Luanda  - Jéssica Coelho, reagiu as acusações contra si,  proferidas recentemente, por Euridice Sebastião,  alegando que  tivesse facilitado  ao desaparecimento do  seu falecido filho, Jorge Valério  "Tucho". 


Fonte: Club-k.net

“As acusações falsas espelham uma grande irresponsabilidade”

Por intermédio dos seus progenitores, a jovem Jéssica Coelho  conta o sucedido entre Tucho e a mesma  no dia em que aquele  desapareceu, e afirma que as declarações da mãe do malogrado  são “mentiras, deturpações dos factos e acusações infundadas de quem busca vingança cega e não justiça.”


Eis os factos apresentados por Fernando Coelho, o pai de Jéssica:

O Jorge Valério (Tucho) foi namorado da nossa filha, por cerca de 1 ano. Mesmo com algumas desavenças e interrupções na relação, coisa normal entre jovens, o Jorge, aparentemente, nutria uma grande afeição por ela e era correspondido. Ele ligava para ela e enviava mensagens, várias vezes, todos os dias.


No Sábado dia 29/09/2012, o Jorge enviou até as 15 horas várias mensagens para ela. Não enviou mais nenhuma mensagem durante o resto do dia, nem de noite, ao contrário do que afirma a família, de que ele falou com ela à noite por mensagens. O Jorge só voltou a contactar a Jéssica, POR CHAMADA TELEFÓNICA, às 22:04:46 horas, dizendo que estava numa festa e precisava de falar com ela sobre um assunto em que queria um conselho. Dizia ser URGENTE E IMPORTANTE e que passaria em breve por nossa casa. 10 minutos depois (22:14:46) voltou a LIGAR e pediu à Jéssica que saísse. A Jéssica perguntou-lhe se já estava lá fora (no portão de casa) e ele disse que não, mas que estava de boleia a caminho e perto da casa. Assim, ela deixou passar entre 4 a 5 minutos para que ele chegasse e foi até ao portão, onde constatou que o mesmo NÃO SE ENCONTRAVA. Voltou para dentro de casa e fez uma chamada para o Jorge para saber onde ele estava, mas o seu telemóvel dava sinal de desligado. Quando eram cerca das 23 horas, voltou a ligar para o Jorge, sem sucesso, o telefone do Jorge continuava a dar sinal de desligado. Então, ficou a espera de novo contacto dele, até que adormeceu, sem que tal acontecesse.


No Domingo 30/09/2012, por volta das 16 horas recebeu uma chamada da sua amiga e colega do colégio e prima do Tucho e de um amigo dele, o Emanuel Mingas, perguntando-lhe se ele lhe tinha telefonado nesse dia, pois ninguém sabia dele e o telefone estava desligado. A Jéssica informou à prima e ao amigo do Tucho, que não tinha recebido nenhuma chamada ou mensagem nesse dia, mas que na noite anterior ele lhe havia ligado a dizer que passaria por sua casa para conversarem, mas que entretanto não apareceu. Ligaram também para a Jéssica ainda no domingo a tarde, a MÃE do Jorge Valério e a tia (D. Fausta Conceição) a perguntarem se ele lhe havia telefonado nesse dia, uma vez que elas sabiam que a Jéssica era namorada do seu filho e sobrinho e que este estava sempre a contactá-la. A Jéssica deu às duas senhoras (mãe e tia do Jorge) a mesma explicação.


Na Segunda-feira 01/10/2012, por volta das 12H00, quando se encontrava no colégio, foi chamada, com vários colegas que se relacionavam com o Tucho, para irem à 2.ª esquadra da Policia Nacional, a fim de prestarem esclarecimentos que pudessem ajudar a localizar o Jorge Valério. A Jéssica deu às autoridades policiais, a mesma explicação acima enunciada.


