Luanda – Sob a ordem da Procuradoria-Geral da República (PGR) da Namíbia, encontram-se detidos na cidade de Windhoek, um total de dez estudantes angolanos (nomeadamente: Francisco Messias Gola, André Garcia Teixeira, Fausto Raimundo da Silva, Pedro Diogo, Oliveira Morais, Pedro Miguel Maiembe, António Francisco Costa, Mário Augusto da Costa, Tomas A.M. Quissanga e Danilcia Fernandes Garcia), e um namibiano (Johannes Kandali Kalimbo), acusados de falsificação certificados de habilitações académicas. 

Fonte: Club-k.net

Os supostos “falsificadores” foram detidos, pela polícia local, no passado dia 27 de Outubro do ano corrente, num dos hotéis daquela cidade quando se preparavam, naturalmente, para celebrarem com uma "festa de formatura" as suas falsas habilitações académicas, segundo noticiou o jornal “New Era” na sua edição do dia 12 do mês em curso.

Após a detenção, os mesmos foram oficialmente apresentados na segunda-feira (12). Na altura, a procuradora Samantha Diergaardt informara ao magistrado Ingrid Unengu que o procurador-geral da República era a pessoa indicada para tomar qualquer decisão sobre “como proceder com o caso”.

Os arguidos que já compareceram no Tribunal do Magistrado de Windhoek, vão responder judicialmente por infringirem quatro leis daquele país, nomeadamente, “Lei de Combate à Corrupção (secção 34)”, “Fraude e Falsificação”, “transgressão do artigo 46 da Lei Constitucional” e, por último, “Lei de Educação de 2001 (seção 77)”.

De acordo com o jornal “New Era”, os supostos “falsificadores” forjaram os seus respectivos certificados a partir do Instituto Politécnico da Namíbia (PoN), a Universidade Internacional de Management (IUM) e do Instituto de Gestão Comercial (ICM). As autoridades locais desconfiam que a mesma “rede” terá actuado também noutras instituições de ensino superior, como a Universidade da Namíbia (UNAM).

O director da ACC, Paulus Noah, exortou as instituições de ensino superior a fazerem uma “forte” avaliação antes de admitirem, sobretudo, os alunos estrangeiros em suas instituições. "Se eles são capazes de forjar certificados na Namíbia, eles são igualmente capazes de fazê-los nos seus respectivos países", argumentou.

Paulus Noah revelou ainda que “os referidos certificados” custaram de cinco a sete mil e 500 dólares namibianos cada, de acordo com o nível académico do solicitante. “As investigações policiais revelaram que alguém ofereceu 12 mil dólares namibianos, bem como um computador portátil, ao ‘maestro’ para executar os trabalhos”

De acordo ainda com a fonte que vimos citar, alguns arguidos já contrataram defensores. Francisco Messias Gola, um dos acusados, é representado pelo advogado Orben Sibeya (do escritório de advocacia Sibeya e Parceiros). Enquanto André Garcia Teixeira, Oliveira Morais e Pedro Miguel Maiembe são representados pelo advogado Tabitha Mbome. Pedro Diogo tem como advogado Mese Tjituri. Já António Francisco Costa e Fausto Raimundo da Silva têm como advogado Ndapewa-Omagano Shipopyeni. E os restantes não possuem defensores por motivos não revelados.