O Movimento, apresentou ao povo para as legislativas de Setembro um programa de governação ambicioso na qual muitos apostaram e outros como é óbvio, colocaram enormes dúvidas, o que é normal em sociedades democráticas. Em torno do seu programa o movimento arrastou multidões, deu chapa zero aos seus opositores, aglutinando toda amalgama da população deste país, e não só, conseguiu ainda surprender até aqueles que fazem parte das fileiras desse partido. Será que esta estrondosa vitoria sobre os oponentes foi porque o programa apresentado é de léguas melhor que dos outros, ou porque o povo quis ao votar no programa do movimento punir os males, os danos causados pela UNITA a este povo. Demonstrando assim a sua maturidade.  Em particular, somos de opinião de que a última tese tem maior força e sustentabilidade. Ou seja, enganam-se aqueles que acreditam simplesmente que a vitória do MPLA é devido ao seu programa de governo. E a uma suposta força de canalizar a mensagem desse programo pelos meios de difusão( Jornal, rádio e tv).

De maneira aberta e escancarada só estamos querendo advertir que o que aconteceu com a oposição, ou em particular a UNITA, pode acontecer futuramente com o partido que hoje está no poder. E esse futuro começou a ser traçado  desde agora. Simplesmente, porque acreditamos que nenhuma situação ou ordem é eterna. Principalmente essa que está aí.

Tão logo a poeira das eleições começou a baixar, começaram a surgir os problemas de sempre, a dança das cadeiras as influencias começaram a sair, todos queriam entrar no governo, todos querem colocar nele os seus parentes, amigos e conhecidos para dali tirarem dividendos. Já o mais alto mandatário da nação numa das sua alocuções em comício de campanha havia dissertado sobre o assunto, de que aqueles que no seu time fossem maus jogadores que haveria de os substituir. O que se vê, é que o time continua o mesmo só foram afastados os velhos e os declaradamente prevaricadores, e mesmo esses ficaram impunes dos crimes supostamente cometidos.

Aqui no a-patria.net havíamos rogado ao mais alto mandatário que ponderasse ao fazer a escolha para o seu governo, o que não aconteceu. Foram colocadas no tabuleiro de xadrez governamental precisamente as mesmas peças, peças essas muitas delas caducas, ultrapassadas, e muitas delas mesmo que espremidas até a exaustão já não sai nada já deram tudo o que tinha para dar. É de lhes agradecer por tudo que fizeram pelo país e irem para casa. Os que tiverem que se aposentarem, que se aposentem. E quem tiver habilidade para abrir negócios próprios ou trabalhar por inicitaiva própria a sociedade de igual maneira estará grata por tais serviços. O que não podemos aceitar é (de manter) essa cultura de que o Estado ou ainda o Governo serve para acomodar política, social e economicamente elementos que acreditam que a patria tem alguma dívida para com os mesmos. Por supostos serviços que andaram prestando, atribuindo-se qualidades vitalicias, até quando cometem erros.

Também em parte entendemos, o porquê da corrida para os cargos governamentais. Porque da forma como anda a nossa sociedade, só se é alguém aqui no país, quando se ocupa determinado lugar a nível do aparelho de estado ou do governo. Se não vejamos todos os empresários a nível nacional de sucesso, ou já foram governantes ou os seus sócios são actuais governantes. Os nossos governantes não chegaram a altura de separarem o joio do trigo, até quando? Além disso, com relação aos vícios do poder e empremdedorismos muitas vezes contestado ou que deixam a desejar, é fácil notar, que para cada governante você tem uma grande empresa associada ao mesmo. Em que quem cuida da mesma empresa geralmente são os famíliares. Que emprendedorismo e talentos são esses que só recaem em volta de alguém que tem como tentáculos abraçando quem está no poder? Será que essa burguesia que se está formando hoje(  surgindo) as custas do próprio Estado e do partido no poder pode se dar verdadeiramente o orgulho de ostentar a riqueza e o progresso supostamente conquistado, quando se sabe que tudo que têm alcançada é devido a ordem de governança imperante no país. Que consiste em tirar máximo proveito daquilo que é público.

Não nos surprenderemos se dentro de pouco tempo o José Pedro de Morais e a sua quadrilha surgirem  como emprendedores e grandes empresários de êxitos. Depois do que aconteceu ou tem acontecido. Apropósito, qual será o papel do Ministério Público, do Procurador Geral da República depois das notícias vinculadas na impresa? Ou continuam lendo a mesma bíblia de sempre: de que Comandante do MPLA e General do  Exército são  intocáveis?


