Luanda – Moradores dos prédios sitos nas imediações da Avenida 4 de Fevereiro estão a fazer circular um abaixo-assinado contra os preços cobrados para estacionamento nos novos parques criados ao longo da alameda e que será endereçado ao Governo da Província de Luanda. Considerados excessivamente altos, os preços rondam os 450 dólares por mês, por automóvel.

Fonte: NJ

“Várias comissões de moradores receberam nas últimas semanas informações da STARPARK S.A., empresa que adquiriu a concessão da exploração dos parques de estacionamento da Baía de Luanda, sobre o ‘privilégio que será viver e estacionar na Baía’. Essa verba e igual ao preço médio de um contrato mensal de estacionamento numa garagem da cidade de Nova Iorque.

Depois de termos contactado telefonicamente a equipa comercial da STARPARK S.A., fomos informados que o valor sem desconto para morador depende do parque a usar e vai variar entre 435 a 463 dólares por mês, por viatura”, pode ler-se no documento, a circular também pela internet.

Os moradores apontam ainda que “segundo a STARPARK S.A., o custo de estacionamento de duas viaturas – promoção só para os primeiros 140 moradores – é de 3.720,00 dólares/ano por cada viatura! 7.440,00 dólares anuais para dois carros, pagos antecipadamente! Em três anos, o morador gastaria 22.320 dólares”.

Para os moradores que chegarem depois dos primeiros 140, cada carro vai custar anualmente 5.220 dólares anuais, sendo que as famílias com duas viaturas arcarão com uma despesa anual de 10.440 dólares.

Cristina Pinto, da Associação dos Naturais, Residentes e Amigos de Luanda, informou que a instituição vem recebendo várias denúncias e queixas relativas à situação dos parques de estacionamento na marginal. Apesar de não morar na área, a fonte garantiu que a situação a preocupa por mostrar “a pouca atenção com a qualidade de vida dos cidadãos”.

Protestando contra a situação e fazendo referência a outros espaços da cidade, como jardins e praças, que vêm sendo privatizados, a vice-presidente da Kalu acrescentou que, na sua opinião, devia ter havido uma auscultação pública no que toca aos parques. E questões como a obrigatoriedade do pagamento por parte dos moradores da região e o limite de valores a serem cobrados deviam ser discutidos.

Daniel Cohen, morador da área contou que tomou conhecimento da situação via e-mail e mostrou-se bastante indignado com os preços pedidos pela STARPARK S.A., já que muitos condomínios nestes prédios não passam dos 50 dólares. “Se isto avançar, porque estou em crer que não vai, o que vai acontecer é as pessoas começarem a estacionar na Marginal. É certo que tem que haver manutenção, mas os moradores já o eram antes da reforma”, concluiu.