Luanda – Pelo menos 250 pessoas com mordeduras de cães vadios foram atendidas segunda-feira, no sector de vacinação da Direcção Provincial de Saúde de Luanda. Segundo a chefe de Departamento de Saúde Pública, Isilda Neves, das pessoas atendidas, o maior número foram crianças, muitas das quais perderam a vida.

Fonte: Angop

Acrescentou que a situação está a tomar proporções alarmantes, carecendo de maior responsabilidade, tanto dos pais para com os filhos, como dos utentes de animais domésticos. "Só na semana passada foram atendidas mais de 500 pessoas com mordeduras de cães ou de gatos, situação que nos deixa preocupados, pois muitas crianças perderam a vida, porque elas são mordidas na rua e não comunicam os pais, tornando-se tarde", sublinhou.

Isilda Neves disse haver vacinas para atender os casos, mas, frisou, se a pessoa for mordida por um cão raivoso a situação torna-se grave, pois a raiva não tem cura, mesmo a pessoa sendo vacina. Por isso, afirmou, a preocupação está com relação aos animais, estes é que devem ser vacinados contra a raiva, porque a doença é transmitida do animal doente para o homem sadio.

Viana foi o mais crítico, pois, dos casos registados, 100 aconteceram naquele município, seguindo-se Kilamba Kiaxe e Sambizanga. Pelo facto, apela aos utentes de animais domésticos no sentido de mantê-los acorrentados e vacinados, bem como aos pais para cuidarem devidamente os seus progenitores.

Por outro lado, torna-se mais oneroso vacinar pessoas do que animais, visto que a dose para um humano mordido pode custar 200 dólares, enquanto para cada animal 10 dólares por ano. A autoridade sanitária apela, como prevenção, evitar locais onde circulem cães desconhecidos e se estiver perante um mantenha-se calmo, não correr, sem elevar o tom de voz, e nunca provoca-lo enquanto estiver a dormir ou a comer.

Outro apelo é lançado às administrações municipais no sentido de promoverem recolhas massivas de cães vadios. Em caso de mordedura, lave a ferida com água e sabão para destruir as bactérias presentes na saliva e nas mucosas do animal.

Caso exista hemorragia abundante ou a mordedura seja provocada por um animal desconhecido, deve-se contactar os agentes sanitários para efectuarem a recolha do animal, devido ao risco de se contrair a raiva ou tétano.