Luanda - O consagrado cantor angolano Bonga foi esta semana alvo de uma burla de cerca de 20 mil dólares norte-americanos por parte do empresário Henrique Miguel, vulgo Riquinho, que não honrou os compromissos assumidos no âmbito das festas de réveillon da «Casa blanca». Segundo fontes do Club-K, Bonga, que participou na festa da passagem de ano, a convite de Riquinho, deveria ter recebido um cachet acordado de 1O mil dólares, mas que até à data não lhe foi ainda pago.

Fonte: Club-k.net

Além deste montante, ao músico angolano residente em Portugal deviam-lhe ser devolvidos cerca de cinco mil USD gastos com a compra de dois bilhetes de passagem de avião, que pagou do seu próprio bolso, quando da sua deslocação a Angola. Um dos bilhetes era destinado ao guitarrista Betinho Feijó.

Soube-se que o chamado «empresário do povo» não pagou igualmente o cachet de 2500 dólares acordados com Betinho Feijó, assim como as despesas de hospedagem no Skyana Hotel, no valor de 1750 dólares. Estas últimas despesas foram também pagas pelo músico.

Há informações de que Riquinho havia dado garantias aos dois músicos que pagaria os respectivos cachete após as actuações, uma promessa que poderá não ser honrada, já que o «empresário do povo» tem vindo a atravessar sérias dificuldades de tesouraria. Soube-se que Bonga já regressou a Lisboa, encontrando-se profundamente amargurado com o comportamento do empresário.

Riquinho, que é também sócio maioritário de o semanário «Continente», deixou há cinco meses de pagar salários aos seus funcionários, assim como os subsídios de férias e de natal. Os trabalhadores já ameaçaram entrar em greve em qualquer momento e accionar, a posterior, processos judiciais, caso não forem satisfeitos os seus direitos.

Consta que o controverso homem de espectáculos terá inclusive ameaçado Bonga com a sua militância no seio do MPLA, partido do qual Riquinho diz ser militante de «primeira água».

A festa de réveillon da Casa Blanca, que teve lugar no Centro Cultural da Sonangol, ao Morro Bento, saldou-se num fracasso, segundo revelou a Revista VIDA, afecta ao semanário o «País». Os convivas, que pagaram entre mil a 120 dólares disseram que foram defraudados, já que os nomes sonantes dos músicos anunciados (Konde, Paulo Matumina, Belisse dos Santos e os grupos Zona 5 e Africanas) não actuaram.

Além dos salários, a Riquinho foi-lhe igualmente retirado um espaço que usava de parqueamento dos veículos da sua empresa, na praça da Independência. O empresário tem vindo a acusar o governo de Luanda, Bento Bento, de lhe ter feito a «cama». Na última edição do jornal «Continente», Bento Bento é mesmo acusado de ter recebido uma viatura (VW- Tuaregue) de Riquinho, numa altura em que terão tido «boas relações».