Luanda - Morreu o grande jornalista, nacionalista inveterado, profissional resoluto, angolano convicto e grande camarada diga-se. Não é exagero adornar os elogios com todos esses e mais outros adjetivos a um homem que deu tudo e nunca se deixou vergar por ninharias em defesa da Liberdade de Expressão, Liberdade de Imprensa. Para esse pioneiro da Imprensa Livre e Privada de Angola com o resistente e percutante “AGORA”, contra a pretensão da imposição de uma informação neocolonialista que Aguiar dos Santos rejeitou terminantemente fazer parte.


Fonte: Club-k.net


Ao meu Amigo Aguiar que conheci a muitos anos deixo aqui o meu sentido pesar pelo seu desaparecimento precoce.

A toda família as minhas sentidas condolências. A tua pátria ficou desfalcada com a tua partida deste mundo descontente com pessoas de carácter como tu meu irmão.


Falar de Aguiar dos Santos não é fácil, pois a dimensão desse pequeno grande, quase franzino homem das letras, ajudou de sobremaneira a catapultar o jornalismo livre e independente Angolano e firmá-lo no universo nacional e internacional.


Angola  e os angolanos devemos muito a Aguiar dos Santos, ainda recordo-me de um passado ainda recente, quando em Malange nos idos anos setenta conversávamos de vários assuntos sentados no muro da casa dos meus pais na companhia do também nosso Nelson Bonavena hoje cientista politico.


Meu amigo sinceramente naquela altura jamais me passaria pela cabeça que o homem franco, aberto e honesto viria a transformar-se no gigante que hoje te tornaste meu velho.


Hombridade, frontalidade, honestidade e franqueza é unicamente apanágio do grande Aguiar dos Santos. Ele bebeu esses atributos de seus pais e irmãos mais velhos que hoje fazem eco juntamente com o grupo que ajudou a fundar na nossa terra para que o país com que sonhaste seja hoje uma realidade.


Pode por acaso o tempo apagar a tua imagem meu amigo, é claro que não, porque tu meu irmão és uma figura incontornável do jornalismo independente que se quer livre e sério no nosso país.


Meu companheiro acredite que muitos dos que te foram próximos estão combatendo para que Angola se torne naquilo que falamos na nossa última conversa mantida na pastelaria perto da esquina da FANTA próximo do KINAXIXI. Lembro-me quando me falaste com teu tom cordial, oh Diniz temos agora de ajudar a fazer esse país numa grande e una nação livre.


Pode crer, estamos na luta meu irmão para que esse parto difícil de nação que tanto sonhamos aconteça breve muito breve na nossa Angola.


Amigo Aguiar, meu desejo é que tenha a teu lado o nosso irmão outro marco do jornalismo moderno angolano que ajudaste a criar, o nosso pioneiro Ricardo Melo, acredito assim como o nosso Ricardo Melo do Imparcial Fax, os Jornalistas sérios desse país e o povo que serviste com tanto afinco e verdade colocar-te-ão no mais alto patamar do jornalismo nacional angolano e serás para sempre lembrado como um bom filho de Angola. Aceita amigo lá onde estiver à franqueza de nossos queixumes, mas o orgulho por te termos tido entre nós, a semelhança de todos aqueles quantos você em vida formou com a tua veia do rigor e a tua tempera de um jornalista refinado no teu quão crítico e equidistante AGORA.


 Hoje são muitos, ontem precoces, hoje profissionais e seniores, com total certeza acredito que hoje te agradecem como nós o fazemos enquanto devoradores, leitores assíduos das preces e artigos com que nos brindastes à jamais.
Vai em paz amigo.


Raul Diniz