Luanda –  Adalberto da Costa Júnior, alto dirigente da UNITA terá contactado  o Ministro da administração do  território,  Bornito de Sousa, para notificar que  o seu nome não  consta do registo eleitoral.  Na mesma situação, esta  o activista   Mário  Domingos Carlos com  o Número do cartão eleitoral 14028 / Grupo 61227  que  ao verificar os seus dados no sistema do portal da CNE, apareceu-lhe a  mensagem de que  – “O número que indicou não consta nos cadernos”.

Fonte: Club-k.net

Ficheiro eleitoral com falhas

ImageO caso de Costa Júnior e  Mário  Domingos Carlos da razão as denuncias da sociedade civil e oposição política quanto ao  comportamento da CNE em não ter divulgado a auditoria do Ficheiro Electrônico do Registro Eleitoral (FICRE) que permitiria verificar  estas irregularidades.


Há igualmente relatos de cidadãos que escolheram como local de voto  uma determinada área e o sistema da CNE indicou outros locais desconhecidos pelos visados.


Em Angola, segundo o Governo, terão sido registados 9,757,671 eleitores. Nesse número, segundo o relatório de uma auditoria parcial, realizada recentemente pela firma internacional Delloitte, estão incluídos aproximadamente seis milhões e meio de eleitores, “cuja identificação não pode ser autenticada”, e cerca de um milhão e meio que não poderão votar, porque não têm os cartões em sua posse. 


Num Memorando tornado público  esta segunda-feira, a UNITA refere-se ao mesmo assunto afirmando que  “.ninguém pode certificar a integridade do número de 9,757,671 eleitores, cujos dados o Governo transferiu para a CNE”.


Nesse número, “segundo o mapeamento eleitoral da CNE”, afirma a UNITA, “estão incluídos 1,704 eleitores na povoação da Txamba, comuna do Luachimo, município do Chitato, Lunda Norte. Nessa povoação, não vivem angolanos. Vivem catangueses, portanto, estrangeiros. Estes estrangeiros foram registados pelas autoridades sem qualquer identificação de cidadãos angolanos”, afirma a UNITA.


“A CNE constituíu para eles a assembléia de voto LN.CHI.08.05.070, localizada junto à casa do soba Txissanda. Ora o soba Txissanda, vive na povoação da Camagia, com o seu séquito, um conjunto de 86 eleitores. Não existem, portanto, 1704 eleitores legítimos ali. Apenas 86”.


Segundo a Delloitte, firma internacional que auditou o Ficheiro do registo eleitoral, o processo de preparação e impressão de cadernos eleitorais para assegurar a integridade e totalidade da informação impressa, precisa de ser auditado. A UNITA confirma esta necessidade ao afirmar no seu Memorando que remeteu à CNE que “Povoações inteiras foram excluidas do mapeamento, como é o caso de Sachimica, Alegria, Ngongo, Nguji, Muleleno, no Moxico”.