Luanda - Falar de economia em Angola é no mínimo interessante, pois se abrem tantas vertentes naquilo que até o momento tenta-se mostrar a um público que pouco se atem ao tema, vindo apenas a sofrer suas consequências.


Fonte: Club-k.net

Esta falta de atenção deve-se ao linguajar acadêmico dado ao tema para justamente muito falar e nada explicar, pois as palavras desconhecidas utilizadas para explanar os fatos parecem mais palavras de outro mundo, especial para se falar apenas aos sábados, pelas suas complexidades.


Para que sejamos mais transparentes e de fácil compreensão, proponho aos mentores da campanha do MPLA JES e dos marqueteiros brasileiros a parar de falar enganosamente ao angolanos.


Convido-os a descerem do salto acadêmico e utilizar um linguajar apropriado a qualquer leigo no assunto.


 Olhar para Angola na atualidade é constatar a necessidade urgente de mudanças das politicas econômicas pois se torna impossível admitir que as riquezas naturais que esta nação possui, com todas as bases necessárias para que o seu povo possam participar das maiores economias mundiais, sejam tão mal administradas, visando o domínio feudal sem que a grande maioria dos legítimos donos, a possam vir a gozar.


Torna-se necessário lembrar que a governação tem como objetivo gerenciar ou administrar os recursos naturais, gerindo-os de maneira a sedimentar e fortalecer todos os potenciais existentes da nação.


Deve ser do conhecimento de todo angolano que suas terras são abençoadas em todas as vertentes de prosperidade tendo capacidades de exploração em vários ramos da economia (agricultura, pecuária, pescas, recursos minerais, etc..), mas a gestão atual não soube nestes últimos 10 anos administrar adequadamente fazendo com que a nação angolana se encontre nesta situação caótica de pobreza sem consolidação orçamental do pib nacional.
É  importante relembrar, a cada angolano, que suas origens lhe faz um povo rico, pois sua terra é rica.


Agora o difícil é explicar onde se encontra esta riqueza?
Quem esta desfrutando daquilo que lhe é de direito?
São perguntas que não carecem de grandes meditações para se buscar respostas que as satisfaçam.


A grande pergunta que paira no coração de todo povo é o que fazer para que esta situação mude em curto espaço de tempo?


Hoje, o país atravessa uma situação de “desenvolvimento” ilusório, sem sustentabilidade, pois não possui bases para tal.


Diz-se de um ditado popular “não se dá o peixe e sim se ensina a pescar”


Atualmente, a maior desculpa para que o país encontrar-se nesta situação é o período de guerra que Angola atravessou e na continuidade, o pós-guerra que se iniciou a partir do ano 2002.


Poderíamos concordar caso não fosse o interminável número de anos que se alastra para este fator limitante de crescimento acrescido da contundente miséria que se instaura.


Hoje o povo angolano começa a aperceber-se que este interminável período de pós-guerra ao qual vem atravessando por 10 longos anos, trouxe-lhe apenas a pobreza e a falta de dignidade, pois as riquezas tão disputadas pelas grandes nações (USA e URSS) serviram apenas para o enriquecimento de poucos angolanos e muito mais estrangeiros que se possa imaginar.
Falar de economia hoje é verificar o êxodo de riquezas de propriedade do povo em decorrência de obras que apenas servem para ilusionar a situação caótica que nos encontramos.


Gostaríamos de estar aqui analisando uma economia autossustentável, sustentada pela força de trabalho do povo, buscando assim sua real evolução no mercado de capitais.


Mas o que podemos apresentar é uma economia  pautada em apenas uma das fontes de riquezas que  Angola possui, o petróleo, o qual ainda oscila no mercado mundial de acordo com as necessidades das mais ricas nações dominantes.


Que esta fonte de riqueza explorada durantes todos estes anos de pós guerra não conseguiu trazer para o país um pouco mais que algumas obras.


Que esta fonte de riqueza não consegue gerar a quantidade necessária de empregos que o país necessita para poder fazer com que seu povo consiga progredir e sustentar-se.


Não podemos admitir é que,  nestes anos que atravessamos sem guerra não houve o empenho do governo em utilizar o suporte que a exploração de petróleo proporcionou ao país para  indexar a agricultura e a indústria de Manu faturação, exploração de minérios, etc. fazendo com que Angola seja um pais rico, nadando na pobreza.


Agora o governo vomita obras por cima do povo, mas pergunto o que o povo vai fazer com estas obras?


Como manter tudo isto se a economia não possui sustentabilidade, não possui bases, pois não existem indústrias e nem nossa agricultura possui incentivos para ser implantada.
Pasmem-se nos últimos relatórios econômicos, nossa economia esta sedimentada em 97% no petróleo, 2% em diamantes.


É,  mais ainda sobra 1%.
É  para chorar e não achar graça.