Até esta altura, todo mundo sabia apenas que o Jorge estava desaparecido e efectuavam-se buscas para localizar o seu paradeiro. Foi somente na 2.ª esquadra que a Jéssica tomou conhecimento de que o Jorge teria tido umas brigas na semana anterior com alguns rapazes, porque já haviam alguns familiares e amigos do Jorge a comentarem esse assunto. E apenas na terça-feira 02/10/2012 de manhã no colégio, ela ficou a saber da triste notícia do falecimento do Jorge.


DESMENTINDO OS BOATOS, INVERDADES E FALSAS ACUSAÇÕES:


1. A nossa filha, a Jéssica, NÃO ligou para o Jorge, nem sequer enviou ou recebeu nessa noite mensagens de/ou para o Jorge, a pedir que fosse ter com ela (como afirma a mãe do Jorge na edição n.º 699 de 02/11/2012, do Jornal ANGOLENSE), mas sim foi ele, JORGE, QUEM LIGOU para a Jéssica, porque dizia ter algo URGENTE para falar com ela. (Isso poderá ser comprovado, mediante acesso, ao registo de chamadas e mensagens junto da operadora de telefonia Unitel, local onde o Roger Cruz irmão do malogrado trabalha).


2.  A nossa filha NÃO mora em prédio, mas sim numa casa de rés-do-chão, e estava nessa noite em casa com a sua mãe, irmão e avó. NÃO COMBINOU nenhum encontro e NÃO mandou o Jorge esperar 20 minutos (COMO ERRADAMENTE AFIRMA A MÃE DO JORGE) para descer, pelo contrário, foi ela que esperou cerca de 5 minutos para ir até ao portão, dando tempo que ele chegasse, uma vez que ele referiu que “estava a chegar” (e não que já tinha chegado!).


3. A nossa filha NÃO contactou, NÃO é amiga, NÃO conhece e NUNCA viu os rapazes que têm sido “apontados” como “supostos” autores do crime. Nem sequer conhece a rapariga, alegadamente de nome Geovana, a quem se atribui a origem de toda esta triste e dolorosa confusão. Por outro lado, realce-se também que a Jéssica não estuda em nenhuma das universidades dos referidos supostos autores do crime, nem mesmo na Universidade onde estudava o Jorge, mas sim num colégio. (Isso também se pode comprovar consultando a lista de chamadas e mensagens do seu telefone ou as dos ditos supostos autores do crime).


4. Durante o tempo da sua relação com o Jorge (Tucho), a nossa filha NUNCA soube de qualquer envolvimento do Jorge em lutas ou disputas com outros jovens, nem sequer soube deste caso específico em que ele se envolveu em lutas com os referidos rapazes, porque ele também não lhe contava nada dessas coisas.


Estes factos são o que REALMENTE se passou nesses dias e que se impunha esclarecer e dar a conhecer à sociedade. Da nossa parte e atendendo a que o Tucho foi namorado da nossa filha, procuramos quer no dia do óbito (terça-feira 02/10/2012, nos bombeiros), quer no dia a seguir ao funeral (quinta-feira 04/10/2012, na Terra Nova) a família dele, para transmitirmos os nossos sentimentos de pesar e colaborarmos no que fosse necessário, tendo em conta a relação havida entre os nossos filhos. Porém, isso não sucedeu porque a nossa visita foi mal interpretada e por isso fomos mal recebidos por alguns familiares que ali estavam presentes.


