Brazil - À oposição a José Eduardo dos Santos e à quadrilha que da o apoio ao mesmo é parte do despertar da inteligência Angolana, quando se trata de fazer política. Ao contrário do que se imagina: ser um simplesmente ato político de grupos oposicionistas; é, também, parte de um processo de evolução democrática da sociedade angolana, que sempre viu no MPLA, com suas verdades e mentiras –mais para mentiras do que verdades-, a salvação da nação. Não que aqueles ( a oposição) não tenham jogado papel principal nesse despertar e na formação desta inteligência. Precisamos acabar com o preconceito político de que quem se opõe ao governo é um sujeito alienado que carrega todos os traços de fracassos, defeitos e fragilidades espiritual, em que a suposta carência de virtudes se traduz sempre como traição a mãe pátria; ou que quem se opõe a oligarquia que aí está é um títere a serviço de patrões estrangeiros, a mando do colonialismo ou do imperialismo.
Fonte: www.blogdonelodecarvalho.blogspot.com
Este mito colonial brasileiro ou imperialista
Só existe uma forma de se construir a angolanidade, e essa, é ver na política um produto imperfeito. Já que a mesma é quase uma oferta quase sempre tendenciosa de partidos políticos e grupos sociais defendendo interesses diversos. Entre esses interesses a rejeição ao colonialismo e a qualquer forma de dependência que caracteriza servilismo a uma potência imperialista é a grande opção, que deverá ser um dos princípios de uma nação traumatizada pela escravidão colonial.
De que esse imperialismo ou colonialismo é como uma raposa rondando uma capoeira, existe; é um fato. Mas a entidade maléfica sempre culpabilizada por tudo não se especializou só em rondar a vida dos angolanos. Assim, acreditamos ser injusto e até mesmo irracional a opinião que se tem de que a influência da cultura brasileira em Angola, assim como o crescimento das empresas brasileiras no mercado angolano é parte de um projeto hegemônico de quem tenta se instalar numa determinada região como potência imperial. Ao contrário do que se imagina e do que se acredita, Angola para o Brasil não passa de um país irmão esquecido, que o tempo afastou. Para alguns historiadores românticos (o que eu chamaria de esquerdismo solidário tupiniquim) existe ainda a ideia de que aquela é a mãe negra do Brasil –diga-se mesmo esquecida e abandonada em algum momento do tempo. Por muitos anos, e até hoje, Angola foi tida como um ser sofrido, uma mãe sofrida, que não há como rejeitá-la ou até evitá-la. É talvez nessa concepção que este como filho, na primeira oportunidade, não excitou em reconhecer aquela nas primeiras horas de sua independência. É também nesta concepção que o presidente Lulas, tido como o maior líder brasileiro popular dos últimos 50 anos e que dirige um partido de esquerda, o PT, é considerado o Presidente que em exercício desembarcou mais vezes em terras Angolanas ou mesmo no continente africano. É preciso interpretar esta aproximação como um gesto de solidariedade vindo dos brasileiros e não uma simples ambição imperialista ou mesmo capitalista.
Tudo bem que o Brasil é tipicamente um país capitalista, em que a solidariedade para com a África aqui vem de grupos bem selecionados e de mentalidades cultas e bem esclarecidas. Mas ainda assim não se pode ver na solidariedade brasileira como uma tentativa imperialista que tenta alcançar objetivos promíscuos num país como Angola. O que não é o caso de um pais como Portugal em que a pretensão política, colonizadora, exploradora com tendências a provocar o caos quando necessária numa ex-colônia é sempre manifestada na classe dos políticos que representam o poder naquele país. Já imaginaram vocês se José Eduardo dos Santos dissesse de boca cheia o seguinte aos angolanos “ vivemos num país corrupto, em que a solução atual dos problemas é quase impossível, por isso, arrumem as malas e batem as portas –tentem a vida- “num país lusitano” chamado Portugal” ou mesmo no Brasil. Esse discurso em Portugal existe a qualquer nível e nunca é em tons solidários. O mesmo parte de uma presunção colonial ou de uma mentalidade que acredita que se alguma coisa no passado foi sua, sempre será sua em qualquer circunstâncias, ainda que seja de modo precário que caracterize prostituição e corrupção. Assim é a relação entre Portugal e Angola.
