Luanda – Até agora continuamos a contar o número de vítimas de uma fatalidade pré-anunciada em todos os cantos de Luanda. Quando eu via o bispo angolano da Igreja Universal na Tv Zimbo, cercado por brasileiros e suplicando a presença das suas presas, sobre o relvado da cidadela desportiva, também observava a mobilização de jovens em todo o lado.

Fonte: Texto extraído no Facebook

Muitos trajavam camisolas com as marcas da profecia. Nos carros, nos candongueiros e em cada parede de lugar público a má nova era o Dia do Fim. Tudo moldado num "f" fogoso com aparência mágica e oculta.

Por ter sucedido à frustração Maia do dia 21 de Dezembro, eu julgava que iríamos observar um ritual de suicídio colectivo de Fim de Ano. Previa via o estádio a rebentar pelas costuras e ruir. Centenas iriam morrer. Centenas mais escapariam feridas.

Agora, eu não tenho dúvidas que a tragédia da cidadela desportiva tivera sido acto de um premeditado e bem orquestrado ritual religioso de sacrifício humano por investigar seriamente.

Um punhado de brasileiros sedentos de dinheiro e poder aproveita a fragilidade das instituições do Estado e o desespero dos angolanos. Usa a media e o populismo e junta os seus próprios crentes para um fim claro: sacrificá-los aos seus "deuses e candombles", especialmente num tempo em que a igreja enfrenta uma estagnação, baixa na frequência dos seus cultos e a forte competição da Igreja Mundial que pode ser sentida a olho nú.

Esta maré baixa reduz a arrecadação de receitas das doações, impossibilita o crescimento e a expansão dos seus templos e minimiza a sua influência pública e social.

Segundo o Wikipédia, um sacrifício humano consiste no ato de sacrificar um ou mais seres humanos para algum fim, usualmente de cunho religioso.

Tal prática remonta desde a Antiguidade, quando matavam-se pessoas ritualmente de forma que agradasse algum deus ou força espiritual. Apesar das tentativas de se eliminar tais práticas, ainda há alguns grupos ou culturas que praticam sacrifícios humanos nos dias atuais.

No passado sacrificavam-se homens para a criação de um novo templo ou ponte; Quando da morte de um rei ou membro do alto clero, para que o sacrificado servisse ao morto na próxima vida e em tempos de desastres naturais, era uma boa oportunidade para matar gente em nome dos deuses. Secas, terremotos, erupções vulcânicas, maremotos, etc, seriam sinais de fúria dos deuses - sacrifícios eram a forma de acalmá-los.

Este tipo de rituais marcou as sociedades religiosas desde a América Central à América Latina. Do oriente à Africa das civilizações antigas e algumas actuais. Existem vestígios de que a cultura pré-helênica Minóica praticava sacrifícios humanos. Corpos sacrificados foram encontrados em numerosos locais na cidadela de Cnossos em Creta. Um achado na Casa Norte em Cnossos numerou 337 ossos de crianças aparentemente chacinadas.

No caso dos eventos da cidadela desportiva em Luanda, a Igreja Universal usou a fraqueza da media angolana (incluindo e não afastando os gestores brasileiros da Tv Zimbo que entregaram a televisão à Igreja Universal para a promoção do evento e agora para limpar e oculta e os culpado), a ignorância, o oportunismo religioso, a atracção de pessoas extremamente fragilizadas e doentes, um estádio que pode ruir na sobre-lotação e dois portõeszitos para a entrada ou a fuga desesperada das vítimas. Estavam criadas todas as condições para o Dia do fim" de muitos angolanos.

Graças à Deus só partiram 12 até agora, isto segundo a TPA que fez um excelente trabalho de cobertura no seu Jornal da Tarde, desta Terça-Feira 01-01-13 , faltando apenas ouvir os responsáveis da Igreja de origem brasileira.

De facto, o sacrifício humano ainda acontece actualmente como prática secreta e sutil em certas religiões, por exemplo nas matanças Muti. O sacrifício humano hoje já não está tipificado em nenhum código penal do mundo, pois tais casos são considerados assassínio.

O caso da cidadela desportiva previa um assassínio em massa. Não pode passar despercebido, muito menos seguir impune. Lamento que tivessem arrastado a TV Zimbo para o centro da promoção desta tragédia.

Reagindo aos incidentes, eu esperava mais das declarações do Secretário de Estado da Saúde à TPA, o senhor Masseka que atiçou a dúvida pública e nada mais. Por vezes, uma tentativa de encobrir os reais responsáveis pela tragédia.

Por uma questão de segurança nacional e de Estado, as autoridades angolanas devem ativar um inquérito público, ouvir os líderes desta Igreja e responsabilizar os culpados que não se inibiram, nem esconderam os seus rostos quando mobilizavam as presas e anunciavam o Dia do Fim das suas vítimas.