Lubango - O líder do partido no poder em Angola, José Eduardo dos Santos, disse hoje no Lubango que é o primeiro a reconhecer as dificuldades de muitas famílias e prometeu não cruzar os braços "enquanto existirem situações de enorme desigualdade".


Fonte: Lusa


"Sou o primeiro a admitir a realidade difícil em que vivem muitas famílias", disse o chefe de Estado e presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), num comício para dezenas de milhares de pessoas no Lubango, capital da província da Huíla, a segunda mais importante nas eleições gerais de 31 de agosto.


"Não vamos cruzar os braços enquanto existirem situações de enorme desigualdade na nossa terra", prosseguiu o Presidente angolano, reconhecendo que "é preciso fazer muitas coisas, não só nesta província, como em Angola", e que conta com um novo mandato para o concretizar.


Acompanhado pela primeira-dama, Ana Paula dos Santos, do número dois da lista do MPLA às eleições gerais e a vice-Presidente da República, Manuel Vicente, e de vários ministros, o líder do partido no poder garantiu que "o pior já passou".

"Sei quanto custou para chegar aqui, sei o que conseguimos superar", declarou José Eduardo dos Santos, mostrando-se "otimista" no "grande futuro que Angola tem pela frente" e avisando que o país "não pode perder o rumo certo" para "crescer mais e distribuir melhor", o "slogan" da campanha, inscrito em letras grandes no topo do palco.

A máquina de mobilização do MPLA voltou a fazer uma demonstração de massas hoje no Largo João Paulo II, no Lubango, no sétimo comício do líder do partido maioritário desde o início da campanha para as eleições gerais de 31 de agosto.

Num discurso de menos de meia hora, interrompido duas vezes por cortes de energia, José Eduardo dos Santos comprometeu-se a executar o programa de combate à fome e à pobreza, o programa Água para Todos, melhorar as vias de comunicação, a comercialização dos produtos dos camponeses e ainda a "levar benefícios a todas as zonas rurais".

O presidente do partido recordou a obra deixada nos últimos quatro anos na Huíla, destacando a reconstrução do Caminho de Ferro de Moçâmedes e o Aeroporto Internacional do Lubango e apelou ao tecido empresarial para aproveitar "o enorme potencial agrícola, industrial e turístico" da província, insistindo na necessidade de formação de quadros e recursos humanos.

"Queremos continuar a ser Governo para acabar aquilo que iniciámos", afirmou o líder partidário: "Executar estas políticas no próximo mandato é o compromisso que assumo", disse ainda José Eduardo dos Santos, sem deixar claro se tenciona cumprir os próximos cinco anos na liderança do país. O candidato a vice-Presidente, Manuel Vicente, não interveio no comício.

O discurso terminou com o aviso de que os angolanos não vão deixar que "os mentirosos, os demagogos e os caluniadores cheguem ao poder" nas eleições gerais de 31 de agosto.

"Aqueles que teimam em fomentar agitação, instabilidade e negar o que toda a gente tem diante dos olhos terão a devida resposta nas urnas", avisou José Eduardo dos Santos, sem identificar o destinatário destas palavras.