Acreditar que a influência brasileira em Angola tem algo de vestígios coloniais ou imperialistas é parte de um complexo de inferioridade que encontra dificuldades para se instalar em mentalidades bem equilibradas. Mas quando uma crença desse tipo se instala na cabeça de alguém é porque o que vem depois como atitudes não pode ser boa.
O pior é que essa crença não para aí. Este mito colonial brasileiro ou imperialista já é parte do debate político em Angola; a propósito torna o mesmo mesquinho, deselegante e retrata a pobreza intelectual de certos formadores de opinião ( do angolano burro!). Entendemos que na acusação e no processo de desmantelamento do poder que aí está ( corrupto e bandido) tudo vale ou passa a valer. Mas não é justo, como se costuma dizer, misturar “alhos e bugalhos”. Também não vale ir atrás de inocentes, quando os culpados da corrupção e da desorganização de que é o Estado angolano estão mais próximo de nós. Que culpa pode ter a ODEBRECHET se consegue ganhar todas as licitações e contratos sem concursos públicos num país como Angola? De que ela ajuda a promover a corrupção no lado ativo não é culpa dela; é culpa de um regime corrupto existente e implantado pelos próprios angolanos, um regime que finge governar; é culpa de um regime que simula a existência de um Estado que tem controle sobre as coisas e cumpre com as leis. A culpa é do governo, do Estado Angolano que só existe para atender famílias privilegiadas; a culpa é de um homem chamado José Eduardo dos Santos e a quadrilha que rodeia o mesmo.
Vivemos num pais em que ter esperança é tudo para se arrancar o poder aos corruptos e entregar o mesmo a quem verdadeiramente pertence: o POVO educado democraticamente para não só saber eleger seus dirigentes, mas também para saber puni-los caso estes falhem. Depois que depositaram mais de 71% nas urnas a favor do MPLA e dos corruptos, quem merece punição não é a ODEBRECHT e nem os Brasileiros.
E ao contrário do que se imagina, talvez estes tenham muito a oferecer quando se trata de transparência democrática, mesmo não sendo um exemplo desejado para os resto das nações, mas ainda assim os angolanos poderiam aprender muito com estes. E para não perdermos o “bonde” vamos aqui falar de cultura que tanto molesta alguns cérebros angolanos.
A pergunta é a seguinte: de que têm medo esses entendidos que reclamam da suposta influências culturais brasileira? Antes de responder essa pergunta, vamos aqui filosofar um pouco: A babaquice é o retrato nu dos incompetentes. E esses por serem assim melhor mesmo que sejam colonizados, por quem quer que seja.
E com relação aqueles (és a resposta) que adotaram a cultura e os logros da civilização humana como um meio, não só de se relacionarem com outros povos, mas também para se livrarem do atraso em que se encontram –estado em que qualquer povo ou nação nesse mundo pode se encontrar “patinando” em sua própria lama- temos a dizer que a Coca-Cola e o Jeans substituíram para bem ou para mal o canhão de fogo instrumento cruel e desumano de colonização que nossos antepassados africanos não conseguiram vencer, infelizmente. Mas conseguiram sobreviver à colonização, precisamente porque nossa cultura não morreu está aí. E o melhor, atravessou a contra gosto dos colonizadores o outro lado do Atlântico. E que de vez enquanto como uma bola de sinuca ricocheteia em nossas terras.
O desafio está precisamente nisso, inteligência nenhuma, de povo ou nação, pode se fechar a valores culturais externos ou até internos quando o objetivo principal é a troca destes mesmos valores que ajudem no desenvolvimento de qualquer nação. O problema aqui é só saber filtrar e escolher, assim como saber oferecer, também, o que temos de melhor.