Luanda - A pouco mais de dez dias das eleições, o país atravessa momentos de total instabilidade politica provocado pelo CNE, orgão dotado de toda a responsabilidade perante aos possíveis momentos de tensão do qual o povo angolano esta a ser submetido.
Será que o povo tem consciência do perigo que esta a correr?


Fonte: Club-k.net


Cabe lembrar que todos os angolanos estarão sob pressão das consequências que as atitudes da CNE esta a provocar a toda sociedade, com suas inertes atuações perante a defesa da ordem e das leis que regem a constituição angolana.


Não é possível admitir tal leviandade por parte do órgão que deveria apenas trabalhar para manter a ordem e o cumprimento das leis, proporcionando a serenidade necessária nestes momentos que devemos atravessar até o dia 31 de agosto e principalmente no período pós eleições.


Durante os primeiros vinte dias deste cenário fadado a fraude, o povo angolano esperou pacientemente pela atitude de reparação dos factos de suma importância que traduzisse credibilidade e transparência destas eleições.


A espera infrutífera que nos leva a busca de responsáveis.


Responsabilizo aqui o órgão que gerencia as eleições o CNE por quaisquer problemas que possam vir a acontecer no país, pois suas atitudes de parcialidade buscam derramar sobre o povo angolano, instabilidades emocionais por parte de todos aqueles que participam deste cenário político.


A CNE deve assumir as responsabilidades perante seus atos não patrióticos visto que sua função deixa de ter valor quando permite um abalo sísmico nas leis e éticas de um povo.
Como órgão de maior estancia e maior força, instituído a caráter, para garantir a credibilidade da escolha de um povo, vem na sua atuação para a escolha de seus dirigentes por via democrática, agir com total incongruência dentro das atribuições que lhe foram outorgadas em sua plena constituição.


A quem devemos recorrer para que este órgão venha a cumprir suas atribuições, nada mais que suas atribuições, não se desviando nem para a direita e nem para a esquerda?
Angola busca paz nestas eleições e quer atravessar estes momentos em pleno estado de graça e, é por este motivo que responsabilizamos a CNE a  devolver-nos a serenidade da qual precisamos para atravessar o marco do momento democrático que pretendemos venha a acontecer em Angola.


Não cabe no momento que entramos culpar os partidos atuantes neste cenário político, mesmo sabendo das desigualdades que os mesmos atravessam e sim culpar a CNE pelos seus atos irresponsáveis que podem levar a anarquia e ao desiquilíbrio social em Angola.


Como órgão imparcial instituído, cabe perguntar aos seus dirigentes qual o motivo que os levam a serem tão negligentes ante suas funções ou não sabiam que para dirigirem um órgão de tamanha importância teriam que no mínimo cumprir as leis da constituição que abraçaram?
Como angolano e, creio que todo angolano que se diz angolano deve concorda comigo que, no mínimo as pessoas contratadas para exercerem uma função devem exerce-la sob risco de demissão.


Povo angolano, nós somos os patrões desses senhores da CNE, pois é com nossas riquezas que pagamos para que estas pessoas exerçam suas funções e, devemos no mínimo exigir deles o retorno.


Buscamos atravessar o momento que nos é dado para expressar nossas escolhas, dentro de todas as garantias que possam traduzir a realidade de nossos interesses, sem que venham a oprimir-nos ou suprir de cada necessidade que demostramos.


Queremos a liberdade de escolha, a liberdade de trabalho, a liberdade de pensamento e expressão, portanto queremos que esta liberdade seja garantida de acordo com as regras impostas na constituição vigente.


Não buscamos a instabilidade de andar nas ruas não podendo portar o estandarte de nossas escolhas, não podendo exteriorizar nossas vontades com o risco eminente da nossa integridade física ser violada.


Podemos ser um povo que gatinha na direção de tão almejada “DEMOCRACIA”, mas necessitamos saber que em pouco tempo teremos total capacidade, para então podermos começar a dar passos cada vez mais firmes rumo a este tão almejado sonho.


Para que este sonho se torne realidade é necessário que cada um faça seu papel neste cenário politico.


Só que para isto acontecer é necessário que a atuação da CNE seja de completa imparcialidade, sabendo que é o único órgão com total autonomia e condição de levar as eleições em Angola de modo credível e sereno.


Que sua atuação seja relevante perante ao que o país vai atravessar tanto no período que antecipa as eleições, bem como no pós pois, é o poder de sua ação que fará com que estas eleições sejam validadas.


O país necessita neste momento, atravessar esta fase do cenário político com muita prudência, pois só um ignorante é que não percebe que estamos a pisar sobre ovos, tamanha é a instabilidade emocional que o povo atravessa.


Participei no dia de hoje 20/08, de uma coletiva de imprensa da coligação CASA-CE, que trousse a público a sua posição perante a atuação da CNE.


O que pude apreciar nesta coletiva não foi um posicionamento, mas apenas o elencar das faltas do não cumprimento pelo órgão da CNE, de suas atribuições, o que não eram poucas.
É mais um partido que vem a público expor os seus dissabores perante o órgão sem, no entanto ter uma posição firme de atuação.


Ficaria mais sossegado caso este partido tivesse ao invés de exigir, sim responsabilizar a CNE pelos seus atos.


É sabido de todos que a UNITA já esta exigindo a muito e até o momento não houve nenhuma movimentação junto a restauração minima das regras para se instaurar uma eleição com base constitucional.


Uma pergunta faço a CNE,


Como este órgão quererá legitimar o governo de qualquer partido que venha a vencer estas eleições?


Qual será a credibilidade que lhe será atribuída?


Inclusive a aquele que descaradamente apoia, o JES e o seu MPLA, se estas eleições estão fadadas a inconstitucionalidade caso continuem com suas levianas atitudes, pois são estas atitudes que ferem a constituição de Angola.


Lembro ao CNE que é de sua responsabilidade, cada divergência instaurada no país e a cada
vítima que venha a sucumbir perante a irresponsabilidade de seus atos.


A CNE é a única responsável direta e indireta por cada vida angolana, pois são seus atos que levarão a nação rumo ao futuro que tanto pode ser de paz como de muita dor.


Não podemos de maneira alguma fingir que não estamos a ver a situação que o país atravessa, onde poucas pessoas possui recursos suficientes  para buscar  a tranquilidade de seus familiares em países estrangeiros.


Só mesmo o povo, que não tem onde cair morto é que vai ter que sofrer com as consequências dos atos levianos que a CNE esta a praticar. Não devemos tapar o sol com a peneira, pois sabemos que se tentarmos nos queimaremos da mesma forma.

Raul Diniz