Luanda - Fiz um exercício muito grande e analisei com profundidade a sua revolta. Há comentários que não merecem respostas e nem merecem aparecer na internet, mas como estamos em democracia e a internet é um canal aberto vou lhe dar um conselho e não uma resposta, porque até o seu artigo está com digamos bem elaborado, e só peca no grande nível de confusão de ideias, e a forma como expões a mim e a altas figuras do MPLA.


Fonte: club-k.net

Não sou bajulador e enaltecer o PR pelos bons feitos, não é ser bajulador


No que diz respeito a mim, questiono se a corrupção que diz, faço parte dela, ou fui forjado num ambiente de corrupção?


Para os dois casos, com certeza que enganou-se no nome, pois eu não cresci em nenhum ambiente de corrupção, nunca beneficiei de trafico de influência ou corrupção, pois sou um combatente público deste mal que enferma o mundo, e como disseram nalguns comentários, não há país no mundo que não tem corrupção, e o importante é fazer algo  para diminui-la ou combate-la. Ao que me parece pessoalmente, Angola em termo de país e/ou o MPLA em termo de partido, jamais aceito e aceitarei considerar corruptos. Agora, corroboro na ideia de que alguns dirigentes angolanos o são, alguns militantes do MPLA o são, e se tem acompanhado as minhas últimas intervenções na imprensa, verá que se é combatente da corrupção estamos na mesma trincheira.


Com relação ao PR, que para mim, a título pessoal tem feito um grande esforço no sentido de tornar aberta e de grande abrangência a discussão e o combate a corrupção, não só nos programas do governo, mas como nos do partido, onde várias leis já foram aprovadas, e que a luta continua para que cada vez mais este sindroma seja banido, e é com estes debates, esta participação desinteressada da sociedade civil que vamos cada vez mais tornar nacional e consciente todos os angolanos para este propósito.


Há corrupção em Angola? Seria mentiroso se dissesse que não. Já estive no Brasil, Senegal, Estados Unidos, África do Sul, não vi um único sítio em que o sindroma corrupção não existe. Agora, mesmo com corrupção provavelmente tirando os Estados Unidos, algumas partes do Brasil e África do Sul, não vi país que sofreu 30 anos de guerra que a corrupção ainda paira, com os níveis de desenvolvimento e crescimento que Angola tem.


Já não vou falar das centralidades, do crescimento económico, mas sim do desenvolvimento pessoal e oportunidades de vida. Já estivemos mal, mas hoje não estamos tão mal assim. Os 71% falam por si. Eu também sou crítico e a minha postura é conhecida publicamente, mas provavelmente por viveres no Brasil, não deves ter acompanhado os meus últimos pronunciamentos. Mas se consultares os arquivos da Eclésia, LAC, vai com certeza ver quer que escolheu o nome errado, e verás que este teu pronunciamento cheira mais que um ataque politico do que um ataque a Riquinho.


Quanto a figura de Bornito de Sousa, vou lhe contar uma história de que Bornito de Sousa é das muito poucas reservas morais no seio do partido, e tem uma cena caricata que no tempo do partido único, depois de ter viajado em serviço, os trocos que restaram da viagem encaminhou-os ao Banco para os devolver. Acredito que também tenha falhado no tiro ao envolver esta figura.


Gosto do debate político, gosto do debate democrático e a troca de ideias, gosto de aprender e de também, também de transmitir a minha experiencia, não do ponto de vista político porque não o sou, mas do ponto de vista cultural que muito bem conheço.


Gostaria também de lhe dizer que esta figura a quem chamou de corrupta ou que foi forjado na corrupção, é um lutador e batalhador incansável, e que em vinte anos, batalhando na cultura, revitalizou o intercambio cultural entre Angola e o Brasil, levando do Brasil para Angola, mais de 150 músicos e bandas brasileiros que intercalados com os músicos angolanos, provocaram aquilo que se chama hoje a revolução do Semba e do Samba, que deu na explosão do funk e Kuduro, que hoje virou moda no Brasil. Esta inclusão deveu-se ao grande trabalho cultural feito em Angola, em colocar no mesmo palco de Sandy e Júnior, Leonardo, Zeze Di Camargo e Luciano, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, muitos dos quais você mesmo a viver no Brasil talvez não teve a oportunidade de os ver ao vivo, e muitos angolanos os viram ao vivo e a cores, e sabes graças a quem? Ao Sr. Riquinho, e não foi com fundos nem dinheiro do erário publico, pois foram com fundos próprios, e em alguns casos de músico mais caros, com financiamentos bancários, como mandam as regras internacionais do comércio. Para o Brasil também levamos vários angolanos, portanto, estou a falar só do Brasil para não lhe estender a minha dimensão cultural internacional, não haveria espaço para lhe descrever as mais de 250 Bandas e grupos africanos, os mais de 300 músicos angolanos residentes em Portugal, que os trouxe para Angola e/ou os mais de 100 americanos. Em nenhuma parte do mundo, um empresário cultural faz estas movimentações artísticas, sem ter apoio financeiro do estado, do Ministério da Cultura, associações, ou de patrocínios de multinacionais. Ninguém no mundo, escreva bem e sem demagogias, faria o que eu fiz, mais de mil músicos, cerca de 2500 espectáculos sem beneficiar do fundo de apoio da cultura, e eu fiz tudo isto sem nada. Eu não sou um corrupto... eu sou um herói.


