Luanda – Uma substância tóxica, designada por cloro, originou nesta terça-feira, 08, o desmaio mais de 60 pessoas (na sua maioria participavam num acampamento de férias organizada pela Igreja Católica na região), entre homens, mulheres e crianças, na localidade de Mulenvos de Cima, município de Viana, província de Luanda. Após o sucedido, uma equipa de fiscais do Ministério do Ambiente constou de forma preliminar as causas da ocorrência e concluiu tratar-se de um produto que se encontra armazenado na empresa Angola-Reciclek, naquela localidade.

Fonte: Club-K/Angop

De acordo com o inspector-adjunto dos Serviços Nacional de Fiscalização Ambiental do Ministério do Ambiente, Kayosso Cunha, o caso sucedeu quando uma máquina empilhadora efectuava a remoção de sucatas naquele armazém. “Quando uma máquina empilhadora efectuava a remoção das sucatas, accionou duas garrafas que têm a capacidade de 200 bars, o que resultou na proliferação do mesmo gás, que foi inalado pelos populares residentes naquela zona”, explicou.

Os bombeiros do município de Viana e a polícia intervieram  no caso e evacuaram as vítimas para o centro das madres daquela localidade e outras foram levadas à Clínica Multiferfil, onde recebem tratamento médico, segundo a fonte. Inspectores do Serviço Nacional de Fiscalização Ambiental, agentes da Polícia Nacional e dos bombeiros ainda permanecem no terreno, para apurar mais factos.

Até pelo menos nesta quarta-feira, 09, cerca de 60 pacientes já tiveram recebido alta, depois de serem assistidos na clínica acima mencionada. O médico em serviço, Arcanjo Jacob, entrevistado pela Angop, referiu que os pacientes apresentavam sintomas como irritações na garganta, tosse, dificuldades na respiração e tonturas, e alguns casos causando desmaios.

Segundo o médico, dos pacientes assistidos, na sua maioria jovens e menores de idade, apenas um menor de cinco anos continua internado e a receber tratamento. Apesar disto, garantiu que a situação está controlada, apesar de ainda se registar a entrada de alguns pacientes.

O porta-voz do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB), Faustino Sebastião informou que foram evacuados para a unidade hospitalar, através das ambulâncias dos bombeiros, cidadãos residentes, transeuntes, bem como alguns jovens afectos a igreja católica que participavam num acampamento de férias na região.

Entretanto, o director do aterro dos Mulenvos, Jacinto Bernardo disse que o incidente não partiu dos trabalhos realizados no local, uma vez que a acção ocorreu muito distante e presume que a substância tóxica partiu de uma empresa privada de reciclagem de produtos metálicos. Fontes no local afirmam que os proprietários da empresa estão a custear as vítimas e a assistência médica e medicamentosa, entre outros encargos.