Como cidadãos e pais, compreendemos a dor e revolta da família enlutada, pois é demasiado grave o que aconteceu. Temos confiança no trabalho da polícia, por isso nos mantivemos até então, em silêncio, respeitando os comentários de quem os fizesse, ainda que algumas vezes maliciosos. Mas não podemos aceitar, que a coberto dessa dor e revolta, (que também é nossa, como pais, pois isso não pode deixar de nos afectar psicologicamente), se pretenda envolver por mentiras e deturpações, o nome da nossa filha para este crime. A nossa filha podia também ter sido vítima, se eventualmente tivesse sido encontrada com ele. Não nos vamos silenciar, deixando impunes estes ataques gratuitos e desmedidos, que mancham, hoje e quem sabe para sempre, o nome da nossa filha, reservando-lhe um futuro estigmatizado e pré-condenado socialmente. Provando-se a total inocência da nossa filha, virá esta mãe a público desculpar-se? Já diz o ditado: Quando se acusa, ouvem 100 (porque se grita), mas quando se desculpa só ouvem 10 (porque se murmura). Não vamos aceitar que uma mãe dorida e por consequência disso, fragilizada, INVENTE que “reflectiu e chegou à conclusão de que em 20 minutos (ninguém sabe onde ela foi buscar essa história), a nossa filha tenha feito ligações aos amigos para raptarem o filho dela, conforme disse ao jornal Angolense de 02/11/2012. Se o Tucho supostamente estava sozinho, não falou com mais ninguém, como é que esta mãe pode inventar esse tempo de espera do filho dela pela nossa filha e mais, INVENTAR que a Jéssica estivesse a efectuar chamadas para indivíduos que ela não conhece? São acusações gravíssimas, com base em especulações, que influenciam a opinião pública, deixando-os com uma versão falsa dos factos, mas que ditos por uma mãe dorida, começam a criar na sociedade uma opinião maldosa da boa conduta e educação da nossa filha e não só, caindo a menina nas teias da condenação social. E MAIS: Estas mesmas deturpações, acabarão influenciando e pressionando a actuação dos investigadores, uma vez que se tenta a todo o custo plantar flores no cimento.


Nós os pais da Jéssica Coelho, NÃO SOMOS nem nunca fomos generais, dirigentes do país ou outra coisa que se pretenda fazer acreditar. Somos cidadãos normais, que trabalham, vivem do seu suor, e que procuram dar aos seus filhos o melhor que receberam dos seus pais e avós: EDUCAÇÃO. Não é nossa intenção “pintar” a nossa filha com cores de princesa, mas sim repor a verdade dos factos, e um ambiente de sã convivência social. Todos os amigos que lhe conhecem, sabem do grau de educação que a Jéssica tem. É jovem, tem qualidades e defeitos naturais da sua idade, como todo ser humano, mas é educada e incapaz de fazer mal a quem quer que seja, E MUITO MENOS AO SEU PRÓPRIO NAMORADO! Se algum crime a Jéssica cometeu, foi o de ter gostado e namorado com o Jorge. A mãe do Tucho em momento nenhum se referiu à Jéssica como namorada do seu filho. Mas era nela que o Tucho procurava o seu amor e essa mesma mãe sabia disso! Que motivos teria a Jéssica para querer algum mal ao Tucho? Não pensou essa senhora que a nossa filha sofre com a morte do Tucho e ainda hoje chora por aquele que partiu? Respeitem-nos por favor, pois é também nossa esta dor e particularmente da Jéssica, pelo sentimento que nutria pelo Tucho. A Jéssica está em Angola, não fugiu nem tem motivo para o fazer, continua a ir a escola todos os dias.


As acusações monstruosas e falsas de que a nossa filha tem sido alvo, espelham uma grande irresponsabilidade por parte da mãe e de alguns familiares do Jorge Valério, dando-nos o direito de procedermos judicialmente contra os mesmos, por crime de calúnia e difamação, pois que, se é a JUSTIÇA que se proclama e se pede, então justiça seja feita a todos. Não vamos aceitar que a coberto de uma pretensa busca de justiça, se procure vingança contra tudo e todos a qualquer preço. A senhora fala muito em justiça divina. Pois bem, lembre-se ela também, que terá que prestar contas ao Criador por estes seus actos. Ninguém está livre disso.


Muito obrigado a todos que se dignarem a ler e prestar alguma atenção a este relato.

Os pais da Jéssica – Fernando Coelho e Paula Coelho.