Como só falaste da cultura, preferia não estender a minha obra na área do desporto, mais lhe vou dar um recado. A este que você chama forjado na corrupção, só se for na corrupção do sofrimento e da falta de apoio, isto sim concordo consigo, de ter sido forjado num clima de corrupção, mas não faço parte dos corruptos. E lhe dizer que no desporto, neste país dei Karga, pois não existe angolano que tenha feito o que fiz em 5 anos ao desporto angolano. Ofereci mais de 25 viaturas ao povo como promoção nos jogos de futebol e basquetebol, levei ao mundial uma caravana de mais 350 pessoas entre músicos, modelos, artistas plásticos, vários jogadores de futebol da velha geração, entre ele Jesus e Ndunguidi, co-organizei o afrobasket em Angola, CAN de Andebol, taça dos clubes campeões e mais de 250 jogos, de futebol, andebol, basquetebol e hóquei em patins, sem nunca ter beneficiado do fundo do desporto.


Por fim, algo muito importante para si e alguns internautas, que pensam que pelo facto de eu ter recebido financiamento bancário como sendo apoio, pois o financiamento é algo que os tenho pago e com juros altíssimos, agora os financiamentos sociais que são de áreas consideradas como sociais, cultural e desportiva, espectáculo sem fins lucrativos, kutonocas públicos, ida ao festival de da juventude, mundial de futebol, os vários jogos com pouco público, a promoção da cultura angolana em Portugal e no Brasil, tudo isto em qualquer país do mundo, os bancos são obrigados a fazerem financiamentos bonificados, com juros entre 1 e 5%, e em muitos casos mesmo dá-los como fundo perdido, e eu Henrique Miguel “Riquinho”, nunca beneficiei disto. Pelo que fiz pela cultura e desporto, noutras partes do mundo seria milionário e teria recebido do estado cerca de 1 bilião de dólares, e que contabilizando tudo que fiz, passa esta cifra, e até hoje as minhas reclamações, a que sou militante do CAP 17, e em fórum do estado, é senão isto.


Poderá também haver alguma confusão porque o presidente uma vez terá dito que eu sou dos empresários que mais poios recebeu do executivo. Provavelmente estaria o PR a falar das aberturas  institucionais e ou da participação nos meus eventos, mais de vinte vezes. Se for com relação ao valor do financiamento bancário que já recebi, acima de mim nem se contam quantas centenas de empresários e ou sortudos, que beneficiaram muito mais do que eu, e muitos nem fizeram o que eu fiz.


Mas a vida é mesmo assim, pois nem todos podemos ser donos de hotéis, clubes prédios, pois cada um deve estar na sua área, e na minha estou muito bem, e tenho a certeza que terei de fazer muito mais, e convido a si, os meus amigos e aos que não gostam de mim, a partir do dia 3 de Outubro que apareçam no cine tropical pois vamos retomar as quartas tropicais. Não lhe diz nada as quartas tropicais? Bem haja caro cidadão.


Quanto a bajulação, não sou bajulador, nunca fui e nunca serei. Falar a verdade, enaltecer o PR pelos bons feitos, não é ser bajulador e mais, tenho motivos mais do que suficientes para ser um defensor acérrimo do PR, porque de facto embora esteja mal rodeado por algumas pessoas, é um homem de bem e pessoalmente dos poucos apoios institucionais que tive foi por sua decisão pessoal. É só para ver que há vinte anos na cultura nunca recebi um dólar, nem qualquer diploma de reconhecimento, mas do PR já me enviou documento e certificado de reconhecimento, portanto e como disse, tenho motivos mais do que suficiente para falar a verdade sobre este homem. E quando digo que o PR merece o prémio Nobel da Paz é pensando, que país no mundo, que presidente no mundo, acabou com a guerra no seu pais se intervenção estrangeira, que Presidente e país, depois de uma guerra de 30 anos hoje tem uma paz definitiva? Olha para Palestina, Iraque, irão, os países árabes, as Koreas do Norte e Sul, a índia, olhem para o mundo e depois para Angola, para ver que com todos os defeitos, males ou erros que se pode atribuir ao Presidente, tem mais bom que mau, e só o facto da guerra ter acabado, não importa como acabou mas acabou e o pais cresceu, e todos angolanos temos de admitir e aliás a maioria já admitiu e como contra milhões ninguém combate... estamos no caminho certo... fui.