Luanda – O porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, afirmou na segunda-feira, 27, em Luanda, que o seu partido não prevê recorrer a uma guerra civil ou actos de vandalismo em caso de derrota nas eleições gerais do dia 31 de Agosto, a julgar pelas consequências do conflito armado em que o país andou mergulhado durante longos anos.

Fonte: Angop

Em conferência de imprensa, Alcides Sakala informou também que a UNITA não tenciona boicotar as eleições, ainda que a Comissão Nacional Eleitoral não corrija os alegados vícios e violações ao processo. “Quanto à confusão a que me referi aquando da manifestação do dia 25, houve má interpretação e uso descontextualizado do termo", sublinhou.

Alcides Sakala acrescentou que a UNITA não possui quaisquer meios bélicos que lhe permita fazer guerra, além de não pretender interceptar o desenvolvimento socioeconómico do país, que ganhou, fruto da paz alcançada em 2002, muitas importante infra-estruturas e um estatuto especial perante o mundo.

“Nunca foi nossa intenção voltar a fazer guerra, até porque sabemos bem dos estragos causados por esta ao país. Talvez só quem não é angolano ou as gerações do Angola pós-guerra desconheçam o mal que o conflito de cerca de 30 anos provocou ao país”, afirmou o também director da Campanha da UNITA.

"Isto gerou muitas mortes e desmembramento das famílias angolanas, pelo que a UNITA não pensa, jamais, em voltar a viver este triste cenário porque sentiu na pele, pois há dez anos que só pensa na paz, motivo pelo qual pede à população para ficar tranquila", sublinhou.

“A UNITA não pode dizer uma coisa destas a esta altura porque está num processo de democratização. Cada um tem direito à sua opinião, mas que fiquemos mesmo só pelas opiniões e rumores. Nós estamos aqui para reafirmar a nossa vontade política de continuar a dar a nossa contribuição para o aprofundamento da democracia”, retorquiu.

Segundo o porta-voz, os angolanos passaram por fortes sacrifícios de ambos os lados, e dez anos depois nós podemos fazer um balanço positivo, se tivermos que comparar os anos de guerra que o país viveu, daí que se deve tirar ilações para construirmos uma nova sociedade.