Luanda -  Hoje vou reflectir, quanto ao simplicíssimo “Caso William Tonet”, cujo enfoque é uma armadilha urdida pelo poder político de José Eduardo dos Santos, que não descansará, enquanto os seus carrascos, não consumarem a eliminação fisíca. Até lá, vai contando com a colaboração do sistema judicial, totalmente, sob a sua alçada nomeativa e ainda, no presente caso, voluntária ou involuntária, tanto faz, com a subserviência da Ordem de Advogados de Angola, uma associação corporativista de profissionais liberais e não de militantes do comité de especialidade da bufaria e, para minha tristeza, do seu bastonário, Hermenegildo Cachimbombo, aliado aos órgãos de comunicação social públicos.


Fonte: Folha8


Com toda esta trama de baixo coturno, difamação e calúnia, nada abona a favor do senhor presidente da República, José Eduardo dos Santos, recorrente na perseguição, política, social e económica, que me vem movendo, ao longo dos anos.


Nisso não tenho dúvidas, pois ele é o único concentrador absoluto de poder e quem acciona o botão da eliminação, política ou física de quem não lhe bajula, por isso subsiste uma única dúvida, saber quando irá aparecer o miúdo saído da estória d’«O rei vai nu» que, na sua inocência, revelará num grito de pasmo: «Xé, o poder e a OAA vão nús!», sem princípios, sem ética, sem moral e sem equidade, como vieram ao mundo!


Sobre a podridão que grassa pelos medias estatais, principalmente, o Jornal de Angola, magistralmente, dirigido por pessoas de dupla personalidade: Ribeiro e Queiróz, que decidiram, atirar pedras ao meu telhado, vamos juntar estilhaços, noutra freguesia, pois, hoje, aqui e agora, não vou esgrimir argumentos, com, eles sim, estagiários e falsos gestores económicos, antes de se apurar os gastos das mordomias, mensalmente enviadas do Kwanza ao Tejo.


Neste lance mal agoirado, mal-amanhado e mal parido, no qual se misturam comunicação social, justiças com políticas, foi descaradamente violada a presunção de inocência, quer pelo juiz Cristo Alberto, quer pelo procurador-geral adjunto, Adão Adriano, que convocou a imprensa, violando a deontologia, a ética e as normas legais, em pleno julgamento, fazendo publicidade de um caso novo, para questionar a formação do advogado, argumentando que, segundo a Universidade Agostinho Neto, WT apenas frequentou o 2º ano, na Faculdade de Direito de Luanda, uma questão marginal, pois nunca apresentei documentos, fazendo-me passar como licenciado nesta, com a agravante desta frequência ter sido introduzida, abusivamente, pela PGR e Bastonário, no meu processo, pois o certificado por mim apresentado foi o de licenciatura numa universidade americana, cujo processo completo foi apresentado como prova inequívoca e que repousa na OAA e na reitoria da universidade, ou melhor, repousava, porque, pouca sorte, desastrada e misteriosamente terá desaparecido, a julgar pelo desnorte, das gavetas das respectivas instituições do Estado que atempadamente fizeram sumir os verdadeiros para permitir esta miserável finta, digna de um mercador de 4ª classe do mercado do Kikolo, já com cadastro na justiça.


Nesta salada muito mal mexida, salta à vista o servilismo de certos órgãos de utilidade pública angolana, com um bastonário, Hermenegildo Cachimbombo a lançar os seus membros as feras e a deletá-los nos órgãos castrenses e com um juiz conselheiro do Supremo Tribunal Militar, Cristo Alberto, a surpreender toda a gente no dia 06 de Novembro de 2012, mas sobretudo todos aqueles que tinham de si uma imagem de homem de lei ponderado, ao dobrar por demais a espinha pondo em evidência a parte traseira do seu ser, precisamente a que de bom-tom esconder, neste caso uma boa graxa das botas do sistema em detrimento daquilo que ele devia defender, ou seja, a lei e o direito.


Essa foi a grande surpresa desse dia, consubstanciada no facto de Cristo Alberto, ao tomar conhecimento de um requerimento do procurador Adão Adriano, sem que o mesmo tivesse aberto um processo de incidente de falsidade, logo lhe tenha dado deferimento, assim, à primeira vista de forma avulsa, o que é uma autêntica novidade, enfim, mais uma de “atipicacidade” a juntar à colecção desta turma de indivíduos “especiais”


Voltando a esse dia 05 de Novembro, falta ainda remover o acto de depreciação inadmissível do juiz ao perguntar em jeito de proposta ao arguido se gostaria de continuar a ser defendido, por William Tonet, como seu defensor oficioso, dado que ele ia ser expulso da sala do tribunal, com razões ou sem.


A esta insidiosa pergunta o arguido respondeu que desejava continuar a ser defendido por WT como seu defensor oficioso. Mas, depois contra a vontade expressa do cidadão de continuar a ser defendido pelo seu advogado na condição de defensor oficioso, no 06.11.12, o juiz Cristo, inconstitucionalmente, indeferiu esse direito.


E fê-lo alegando não ser o advogado idóneo!...


Como pôde ele chegar a esta conclusão se contra William Tonet nunca recaiu nenhuma sentença transitada em julgado, atestando essa característica depreciativa?


Como pode um juiz fazer juízos antecipados contra um cidadão? Se um magistrado condena desta forma, então estamos entendidos sobre o que podemos esperar de muitas das suas decisões.


É verdade que o juiz diante de um caso, durante uma sessão tem de decidir. E a decisão pode e nem sempre deve ser do agrado das partes, mas pode ser em relação a Constituição, as leis e ao direito.


Finalmente, uma sugestão, já que a PGR, está carente de casos e o bastonário da Ordem, Hermenegildo Cachimbombo, com sede e vontade de deletar colegas, a bem da idoneidade moral, que tal começar pelo seu indefectível amigo e vice presidente do Conselho Provincial de Luanda da Ordem de Advogados de Angola, António Joaquim, que tem um processo crime, na DNIC, movido pelo administrador do Condomínio Pátria, na Marginal, por apropriação indevida e adulteração de matriz predial de uma fracção comum e, por via disso, também lhe foi apresentada uma queixa para procedimento disciplinar na Ordem, à mais de dois anos e que se encontra engavetado, na OAA, sem ter sequer instrutor (voltaremos com mais detalhes em próximas edições).


Se assim agir, teremos a certeza, do bastonário, Hermenegildo Cachimbombo, do procurador, Adão Adriano e do juiz, Cristo Alberto, serem transparente, eticamente correctos, imparciais e justos nos seus actos.