Lisboa - Funcionários da principal petrolífera estatal angolana endereçaram uma carta a Comissão Executiva da SONIP – Sonangol Imobiliária para manifestar  descontentamento face a burocracia  que se observa no processo de distribuição de moradias para os mesmos, no condomínio Villas de Luanda.

Fonte: Club-k.net

Empresa terá priorizado os filhos de dirigentes

A missiva, cuja integra o Club-K pública, foi endereçada com o conhecimento do PCA, Francisco de Lemos que tem o dossiêr sob sua alçada através de uma responsável, Arnalda Van-Dúnem, tida com o rosto da burocracia deste processo. (Ela terá priorizado gente ligada as famílias de renome)

AO
PRESIDENTE DA COMISSÃO   EXECUTIVA DA SONANGOL IMOBILIÁRIA (SONIP)
Att.: Dr. Francisco de Lemos
Luanda, 02 de Outubro de 2012


Assunto:  RECLAMAÇÃO REFERENTE À AQUISIÇÃO DE  IMÓVEL NO CONDOMÍNIO VILLAS DE LUANDA
Exmo. Senhor PCE,

Queira desde já aceitar os nossos cordiais cumprimentos.

No âmbito do processo de venda de imóveis conduzido pela SONIP foram os trabalhadores abaixo   descriminados, seleccionados por direito para beneficiar de um dos imóveis comercializados pela referida subsidiária,  desde que estes reunissem os pressupostos definidos, nomeadamente efectuassem o pagamento do down payment de 15%,  fossem trabalhadores da Sonangol,  e tivessem a quota das prestações mensais em dia.

Neste sentido e atendendo o ensejo de adquirir uma casa própria, factor este que é de suma importância para a estabilidade social, familiar e profissional, muitos dos trabalhadores tiveram que recorrer a créditos de consumo junto de Instituições Financeiras, proceder a venda de alguns bens como viaturas, terrenos  entre outras coisas, para que fosse efectuado o pagamento exigido pela “Sonip” isto é, o  pagamento do equivalente à 15%  do valor do imóvel  que  recaiu para escolha de  um imóvel  de tipologia T3 no Condomínio Villas de Luanda.

Neste sentido, à sonip no âmbito do referido  processo convocou os trabalhadores para  procederem a assinatura do Contrato de Promessa de Compra e Venda, estando alguns dos trabalhadores no momento à aguardar à chamada para o efeito.

Acontece, porém, que decorrido mais de 6 semanas desde a data do pagamento dos 15% , bem como da assinatura do Contrato Promessa de Compra e Venda por parte de  alguns dos trabalhadores aqui descriminados, estes foram convocados pela Direcção Comercial da Sonip para um encontro a ter lugar nos dias 02 e 03 de Outubro do corrente ano, para abordarem aspectos relacionados com o imóvel adquirido, (vide e-mail em anexo).

Durante o encontro, à referida Direcção informou-nos que haviam ocorridos  problemas no sistema de venda dos imovéis na altura em que procedemos a aquisição dos mesmos devido a falha de corrente eléctrica”, o que culminou na venda de alguns imóveis “a mais de um Sócio. Para o efeito à Sonip apresentou como sugestão aos trabalhadores lesados a troca por um outro imóvel na“tipologia T2 localizado no mesmo condomínio ou alternativamente que optassem pela tipologia T3 no Zango ou na Cidade de Kilamba, ou  ainda como última opção à  devolução do valor pago.

Ora, após escutado os esclarecimentos prestados pela Sonip em relação ao ocorrido, consideramos que os argumentos apresentados pela mesma não procede pois, durante todo este processo de compra/aqusição nunca presenciamos ou ouvimos os sócios mencionarem  (i) à falha de corrente eléctrica, (ii) a inoperabilidade do sistema, pelo contrário alguns trabalhadores inclusive não puderam escolher andares mais baixos,uma vez que o sistema alertava automaticamente sobre a indisponibilidade do imóvel, assim como da situação financeira em termos de regularização de quotas.

Por outro lado, entendemos que na eventualidade de tal falha ter ocorrido, que a Sonip deveria ter tido conhecimento num curto espaço de tempo,  altura esta em que havia disponibilidade de trocar-se por um outro imóvel da mesma tipologia  no referido condomínio e não após decorridos mais de 6 semanas, altura esta em que existem não apartamentos com a referida tipologia naquele condomínio.

Ainda nesta senda, consideramos que a responsabilidade pela falha ocorrida não deve recair sob o humilde trabalhador,  penalizando  este e sua familia, mas sobre as pessoas que não alertaram  atempadamente à Sonip.

Face ao acima exposto, servimo-nos da presente para solicitar a V.Excia  para intervir  no sentido de  impedir a troca do imóvel  adquirido no Condomínio  Villas de Luanda e da tipologia T3”, uma vez que foram criadas expetactivas na esfera jurídica dos trabalhadores e das suas famílias, e pelo facto da escolha feita pelos trabalhadores ter assentado nos seguintes pressupostos (i) custo do imóvel, (ii)distância com relaçao ao centro da cidade  e (iii)  agregado familiar numeroso.

Cientes do melhor acolhimento que  o assunto irá merecer de vossa parte, subscrevemo-nos apresentando os mais elevados pretexto de estima e consideração.

Atenciosamente;

 

cc/: PCA
- ADM. Executivos
- ADM Não Executivos