Ao não recompensar, tanto Dinho Chinguji, como Fátima Roque, com um cargo ministerial, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, fez muito bem. É que deserções do género, ou seja, manifestamente motivadas pela busca do tacho, não são bem vistas do lado para onde elas se dirigem, no caso, o MPLA. De resto, com tanta gente no seio do seu próprio partido para acomodar, se o seu presidente optasse pela nomeação de um daqueles «troca-tintas» de última hora, iria certamente causar protestos entre os seus militantes, muitos dos quais estavam à espera da sua vez.

Dinho Chingunji – A estas horas, os militantes consequentes do «Galo Negro» devem estar a dar largas à sua satisfação pelo facto de nenhuma das três grandes fi guras que deixaram o partido de forma algo rocambolesca fazer parte do elenco governativo (a nível de ministros) nomeado pelo Presidente da República. Entre os três, Jorge Valentim, Fátima Roque e Eduardo «Dinho» Chingunji, este último foi o que mais espalhafatos fez, a ver se conseguia continuar como ministro da Hotelaria e Turismo, cargo de cujas delícias benefi ciava como quadro do mesmo partido que depois «vilipendiou» em busca de um tacho no novo governo.

 Não se sabe já se o MPLA ainda os vai recompensar pela «traição» ao «Galo Negro» com algum cargo a nível de vice-ministo. Mas, coitados, a sua derrota no primeiro «round» foi já um sinal de que, quase sempre, o «crime» não compensa.Bem feito!

Fonte: SA