Luanda  - Jorge Valério Coelho da Cruz nasceu a 11 de julho  de 1992. Os primeiros três anos de vida passou na rua das Beiras, bairro Terra Nova, Rangel. Filho de António Cristo Coelho da Cruz e de Euridice Paula Sebastião, é caçula entre três irmãos.


Fonte: SA

Aos três anos de idade parte com a família para Portugal, a acompanhar o pai que na altura era basquetebolista e havia sido contratado por uma equipa lusa. Acomodam-se em Torres Vedras, no Distrito de Lisboa, seguindo depois para Vila Nova de Gaia.


Foi ali onde faz os seus estudos primários e permaneceu até à adolescência. Um dos seus defeitos, muito por conta da convivência, quase desde a nascença, com a cultura portuguesa e a raça branca, dizia sempre, quando criança, que não era negro. Mesmo depois de crescido mostrou sempre sinais  de aculturação. Jorge Valério era um rapaz de personalidade forte, era alguém que não gostava de levar desaforos para casa e engolir sapos não fazia parte do seu dicionário, tão pouco do seu quotidiano, como diz um seu parente.


«Era um rapaz muito calmo, um miúdo muito fino. Nunca foi amigo de bebidas alcoólicas. Ele podia ter algumas diferenças com os irmãos, mas nunca com vizinhos ou pessoas de fora», agrega o seu familiar.


Em 2008 regressa a Angola definitivamente. Em Luanda, Jorge Valério continuou os seus estudos no colégio Miramar, onde tinha uma tia como directora. Essa escolha foi intencional porque permitia aos familiares terem um maior controlo e melhor acompanhamento do menino. E por conta disso, ele sempre foi um aluno aplicado. Sempre apresentou boas notas.


Jorge Valério era um rapaz muito carismático, principalmente no seio das meninas e também muito vaidoso. Gostava de ginásio, não por desporto, mas para manter o corpo escultural. Não hesitava em pegar uma t-shirt nova do irmão mais velho ou até um perfume para aparecer bem.


No principio do ano corrente fez o teste para ingresso na Universidade Lusíada de Angola, curso de gestão de recursos humanos, em que aprovou. Estava a frequentar o primeiro ano do referido curso. Até à data da sua morte o jovem mantia uma rotina que se limitava a encontros com os amigos (às vezes até altas horas), escola, casa e nos finais de semana gostava de se divertir. ■