Luanda – A administração municipal do Cacuaco (dirigida por Rosa João Janota Dias dos Santos) é acusada pelos residentes de ter vendido na totalidade o bairro Anda-Sequel – que foi atribuído aos elementos da Associação Nacional de Deficientes de Angola (ANDA) desde 2002 – a um cidadão (não identificado) de nacionalidade portuguesa, noticiou nesta terça-feira, 27, a Voz de América. Neste exacto momento encontram-se a viver no local mais de 50 numerosas famílias. 

Fonte: Club-k.net

De acordo com a fonte, no dia 22 do mês em curso, os moradores do bairro “Anda-Sequel” foram surpreendidos por um cidadão português, acompanhado de dois funcionários da administração do Cacuaco, identificados por Kufuna e João Gamba, que terão apresentado um documento da referida administração alegando que “o bairro agora era pertença daquele cidadão português”.

A acção terá enfurecido os moradores que se recusam abandonar o local por não saberem onde ir. “Apareceu aqui os senhores Kufuna e João Gamba a dizerem que nós vamos sair daqui porque venderam o bairro completo ao branco”, contou, em anonimato, uma das moradoras que recebera ameaças por parte dos vendedores. 

Os supostos ameaçadores, segundo uma outra moradora, proibiram que os residentes vazam-se as tais informações (que lhes foram comunicadas) para as estações radiofónicas luandenses. “Disseram para ninguém ir se queixar na rádio. E caso alguém desobedecer esta ordem vão agir com dureza”, revelou. 

A mesma fonte avançou que o documento apresentado pelos “supostos” funcionários de administração do Cacuaco consta que o negócio foi realizado ainda este ano. “Nós estamos neste bairro desde o ano 2002, e como é que só agora aparece um estrangeiro com documento de 2012 a reivindicar o espaço?”, questionou irritadamente a fonte.

Para o melhor esclarecimento, os residentes do “Anda-Sequel” almejam marcar um encontro com a responsável máxima da administração do Cacuaco. “Infelizmente não há sinal positivo neste sentido”, disse um outro morador.

Mas em entrevista, telefonicamente, a VOA, Rosa Janota, administradora do Cacuaco, mostrou-se surpreendida. “Não sei nada disso. Eu vou saber deles agora mesmo. Vou-lhes mandar chamar, para saber o que esta acontecer”.