Luanda – O comandante da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, criticou – durante uma conferência de imprensa realizada nesta quinta-feira, 30, em Luanda – o "pronunciamento leviano" do líder UNITA a pedir o adiamento das eleições gerais e disse que a sua força está pronta para responder a essa "ameaça" e garantir a votação.

Fonte: Lusa

Ameaça retaliar a UNITA

Ambrósio de Lemos afirmou que a Polícia Nacional "não vai permitir que haja perturbações em função dessa ameaça" às eleições gerais na sexta-feira, garantindo a defesa até às "últimas consequências" do Governo e do seu líder. "Somos uma instituição do governo e a polícia vai defender este governo até às últimas consequências e muito especialmente o seu líder, porque é um Presidente que está aqui, e não podemos permitir que qualquer pessoa de forma leviana desafie e insulte a mais alta entidade deste país", declarou o comandante nacional da Polícia.

Na quinta-feira, Isaías Samakuva, líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), anunciou o desejo de um encontro com o presidente do partido no poder, José Eduardo dos Santos, para discutir o adiamento das eleições, em resultado de alegadas irregularidades, não se responsabilizado pelas consequências caso o diálogo seja recusado.

Para Ambrósio de Lemos, o pronunciamento do líder do maior partido de oposição foi "leviano" e levou-o a questionar o motivo pelo qual a UNITA aceitou anteriormente a data da realização das eleições e a participação na campanha eleitoral. "Porque fizeram a campanha eleitoral? É uma pergunta que se pode fazer. A campanha eleitoral teve lugar em todo o país e esse senhor terminou-a ontem [quarta-feira] com esse pronunciamento", disse o comandante da Polícia Nacional, acrescentando que, "naturalmente, quem de direito irá dar resposta a isso".

A Polícia Nacional garantiu "está pronta e prestará serviços específicos nesta quadra para dar resposta a todos os desafios que atentem contra a estabilidade e a materialização das eleições" e apela "a todas as formações políticas para que os seus militantes e simpatizantes observem as leis, normas e regulamentos estabelecidos".

"Os pronunciamentos de incitamento à desordem devem ser banidos de qualquer um dos políticos envolvidos neste processo eleitoral", disse Ambrósio de Lemos, insistindo que, em caso da perturbação da ordem, a sua força não irá esperar para dar "uma resposta para o imediato restabelecimento da segurança pública".

O comandante nacional informou que o pronunciamento da UNITA não alterou o plano de segurança previsto para sexta-feira, que envolve um total de 70 mil efectivos em todo o país, e confia que "o povo está maduro, consciente, quer paz" e não vê necessidade de se entrar "numa violência ou numa contenda".

"Estamos prontos para atender a essas questões todas", assegurou o comandante da Polícia Nacional e, na sexta-feira, "todos os cidadãos em condições de votar devem acorrer às urnas para exercer o seu direito".