A nova legislatura angolana começa na quarta-feira, com uma Assembléia Nacional constituída por 220 deputados, sendo a maioria qualificada do MPLA, com 191 deputados, eleitos nas eleições legislativas de 5 de setembro deste ano.
A oposição no Parlamento será feita pela União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), com 16 deputados, pelo Partido de Renovação Social (PRS), com oito, pela Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com três, e pela Nova Democracia (ND), com dois.
Unita
Em declarações à Agência Lusa, o porta-voz da Unita, Adalberto da Costa Júnior, disse que o seu partido está consciente do que deverá fazer perante o atual cenário, que considerou não ser norma "para os sistemas democráticos mais avançados".
Para a Unita, a "completa desproporção" entre a realidade angolana e a composição do Parlamento "deve e vai ser encarada como uma experiência" não só para o partido, mas também "para os cidadãos angolanos", que terão nestes quatro anos a "possibilidade de observar a forma como o MPLA está na política".
Questionado pela Lusa se a Unita se sente assustada perante esta "desproporção", o porta-voz da legenda declarou que "esta realidade pode assustar, de fato", mas "assustará essencialmente o angolano comum" devido à "falta de cultura da aceitação da diferença que o MPLA já demonstrou ter".
"Perante a falta de disponibilidade para o respeito e o direito à diferença estes quatro anos podem ser difíceis e até vazios de conteúdo político democrático, monótonos e entediantes", disse.
Segundo o porta-voz, o acesso da oposição aos meios de comunicação social do Estado não permite que "os angolanos fiquem sabendo quais as posições dos partidos da oposição e quais as suas propostas".
Outros partidos
Para o vice-presidente da bancada parlamentar do Partido Renovador Social (PRS), Tito Chimono, a terceira força mais votada, a prioridade do partido é "fazer com que a voz do povo seja ouvida".
"O PRS fará todos o possível para que a voz do povo seja sentida em todo o país e para que a população viva os frutos das riquezas", disse Tito Chimono, ressaltando que, apesar de contar com apenas oito assentos, o partido vai trabalhar para justificar a confiança depositada pelo povo.
O presidente da FNLA, Ngola Kabangu, disse que "é grande a expectativa" em torno do início do novo ano legislativo, em um Parlamento dotado de novos deputados, pressuposto que pode garantir um empenho "mais eficiente".
"A Assembléia Nacional está recheada de tecnocratas de grande valor que vão poder analisar várias questões, sendo prioridade da bancada da FNLA as questões sociais que afligem as populações", disse à Lusa o líder do partido que mantém três deputados no Parlamento, metade dos seis na legislatura anterior.
Fonte: Lusa