Segundo o prelado, para o desarmamento dos cidadãos em posse ilegal de armas urge a necessidade do desarmamento espiritual, pois a Igreja tem o papel de auxiliar os cristãos e não só no espírito do amor ao próximo e consequentemente da pátria, olhando assim para um futuro construtivo.

"Quão difícil será desarmar toda gente, mas não é impossível, a Igreja através das suas paróquias e outras comunidades pastorais estão disponíveis a ajudar as pessoas que receiam entregar as armas à polícia, pois ela será o elo de ligação para fazer chegar as autoridades competentes às armas de fogo dos cidadãos receosos", sublinhou.

Desarmamento e desenvolvimento

Por sua vez, o secretário-geral da Associação “Angola 2000”, Cirilo Bonge, considerou haver uma interligação entre os conceitos de desarmamento dos cidadãos em posse ilegal de armas, desenvolvimento social, económico e político, bem como democracia.

O palestrante sustentou este ponto de vista quando dissertava o tema "Desarmamento da população civil e suas implicações no processo democrático".

"A consolidação do processo democrático exige um clima de confiança, segurança e prosperidade", argumentou Cirilo Bongue, para quem, num país seguro, ao caminharem pelas ruas os cidadãos não devem ter medo de serem atacados.

Defendeu a necessidade de mobilização todos os sectores, incluindo da sociedade civil, nesta campanha que visa, sobretudo, garantir maior segurança a população.


Ausência do MPLA, da TPA e da RNA

Por seu turno, o porta voz do congresso e  membro da Comissão de Justiça e Paz, Moura Jorge, destacou que o evento tem como objectivo contribuir para a reabilitação do país mediante a sua reconciliação e reconstrução política, social e económica.

Moura regozijou-se pelo balanço dos debates no primeiro dia, mas deplorou a ausência do MPLA, da TPA e da Rádio Nacional de Angola num encontro de tamanho interesse público.

Convidou estes ausente a corrigirem o tiro nos dois próximos dias.

No certame participam entidades governamentais, tradicionais e eclesiásticas de diversas congregações, líderes de partidos políticos, comandantes de divisões da Polícia Nacional e membros da sociedade civil.

O Congresso aborda os temas "Democracia e cidadania", "Desarmamento da população civil e suas implementações no processo democrático", "Democracia, eleições e desarmamento das mentes", "Democracia, oposição e alternância de poder", "Democracia e Direitos Humanos", "Democracia e liberdade de imprensa" e "Democracia e Desenvolvimento".

A realização da congresso está a cargo das Comissões Diocesana e Episcopal de Justiça e Paz, através da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), num programa denominado "Construtores de Democracia". É financiado pela União Europeia e pelas agências também européias Cordaid e Trocaire.

Fonte: Apostolado