Lisboa - Um competente memorando reflectido na recomposição das evidências que resultou na morte de Jorge Valério Coelho da Cruz “Tucho” indica que o jovem estudante da universidade Lusíada, terá sido incendiado no momento em que o grupo - chefiado por Adilson Monteiro (na foto) - premeditou a execução.
Fonte: Club-k.net
Polícia prende autor do crime
De acordo com a ordem cronológica dos acontecimentos que o Club-K teve acesso, Jorge Valério “Tucho” teve no passado dia 24 de Setembro, uma discussão com uma pretendida amiga identificada por Jeovana Amor, que acusara o malogrado de a ter ofendido (Terão lhe chamado de bandida). Em reacção, a jovem telefonou para o seu irmão de nome “Márcio” para chamar atenção de Jorge. Este por sua vez terá se sentido intimidado com o falecido e recorreu a um amigo Adilson Monteiro que ao ser posto ocorrente do assunto agride Jorge Valério com duas bofetadas na cara.
No dia seguinte, (terça-feira 25), Jorge Valério foi ao ginásio a encontro de uns colegas a quem relata o sucedido. Os amigos deste decidem ir tirar satisfação aos prevaricadores (Adilson Monteiro e a Márcio) e ao encontrarem este, orientam o Jorge para que devolvesse as duas chapadas tendo o mesmo seguido as instruções dos colegas.
Na quinta-feira 26, Jorge é perseguido por um grupo de jovens que se presume ser uma “gang” ligada a Adilson Monteiro, mas consegue escapar.
No sábado último(28), a vitima foi a uma festa mas não ficou por muito tempo e pede a uma amiga que lhe arranjasse uma boleia para se deslocar a casa da namorada de nome Jessica. Posto no prédio, sito na rua Cônego Manuel das Neves, a Jessica diz-lhe, por telefone para esperar 5 minutos “que ela já descia” mas quando a namorada desce já não encontra Jorge Valério.
Terá sido neste período que o malogrado é raptado, e levado para o Condomínio Hojy Yahetoo, em Viana, na capital do país. Segundo o memorando que vimos citando, o referido condomínio tem algumas casas que não estão ainda habitadas e foi para La que Jorge foi exposto a uma sessão de tortura. Cercaram-lhe com uma barra de ferro no pescoço e de seguida baterem-lhe com tambores e pás na cabeça. De seguida terão lhe despejado gasolina na cabeça e incendiaram-no. (O cadáver apresenta o crânio e a boca desfeita, com os olhos arrancados) - Segundo o relatório da autopsia o jovem morreu por asfixia.
Há evidencia de que o mesmo terá sido torturado durante a noite de sábado e domingo. Alguns vizinhos, interrogados pela pericia, relataram ter ouvido alguns gritos durante a noite mas por receio não saíram de casa para espreitar. Somente no dia seguinte é que estes ao tentarem perceber o que se aconteceu, encontraram o corpo do malogrado e informaram a polícia Nacional que deslocou-se ao local para fazer a pericia e levar o cadáver para a Morgue de Luanda.
Detenção de Adilson Monteiro
Adilson Monteiro que já se encontra sob custodia das autoridades, foi apanhado na segunda-feira (1) pelos familiares do malogrado no largo da Maianga. Foi submetido a um interrogatório mas não terá revelado nada porque, de acordo com o memorando, ele parecia estar sob efeito estupefaciente.
O grupo que levou a cabo a execução do Jorge “Tucha” é composto por Adilson Monteiro (apresentado como filho de um general), Marcio, Lelas, Bebucho e Luis Miguel, também identificado como filho de um general. A “gang”, conforme são também chamados tem a reputação de andar com armas pelas ruas de Luanda.
Para além de Adilson Monteiro estão igualmente detidos, no comando provincial da Polícia Nacional de Luanda, os jovens Marcio e Lelas enquanto que os outros dois cúmplices (Luis Miguel e Bebucho), encontram-se foragidos.
O corpo do malogrado foi esta terça-feira, 02, para o quartel dos bombeiros onde pernoitara e o funeral realizar-se-á amanha as 10 horas no cemitério alto das Cruzes.