O povo angolano, nas últimas eleições havidas em Angola deu uma oportunidade soberana ao Movimento de resolver os seus problemas, que haviam sido adiados pela ambição desmedida dos dirigentes do galo negro. Mas pelo andar da carruagem estamos a verificar que os problemas do povo vão continuar sendo adiados. Haver vamos.


Será que o mais alto mandatário da nação montou um governo para trabalharem durante um ano até as eleições presidências? Não querendo assim usar todos os trunfos que tem na manga? Depois de ganhar as presidências lançando-os e assim preparar caminho para uma próxima vitória do seu partido? 


Será que a nomeação da engenheira Manuela para o cargo de ministra da energia foi uma aposta acertada? Será que assim não se esta a matar uma boa técnica e fazer nascer uma péssima ministra. Ou será que o antecessor ao propor a afiliada não quererá continuar a exercer a sua influência no sector? Nepotes(nepotismo)? Existe algo melhor para se chamar a esse tipo de procedimento?  -Eu saiu, mas os meus continuam  a governar. Com isso chegamos a um ponto. Antes  eram as falsas exonerações. Hoje além das falsas exonerações, existe até a possibilidade de alguém que fazer parte do meu clâ (família) continuar a exercer as mesmas funções.

Aqui devemos, por obrigação e direito, além de curiosidade, uma explicação ao amigo leitor. Recorde-se –amigo leitor- que exoneração e demissão são ofícios diferentes ( simplesmente coisas diferentes). Uma, a primeira, não é punição, é um ato de conveniência da Administração Pública ( e nunca, jamais,  é penalidade ou punição). A última, a segunda, sim, é punição ou penalidade. A verdade é que ao longo dos mais de 30 anos a nossa cultura Administrativa Estatal fez da primeira uma punição ou até mesmo penalidade para as consciências angolanas. Devido ao seu uso exagerado, sem fundamento e encobridor de erros  da arte de governar dos nossos herois vitalícios e vivos que até hoje governam o país. Sim, exoneração além de ser kissangua e refresco à sombra de uma mulembeira, passou a ser, também, uma maneira fingida e falsa de punição para enganar ao povo. É a coisa mais descarada e fantasiosa que existe no Estado Angolano, para burlar a sociedade. A  essa sociedade ou povo que pretenciosamente o MPLA dá-se o direito de se confundir com  o mesmo. E que devez enquanto vive fazendo promessas.

Apropósito depois que o JPM, e o seu vice, ganharam o prémio de melhores ministros  africanos de finanças e economia. Qual será o novo cargo deles? Porque eles foram exonerados não foram demitidos. -Perguntar não é ofender! É a única coisa que nos resta nesse país.

Senhor Presidente, este governo ora escolhido esta muito distante das populações, cada um deles, esta mais interessado em resolver os seus problemas, esquecendo-se pelos graves problemas da sociedade. A quando do período da campanha foi dado energia, água, a cidade estava limpa, hoje passando um mês do período eleitoral tudo voltou a estaca zero.Vemos uma cidade capital onde nascem pracinhas em todos os cantos sem que ninguém resolva nada. Vemos o trânsito a emaranhar-se cada vez mais sem que ninguém mova uma palha. Vemos crimes hediondos acontecerem por toda cidade capital. Vemos altos dirigentes da polícia nacional a corromperem jornalista ou seja órgão de informação para não serem criticados, ou para que as suas falhas não sejam expostas. Vemos a prostituição a crescer. Vemos a comunidade de estrangeiros a crescer como cogumelos, até chinês já zunga em Luanda. Vemos os produtos básicos a aumentarem de preços todos os dias nas grandes superfícies comercias sem que ninguém faz absolutamente nada. Todos esses acontecimentos são observados pelos nossos governantes, porque julgo eu que eles também andam pelas ruas e fazem compras para o seu sustento e dos seus familiares. É triste há que fazer algo. O povo não merece os ministros que temos. Fomos as urna não para colocarem as mesmas pessoas, fomos votar principalmente para que fossem substituídas os perniciosos.


Dino CASSULO, Nelo de Carvalho, www. a-patria.net           
Fonte: Club-k.net