a impressão de que aquele partido estaria a fragilizar-se.
João Baptista Chindandi, anunciou que se revê no programa de sociedade do partido MPLA porque, apesar de haver ainda muito por se fazer para se ultrapassar as dificuldades diárias da população, esta organização não se desviou do princípio segundo o qual "o mais importante é resolver os problemas do povo".
Contrariamente ao MPLA, frisou, a UNITA a de hoje desvinculou-se totalmente e o projecto de Muangai não passa de um preceito enganoso e demagógico.
Anunciou também que no processo eleitoral, que culminará com as eleições gerais de 31 de Agosto próximo, fará campanha a favor do MPLA, argumentando aos jovens, e não só, os motivos para votar na continuidade governativa.
A UNITA não fez sair nenhum documento reagindo a saída daquele que foi por si indicado para ocupar o cargo de governador do Kuando Kubango ao tempo do GURN. Entretanto, o seu vice- presidente, Ernesto Mulato escreveu nas redes sociais que escutou o general Black Power, na imprensa e que o facto em si: “ É uma vergonha para ele. Quantos já foram para lá?”, questionou o dirigente alertando que “o sonho do MPLA e do Presidente JES de acabar com a UNITA não terá sucesso, e que gastem os milhões que roubam do povo. Quem trai perde onde saiu e também onde vai pois não terá a confiança.
“A última vez que procurou lamentava ao facto de ser o presidente dos empresários do Kuando Kubango e não ter sido convidado pelo presidente da República, na reunião dos empresários do MPLA em Luanda. Também nessa altura dizia que estava sobre pressão da cidade Alta para passar para o MPLA e ter facilidades nos seus negócios, tentei dizer-lhe que os dignos não se vendem e um dia tudo vai acabar, a roubarelha ao erário público e quando soube que estava a caminho da Cidade Alta não foi surpresa para mim. Muangai não morreu, morreu quem o deixou.” escreveu o dirigente histórico da UNITA.
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