Luanda -  Aos 15 de Novembro, o Ministro do Reino Unido para África, Mark Simmonds, afrente de uma importante delegação composta por mais (5) individualidades, deslocou-se ao fim da tarde a Sede da CASA CE onde conferenciou com a Direcção dessa Organização Política chefiada pelo seu presidente Abel Chivukuvuku. Mas não é tudo, a semana ali na CASA CE foi recheada e rica em acontecimentos.

Fonte: Folha8

Assim, enquanto muitos se distraiam com o 11 de Novembro, Chivukuvuku lançou uma mini ofensiva diplomática interna e externa. Durante a semana trabalhou intensamente, distribuindo seus colaboradores da direcção e se desdobrando em contactos diplomáticos a nível de instituições nacionais e estrangeiras, mesmo em Angola.


Com efeito, dia 12 de Novembro, em plena ressaca do feriado, a frente de uma delegação integrada também pelo Vice-presidente da CASA CE, Manuel Fernandes, Pelo Secretário Executivo Leonel Gomes, por Luisete Macedo Araújo, Emílio Tonga e outros conselheiros, foram recebidos pelo Secretário Geral da CEAST o Bispo Don Emílio Sumbelelo. Conjuntamente partilharam pontos de vista relacionados com a conjuntura política, económica e social de Angola. A Igreja Católica, face aos factos e opiniões sobre o processo de paz, bem como o estado de ânimo das populações e as perspectivas de Angola, dominaram o encontro de mais de hora e meia. Lembra-se que dia 24 de Setembro, a CEAST havia denunciado igualmente ter havido irregularidades no processo eleitoral.


A CASA CE reconhecida por governos internacionais

Na manhã de terça-feira, 13, Chivuku e os seus foram recebidos pelo Embaixador americano no Mira-mar, naturalmente para abordar a conjuntura e delinearem os próximos tempos, a partir de linhas traçadas pela CASA CE em função dos procedimentos ditados pelo Governo. Na circunstância, Abel Chivukuvuku aproveitou deixar pessoalmente sua mensagem de afecto e galardão de solidariedade para com a vitória remarcável de Barack Obama na sua histórica reeleição ao Capitólio. O embaixador americano Christpher J. McMullen, tem se mostrado preocupado pela forma como se desenrolaram as eleições de 31 de Agosto, tendo mesmo solicitado uma audiência com o Presidente da República para abordar a questão, facto que até a data não resultou.


Mas, como dissemos no início, o ponto culminante desta mini ofensiva diplomática, foi a visita do Ministro Britânico a Sede da CASA. Esta deslocação foi considerada como um alto reconhecimento da CASA CE pelas autoridades do Governo do Reino Unido, tal como podemos nos aperceber quando a dada altura, Mark Simmonds disse ter ido visitar Chivukuvuku, para perceber inloco este fenómeno político CASA CE e encorajar a prosseguir nesta via: “Nossa deslocação foi para conhecer os motivos deste novo movimento que surgiu em Angola. Tivemos uma discussão muito longa em relação as possibilidades de reforçar os laços entre o reino Unido e Angola”, disse. Inserido no contexto da sua vinda a Angola, Simmonds realizou outras consultas no âmbito político e económico com o Governo angolano no quadro das relações bilaterais. Por exemplo no encontro com a Ministra dos Assuntos Parlamentares, Rosa Luís Micolo, este manifestou a vontade e disponibilidade do Governo Britânico ajudar Angola na organização das futuras eleições autárquicas inicialmente previstas para 2015, de acordo o Ministro Bornito de Sousa.


“Sabe que a CASA é uma coligação político-partidária de criação recente, Abril do corrente ano, mas que participou nas eleições e conseguiu apesar de todas as irregularidades desembocadas em fraude, eleger 8 deputados. E há interesse da comunidade internacional questionar o que é isso a CASA e é basicamente isso que o Presidente da CASA transmitiu ao ministro o que é a CASA hoje, o que a CASA será e os desafios que a CASA terá em 2015 e 2017. E o presidente passou em revista exactamente as várias etapas e os contributos da CASA para a Democracia. Por outro lado, a CASA se orgulha e sabe perfeitamente que constitui um incentivo quando recebe uma visita desta natureza e obviamente ficamos cada vez mais mobilizados com a recepção de uma entidade como o ministro britânico para África. Por norma e no quadro das relações internacionais, os governos instalados não estão autorizados pelas constituições e pelo direito internacional a apoiarem organizações políticas dos países, evitando assim maus entendidos de ingerências aos assuntos internos desses. Contudo, o facto de uma delegação oficial visitar a Sede da Organização Política, como acontece agora com a CASA CE, não indicia outra coisa, se não um reconhecimento tácito e um gesto de apoio moral muito forte e encorajante”, disse o Porta-voz da CASA CE, Lindo Bernardo Tito.