Podem me achar maluco quando coloco que estamos em bases econômicas ilusórias e que o que esta sendo mostrado ao povo como melhorias são apenas invólucros eleitoreiros muito utilizados no Brasil, país  é onde os coordenadores da campanha eleitoral do MPLA possuem experiências suficientes para buscar e apresentar este tipo de ilusão ao povo.


O que difere é que o povo brasileiro não mais permite este tipo de campanha, pois possui fundamentadas experiências democráticas e nós apenas estamos nascendo, portanto fadados a sermos enganados facilmente.


São melhorias esperadas por muitos sim, mas que começa de uma maneira desordenadamente irresponsável sendo disponibilizadas a uma nação despreparada para desfrutar de tais melhorias.


Digo despreparada, pois o próprio governo não se preparou adequadamente para o que esta a fazer, pois senão não agiria de uma maneira tão leviana ou podemos vir a pensar que estes mesmos governos não se atem para a sabedoria de seu povo?


Tudo que esta sendo apresentado faz com tenhamos no mínimo dois questionamentos.
a- Qual é a durabilidade prevista para estas obras ou são obras descartáveis pela falta de uso?
b- Qual vai ser o método utilizado para a manutenção e preservação destas obras, mantendo-as em perfeito estado de uso até o momento de sua serventia?


Uma economia esta pautada em fatores que o provo consegue produzir, consumir, economizar e investir num circulo de total dependência, um impulsionando o outro.

A alavanca que impulsiona uma economia é o consumo de sua população e, isto esta diretamente ligado a sua força de empregos. Não é necessário ser estudioso para que se obtenha este discernimento. Como o povo vai gastar e fazer com que este circuito se estabeleça, ou melhor, como fazer com que a politica econômica seja autossustentável se não consegue trabalhar e produzir?


Não estou aqui de maneira nenhuma querendo dizer que o povo não precisa estas obras, estou sim querendo alertar que teremos todas estas benfeitorias que estarão fadadas ao abandono e falta de manutenção caso não se tome medidas urgentes na economia deste país. Abandono sim, pois basta olhar ao nosso redor e ver que muitas obras, estradas e construções já estão a necessitar de manutenções.


Temos hoje uma situação em nossa economia totalmente adversa com o período colonial.
Passamos de uma economia abrangente em diversas áreas onde existia um equilíbrio na balança comercial e na balança de pagamentos, o único problema que se assemelha ao de agora é que nossas riquezas não estavam com o povo.O colonialismo apenas mudou de bandeira.


Os índices de produtividade na economia angolana esta pautada em apenas um segmento, o que a torna vulnerável em todos os aspectos e, proporcionando-lhe reduzido números de empregos, impossibilitando atender a demanda do povo.


Angola não conseguirá sair da miséria que se encontra, apesar de ser um país rico, enquanto não conseguir dar a estabilidade necessária a seu povo.


Torna-se insustentável verificar que as bases da estabilidade econômica nem foram alicerceadas nestes dez anos pós-guerra, pois estamos a brincar de fazer economia ao não ter sido focado em nenhum dos pontos estratégicos e necessários para a geração de empregos acrescido de um pensamento lucido e pragmático de um poder judicia independente atuante na leitura do segmento das politicas econômicas e financeiras que sendo forem implantando no país


Implantam-se em todo o país inúmeras escolas técnicas, mas esquece-se que estes alunos carecem de locais para o estágio, ou melhor, o aprimoramento de um qualquer curso técnico faz-se necessários estágios nas indústrias.


Para posteriormente trabalharem, pelo menos é o que estes alunos esperam. Mas pergunto em parque industrial?


Será que estou desatualizado e o país possui um parque industrial que ainda não me apercebi?
Vamos por favor, abrir nossos olhos para a realidade que esta aos nossos pés.


Possuímos os maiores recursos híbridos e situações de climas favoráveis para já ser autossustentável na agricultura e pecuária, no entanto dependemos100% das importações destes produtos.


Angola possui uma situação que a difere das demais economias, pois possui um recurso natural de alto valor comercial que deveria sim ser usado, como o foi no pós-guerra, mas para alavancar a economia e não para o enriquecimento de poucos.


Não existem indícios que o petróleo foi utilizado para subsidiar outros ramos da economia e este motivo  faz com que atualmente  o país  se encontre  endividado mesmo possuindo  várias outras riquezas inexploradas , capacidade de ser auto sustentável na agricultura, pecuária,  sem indústrias, infraestruturas básicos  para que se mantenha.


Torna-se necessário sim, buscar independente da cor do partido, pessoas capazes de rever tecnicamente as bases econômicas que atravessa o país.


Que tracem um plano sério de crescimento econômico, direcionado para as necessidades de geração de empregos para proporcionar a dignidade do povo angolano.