Luanda – O Club-K celebra hoje, dia 7 de Novembro de 2012, mais um aniversário. Fá-lo por direito próprio como forma de afirmar a sua especificidade no plano global da acção dos órgãos de comunicação social nacionais e internacionais. Fá-lo em nome da liberdade de imprensa.

Fonte: Club-k.net

A sua linha editorial granjeou-lhe respeito, produto da sua equidistância, rigor e competência dos seus quadros. Associo-me a esta celebração, partilhando as minhas reflexões sobre o papel da imprensa na era da globalização.

De relevar, assim, que a grande revolução da informação, produto de novas tecnologias de informação, alterou radicalmente o papel dos governos, dos Estados e das forças vivas da sociedade, em particular da oposição que passaram a agir de forma concertada dentro de famílias políticas nacionais e internacionais, como também dentro e fora dos Parlamentos.

Com efeito, vivemos hoje num mundo cada vez mais globalizado. Num mundo em que as relações de interdependência são cada vez mais complexas, sustentadas pelos factores estruturantes da globalização.

O mundo transformou-se na verdade numa aldeia global. Os acontecimentos que ocorrem em diversas partes do globo revolvem a consciência da humanidade. Homens e mulheres de todos os cantos do planeta ficaram transformados em cidadãos do mundo.

Ninguém é indiferente ao que se passa na Síria, nos Estados Unidos da América, no Egipto, no Mali, na Tunísia, na Rússia, na República Democrática do Congo, no Huambo, no Kuando Kubango, no Uíje e na Cidade Alta, graças ao papel das redes sociais e dos órgãos de comunicação social escritos e falados, nacionais e internacionais, públicos e privados.

Neste contexto, o Club-K transformou-se ao longo dos anos num importante fio condutor desta vontade de informar com rigor e isenção, o que permite consolidar, enquanto contribuição, os alicerces da era da informação plural. Essa vontade tem permitido aprofundar o debate contraditório, em nome da verdade e da justiça de informar com imparcialidade.

O Club-K tem, de facto, sabido tirar partido das novas tecnologias de informação, em que os computadores, as comunicações e a Internet, são os pilares fundamentais, são os factores essenciais na era da globalização da informação.

Encorajamos o Club-K a prosseguir a sua luta pela democratização da informação em Angola. Apesar da Constituição de Angola garantir a liberdade de imprensa, assegurar o pluralismo de expressão, como também o funcionamento independente de um serviço público de rádio e de televisão, os poderes instituídos agem na prática contra essa Lei, violando-a sistematicamente, institucionalizando a censura. Anos depois de aprovada a Lei da Comunicação Social, espera-se ainda pela sua regulamentação.

Por todos estes motivos a Vossa luta pela liberdade de imprensa em Angola, que também é nossa, tem de ser feita de forma inclusiva e permanente no seio das instituições nacionais do Estado angolano e não só para a conquistada da liberdade e da pluralidade da informação. Só assim se pode dignificar a sociedade que se pretende construir livre, justa, democrática, solidária, de paz, igualdade e progresso social.

Desejamos que esta data que hoje se celebra, se repita por muitos e felizes longos anos para que o esforço, hoje consentido, sirva de alicerce para o aprofundamento do pluralismo de expressão, factor essencial para a consolidação do diálogo democrático.

*Docente