Como remate, Abel Chivukuvuku, acedeu a nossa solicitação e teceu igualmente em jeito de contentamento sobre o significado desta visita começando nos seguintes moldes: “Hoje a CASA é considerada como um fenómeno político em Angola e há muita esperança que venha contribuir para melhoria da governação em Angola. Constatamos que, a comunidade internacional de facto apreciou imenso o surgimento da CASA e encoraja para que a CASA dê o seu contributo à melhoria da vida nacional. Em termos gerais, sentimos que a comunidade internacional achou a CASA um fenómeno positivo para Angola e encoraja.


Nós em todos os encontros internacionais estamos a clarificar que a CASA vai ter uma postura de luta pela estabilidade e no nosso conceito a estabilidade depende de intuições políticas fortes e processos políticos credíveis, coisa que não temos em Angola. Em África a tendência é de pensar que a estabilidade deriva de um líder forte e com longevidade, não é verdade. Ao contrário, isto até periga a estabilidade. A estabilidade tem de se fundamentar em instituições fortes e funcionais e processos políticos credíveis. Este é o primeiro campo que nós achamos. Segundo, estamos a explicar que a segunda dimensão é que a CASA vai ter uma postura de defesa intransigente da legalidade porque outra tendência em África, é de pensar que o chefe é a lei. As vezes as próprias instituições que aprovam as leis, as regras, as normas, são as mesmas que as violam. Portanto, a CASA vai procurar ser o garante do respeito da legalidade.


Mais adiante e depois de ter trocado os votos de despedida com o visitante, Chivukuvuku, em função das estratégias do seu grupo parlamentar, disse: “A CASA vai dar uma contribuição especial para melhoria do ambiente político-democrático do nosso país. Portanto, se optamos pela democracia, então os valores, os princípios sejam mesmo implementados. Não podemos ter uma democracia onde não existe uma abertura dos órgãos de comunicação social a todas as opiniões, não podemos ter uma democracia saudável onde não há igualdade de tratamento das forças políticas várias. Tudo isso tem de ser abordado, tem de ser transformado e a CASA quer fazer disso parte do seu contributo à vida política nacional. Queremos também contribuir no sentido de melhorar a qualidade da governação. Neste momento a governação está caracterizada por insensibilidades, por má gestão, por corrupção, por nepotismo, etc. Vamos lutar por formas a que este estado de coisas também mude. Temos noção que as coisas não vão mudar de um dia para outro. Mas precisamos de andar, mesmo em termos de processos eleitorais. É preciso que de processo eleitoral, a processo eleitoral, haja melhorias. Não podemos nem regredir, nem ficar estáticos”.


Com relação às Relações Internacionais, o presidente da CASA, visivelmente satisfeito e referindo-se a visita do ministro a sua Sede, argumentou: “Estamos a explicar também a comunidade internacional que achamos a CASA deve contribuir também no sentido de melhorar o ambiente de investimentos em Angola. Por enquanto o ambiente de investimentos não é bom. Há muita burocracia, muita corrupção, as pessoas que querem investir são logo solicitadas a pagar comissões; os próprios custos de investimentos em Angola são muito altos e tudo isso não encoraja. Precisamos também de ajudar o governo para que as empresas internacionais chegam, criam riquezas aqui sim senhor, mas dêem emprego a juventude e a outros sectores da sociedade. É do nosso interesse, e é esta a essência da mensagem que temos passado a comunidade internacional”, enfatizou.


F8 – Neste desenrolar de propósitos, o que a CASA solicitou ao Governo Britânico para que as coisas possam realmente melhorar?


CVK – Solicitamos ao Governo Britânico e a mesma mensagem estamos a passar a outros governos que, devem estar engajados com as instituições angolanas e nisso felicitamos o ministro, pelo facto do primeiro país africano que ele visita ser Angola. Isto é bom. É preciso que eles se engajem e encorajem o governo a melhorar a governação a acabar com a corrupção, lutar para acabar com a pobreza, esta pobreza básica: falta de luz, água, nem já a potável nos referimos. Que estes países engajem Angola. Segundo, que haja investimento, com empresas, como disse que criem emprego para os nacionais. Terceiro, que a Europa não tenha uma espécie de padrões diferentes para avaliar a democracia. O que existe e isto preocupa-nos é que a Europa estabeleceu mais ou menos de que para África, um padrão medíocre de democracia serve muito bem os interesses dos africanos; enquanto que para Europa têm de respeitar os princípios de valores universais. Nós dissemos que não. A humanidade e os seres humanos são os mesmos em todo lado, não pode haver padrões duplos. A maneira como a Europa considerou as eleições na Ucrânia não livres, não justas e não transparentes, pois as coisas que aconteceram na Ucrânia, são menos graves do que as coisas que aconteceram aqui o que para Angola relativizaram o que não é correcto. Isto é o mesmo como se estivessem a nos passar um atestado de menoridade, isto é inaceitável. Da delegação que recebeu o Ministro, fez parte o Almirante André Mendes de Carvalho “MIAU”, a Vice-presidente Anatilde Freire e o Conselheiro Carlos Kandanda, para além do Porta-voz Lindo Bernardo Tito.