Luanda - A manifestação realizada hoje sábado 25 de Agosto em todo país, com especial realce a da Praça da Família junto ao Largo 1. Maio em Luanda, que segundo testemunhas oculares, terá contado com mais de 100 mil militantes, simpatisantes e amigos do Movimento fundado por Jonas Savimbi. O local terá sido demasiado pequeno para albergar os milhares de angolanos em representação dos milhões de sedentos de uma mudança histórica no dia 31 do mês em curso, dando fortes sinais indicativos da tendência do voto.


Fonte: Club-k.net

À semelhança da Manifestação pela saída de Suzana Inglês, realizada no pretérito 19 de Maio no mesmo local, a manifestação de hoje provou mais uma vez que, por mais que o MPLA e a sua CNE  manipulem as eleições e seus resultados, não há ambiente político, nem social muito menos psicológico para os angolanos admitirem uma “victória” do partido da situação. Não obstante esses factos,  fiz um esforço em descrever de maneira equilibrada, os cenários já mencionados atrás e que seguem de imediato:


1. Cenário: a UNITA ganha, apesar de forte indícios de manipulação e forma Governo sem qualquer necessidade de governar em coligação; Este é o cenário mais lógico e o mais racional, se considerarmos o grau elevadíssimo de insatisfação em que caiu JES, seu regime e seu partido.


2. Cenário: na melhor hipótese para o partido governamental, caso as tentativas de manipulação ultrapassem os limites de fraude ( - 0,9%), o MPLA “ganha” as eleições de forma apertada, quer dizer com maioria relativa, facto que o forçaria a uma coligação, na hipótese mais provável o parceiro seria a CASA-CE, apesar de a UNITA ser o mais votado á seguir ao MPLA. Aliás,  a postura e a forma até certo ponto conivente como Abel Chivukuvuku e a sua CASA-CE vem reagindo aos excessos cometidos pela CNE na condução do Processo Eleitoral e ao abuso do MPLA na instrumentalização da imprensa pública, enuncia uma certa cumplicidade e quiçá um espécie de “Acordo Secreto” entre ambas as formações políticas. Ao confirmar-se tal suspeita, a CASA-CE não é mais senão que, uma formação política de “conveniência” e seu tempo de existência estarão doravante, bem contados.


3. Cenário: não há qualquer maioria qualificada entretanto a UNITA é a mais votada dos 3 principais concorrentes (MPLA, CASA-CE), necessitando no entanto de um aliado que lógicamente seria a CASA-CE, apesar de seu Presidente ser dissidente dela.Mas porque não um 4. cenário aventando a Nova Democracia-ND, PRS ou mesmo a FNLA, como sendo eventuais parceiros nas eventuais coligações, talvez o amigo leitor se pergunte? “Diga com quem andas e eu te direi quem tu és” diz o velho provérbio. Por mais que se tenham esforçado, a representatividade parlamentar para o resto das formações políticas serão:

 a) insignificantes para participar em qualquer eventual coligação ou mesmo


b) serão desqualificados e estintos, a semelhança do que aconteceu em 2008 a muitas outras formações.


Segundo os cenários supra, o MPLA de uma ou de outra forma, jamais poderá voltar a ser Governo segundo a constelação parlamentar actual, isto é, jamais governará sózinho sustentado por um parlamento á sua mercê e seu belprazer, como foi da última legislatura.


No fundo, os 3 cenários aqui descritos em termos simples e de forma compacta, espelham uma verdade: a DEMOCRACIA, o Poder do Povo. Este poder quando violado como desde 1992 vem sendo o caso, jamais poderá ser considerado de soberano.


Só um governo eleito com base e á letra da Lei, só um governo saído de um parlamento equilibrado como reflectem os 3 cenários hipotéticos aqui apresentados, poderá responder aos grandes desafios desta grande nação de N`gola Kiluanji Kiá Samba e Mandume; de Jonas Malheiro Savimbi, António Agostinho Neto e Àlvaro Holden Roberto. Que o deus Todo podero os tenha!